quinta-feira, 30 de junho de 2016

A Linha de Exus na Umbanda

Exus quando incorporam no terreiro de Umbanda são alegres, falantes, sarcásticos, irônicos. Tudo isso faz parte do arquétipo marcante que assumiram para se achegarem na Umbanda.
Se mostram dentro da lei maior dispostos a ajudar a quem os procura atuando com grande poder de realização nos casos de magias negativas, de relacionamentos e de assuntos profissionais.
Seus nomes variam conforme a Calunga a qual pertencem (Calunga Grande [Mares e Rios], Calunga [Terra e Cemitérios] e Calunga das Matas [Florestas e áreas com alta densidade de árvores e ervas]).
Cada médium tem um Exu Guardião e um Exu de Trabalho.
O Exu Guardião é ligado muitas vezes ao Orixá Ancestral do médium e o Exu de Trabalho ao seu Orixá Adjunto, ao Guia Chefe ou ao Mentor dos seus trabalhos.
Médiuns mal orientados ou mal doutrinados dão vazão aos seus recalques ou sentimentos íntimos negativos. Neste caso, o seu Exu torna-se grosseiro, chulo, desrespeitoso, revelando o íntimo do médium. Já com médiuns bem doutrinados e preparados, Exu “continua sendo Exu”, mas se apresenta de uma forma agradável e respeitosa.
Exu mostra o íntimo do médium, como se fosse um espelho, e por isso se diz que Exu é especular. No campo da Física, a “reflexão especular” ocorre quando a luz incide sobre uma superfície bastante polida (lisa), sendo que a imagem refletida tem forma igual à do original. Um espelho é uma superfície muito lisa e permite alto índice de reflexão da luz que incide sobre ele, de modo que reflete imagens com muita nitidez.
No caso Exu/médium, Exu é “o espelho” que mostra a imagem do que está escondido no íntimo do médium desequilibrado, para que este possa ser alertado e venha a corrigir-se. E, nesse processo, Exu é também “a Luz Divina incidindo”, para viabilizar o trabalho de correção dos sentimentos e comportamentos humanos negativos. Afinal, Exu leva a Luz às Trevas, principalmente às nossas trevas interiores!
Exu "O Orixá" é uma Divindade Planetária ou Divindade Maior de Deus, tem suas hierarquias de seres que trabalham sobre a Sua irradiação. Tem suas divindades médias, menores, classes de seres divinos, seres elementais, naturais, até chegar ao nosso nível que são de seres espiritualizados e humanizados.
Não podemos jamais confundir a "Divindade Maior" Exu com espíritos exunizados (que nós trabalhamos) ou espíritos elementais naturais (que nós oferendamos). Devemos distinguir a Divindade Maior Regente de um Mistério de Deus, dos seres que somente manifestam essas qualidades, para que assim não venhamos a descaracterizar e nem humanizar demais uma Divindade cuja natureza e origem é divina e que atua em toda a criação, e não está somente voltada para nós ou para nossa realidade.
Não podemos confundir o Orixá Maior Exu, com os espíritos que se manifestam e incorporam sob sua regência, pois esses espíritos estão em evolução, quanto o Orixá Maior Exu, é uma Divindade Maior de Deus e que realiza sua função em toda a criação de Deus amparando todas as criaturas geradas pelo Divino Criador.
Então o Orixá Maior Exu na origem é neutro, guardando essencialmente o estado do "vazio"; no meio espiritual a Lei Maior utiliza esses espíritos que foram exunizados para executar carmas adquirido por nós, não importando quando adquirimos esses débitos, pois a semeadura é livre e a colheita é obrigatória e no fim está a onisciência de Deus que tudo sabe; e somente quando estivermos elevados e adquirirmos uma consciência maior de suas Leis, tem início a colheita dos vazios que semeamos, pois já amadurecemos como seres humanos e estamos aptos a colher os frutos amargos que plantamos enquanto estávamos também vazios de sentimentos.
Precisamos entender que até um espírito obsessor que nos tira a paz, está ligado carmicamente conosco por fios invisíveis e devemos meditar quanto a essa atuação, pois na maioria das vezes ela não se encontra refletida em um ato dessa encarnação e sim de outras vidas, e a vítima de hoje talvez tenha sido o algoz de ontem.
Sendo assim, exu enquanto elemento mágico ativado em um ponto de força na natureza, não possui livre arbítrio e a lei utiliza-se desse meio e condição dos espíritos ''exunizados'' para atuar através deles na lei do carma para aí sim poder esgotar os débitos e devolver os créditos.
Todos os que conhecem a Umbanda e os cultos afro brasileiros sabem que, antes de qualquer trabalho ser iniciado, é preciso ir até a tronqueira ou casa de Exu e firmá-lo, para que ele possa atuar por fora do espaço espiritual do templo (tenda ou Ilê Axé), protegendo-o das investidas de hordas de espíritos “caídos” que estão atuando contra as pessoas que buscam auxílio espiritual e religioso, que possa livrá-las dessas perseguições terríveis.
Para que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio, e para que os guias espirituais possam atuar em benefício das pessoas e trabalhar os seus problemas, é preciso que a tronqueira esteja firmada, porque assim, ativada, ela é um portal para o vazio relativo regido pelo senhor Exu guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do templo.
Um Exu guardião é assentado na tronqueira, e vários outros são “firmados” dentro dela, sendo que estes que estão ligados a outros Exus guardiões de reinos sob a guarda de outros Orixás.
Os outros não podem ser assentados, senão dois vazios relativos se abrem “ao redor” do espaço espiritual “interno” do templo, e a ação de um interfere na do outro.
Um só Exu guardião é assentado, e todos os outros são só “firmados” na tronqueira, pois, se dois forem assentados na mesma, a ação de um interferirá na ação do outro vazio relativo aberto no “lado de fora” do templo.
Assentar o Exu e a Pombagira guardiã no mesmo cômodo ou “casa de esquerda” é aceitável, porque o campo de ação dele se abre no “lado de fora” e o campo dela se abre para dentro do “lado de dentro” do templo, criando apolarização com o campo do Exu guardião.
O campo do Exu guardião é o vazio relativo que se abre no lado de fora do espaço "virtual interno" do templo, enquanto que o campo da Pombagira guardiã é o “abismo” que se abre para “dentro”, a partir do espaço "espiritual interno" do templo. Esses dois Orixás são indispensáveis para o equilíbrio de um trabalho espiritual, porque um atua por fora repetindo o mistério das realidades e o outro atua por dentro do templo repetindo o mistério das dimensões.
Exu retira do “espaço infinito”, tudo e todos que estiverem gerando desequilíbrio ou causando desarmonia. Pombagira recolhe ao âmago do espaço infinito, tudo e todos que o estiverem desarmonizando.
São duas formas parecidas de atuação, mas Exu retira, e Pombagira interioriza.
Comparando o espaço infinito com um vulcão, Exu seria o ato de erupção, quando ele descarrega a intensa pressão interna. Já a ação de Pombagira, seria a das rachaduras internas, que a pressão abre dentro da crosta, nas quais correm e acumulam-se toneladas de lava vulcânica, que se acomodam e, lentamente, se resfriam e se cristalizam, gerando enormes acúmulos de minérios e cristais de rochas.
Para se fazer um bom trabalho na residência de alguém, assim que chegar, deve-se ir até o quintal, riscar um ponto de Exu, colocar um copo de pinga, firmar as velas nos polos mágicos e invocar o Orixá Exu e o seu Exu guardião, pedindo-lhes que descarreguem todas as sobrecargas e recolham todas as demandas feitas contra os moradores da casa e até contra ela.
O mesmo deve ser feito com Pombagira para que, só então, o médium comece a trabalhar espiritualmente, porque, aí sim, todas as cargas e demandas terão por onde ser descarregados. E mesmo as entidades negativas que tiverem de ser transportadas para que recolham suas projeções negativas virão de forma ordenada e equilibrada, não causando nenhum problema durante o trabalho.
Quando se vai com alguém na natureza para descarregá-lo, tanto o médium deve firmar suas forças em casa como deve, pelo menos, firmar Exu ou Pombagira no campo vibratório escolhido, para não ter contratempo algum durante o trabalho de descarrego na natureza.
São medidas indispensáveis para que um bom trabalho seja realizado e tudo transcorra em paz.
Laroyê! Exu é Mojubá!!!
Saravá Umbanda!!!
Referências - Rubens Saraceni e Alexandre Cumino
Postado por Fraternidade Espírita Monsenhor Horta

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sábado, 23 de abril de 2016

Espiritismo, espíritos sofredores e a Umbanda

  O Espiritismo, doutrina codificada e criada por Allan Kardec à partir de suas observações e comunicações com Espíritos Desencarnados, surgiu na França do Século XIX em meio a era positivista que imperava no Ocidente. A alta sociedade estava completamente absorta pelas manifestações fenomênicas que ocorriam nos grandes salões das rodas sociais. Os franceses achavam tudo aquilo maravilhoso, porém encaravam sempre como entretenimento, dando pouca importância para o que estava por detrás do fenômeno. O primeiro fenômeno a chamar a atenção foram os de mesas girantes, onde mesas batiam seus pés no chão emitindo sons, outras mudavam de posição e alguns até levitavam.
   O pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, se sentiu intrigado com tal fato e a principio resolveu estudar o fenômeno para refutá-lo. Como tinha uma educação pautada no positivismo, estudara na escola de Johann Heinrich Pestalozzi na Suiça, acreditava que havia uma explicação lógica e racional para tais comportamentos. Porém ao mergulhar nesse mundo, começou a receber respostas que tinham um cunho inteligente por detrás, palavras e frases sendo formadas por batidas repetidas, por exemplo: bater no chão uma vez, significa a letra A, por duas vezes a letra B e assim por diante.

  Como todo pesquisador, isso só aguçou mais ainda sua curiosidade, propôs então uma série de perguntas de cunho filosófico e a partir daí espalhou seu método para vários médiuns (até então não tinham esse nome) para comprovação. Nascia assim o CUEE – Controle Universal dos Estudos Espíritas. Esse controle consistia em pegar várias perguntas e submetê-las a vários sensitivos da época, em locais diferentes e sem relações entre si, para que as respostas fossem comparadas no final.   É bom lembrar a todos que era uma época sem internet, onde a comunicação por cartas era o meio mais comum de falar com alguém, porém ainda extremamente lento. Os telégrafos ainda eram uma tecnologia recente, restrita e caríssima. Rivail, ao receber as resposta às perguntas feitas, comparava-as e considerava corretas as que tinham o mesmo cunho, a mesma mensagem. Poderiam ser escritas de formas diferentes, com palavras e estruturas gramaticais diferentes, mas no final a mensagem que passavam era a mesma. Isso foi o que precisava para convencê-lo de que havia realmente uma inteligência invisível aos olhos por detrás dos fenômenos das manifestações das mesas. As manifestações foram aprimoradas, passando para cestos com lápis e depois diretamente para a psicografia.
   Assim foi estruturado o Espiritismo, baseado em cinco livros básicos – o Pentateuco espírita – composto de: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e Gênese. Uma doutrina nova que tinha como pilares a estrutura de Filosofia, Moral e Ciência.

   Quando aportou no Brasil, tomou um cunho religioso, sendo absorvida por vários ex-católicos que traziam suas práticas e experiências para dentro da nova “religião” que se fundamentava em solo brasileiro. Assim surgiram as casas espíritas de assistência espiritual, o que de fato não é errado, pois os próprios espíritos dizem que: Fora da Caridade não há Salvação.
   Dentro das práticas das novas casas espíritas começávamos a ver menos comunicação mediúnica direta com espíritos mais esclarecidos e uma frente bem considerável de assistência espiritual para encarnados e desencarnados. Surgindo assim o passe espírita, a água fluidificada e também as sessões de desobsessão.
    Dessas a que mais chama a atenção para nossas considerações é a sessão de desobsessão. Para melhor repassar os conhecimentos doutrinários, os segmentos brasileiros criaram uma estrutura de estudos, que geralmente leva cinco anos, para formação de novos trabalhadores, sejam médiuns, corrente de assistência, passistas e os doutrinadores. Então, começa-se estudando sobre questões éticas e morais sob o prisma cristão, depois passamos para entendimento do mundo espiritual e por fim as aulas de mediunidade e posterior desenvolvimento mediúnico.

    As sessões de desobsessão tem caráter de auxílio aos espíritos em sofrimento, negativos ou negativados. Costumamos chama-los de encosto ou obsessor, mas geralmente isso não se dá restritamente a essas categorias, mas não vou me deter nessa terminologia, pois é um estudo a parte. A estrutura da desobsessão geralmente segue a seguinte métrica:
    Um médium – geralmente ainda em desenvolvimento ou recém-saído das aulas de desenvolvimento mediúnico – cede o aparelho vocal – psicofônia – para um espírito negativo. Uma corrente envolve esse médium para dar suporte energético e contenção também, enquanto um doutrinador – já mais experiente – conversa com o espírito negativo ou em sofrimento, tentando entender seus anseios e objetivos e demonstrar a ele a ineficiência em se colocar contra a ordem do Criador, tentando trazê-lo de volta ao plano de redenção e evolução.
  Nesses casos, temos que destacar alguns fatores:


Quem está sendo ajudado é o espírito desencarnado.
Pelo espírito estar em desequilíbrio, é mais fácil de “recebê-lo”.
Podemos evocar qualquer espírito aqui, que se permitido virá, pois a questão é doutriná-lo. (Antes era aprender com espíritos mais evoluídos, mas isso se perdeu com o tempo).
E na Umbanda como ocorre? Desde o seu surgimento a Umbanda tem um caráter assistencialista, mas não atende apenas os espíritos desencarnados. Geralmente o atendimento a um espírito desencarnado em desequilíbrio se dá primeiramente com a chegada de um encarnado em sofrimento aos terreiros. Esses podem ter dentro de seu campo áurico alguns espíritos obsessores e os mesmos serão recolhidos pelos guias de Umbanda.


    Não há uma desobsessão nos moldes espíritas e nem sempre é feita a incorporação de um espírito negativo-obsessor* por um médium umbandista (com a exceção dos médiuns de transporte). Então nesse caso um médium não poderá ficar recebendo qualquer espírito, eis o motivo de não poder evocar espíritos que não fazem parte da sua estrutura energética mediúnica, que chamamos de Coroa.
Na Umbanda o médium incorpora seu guia, que é um espírito mais evoluído, para dar atendimento a um consulente (encarnado) e todos os desencarnados que lhe seguem ou estão lhe prejudicando. Por isso que é preciso que o guia tenha afinidade com as forças do médium e seu padrão vibratório, para poder fazer um BOM trabalho. Nesse caso a manifestação mediúnica se dá para ajudar um encarnado, na via Espírito-ajudando-Encarnado, ao contrário do que ocorre na sessão de desobsessão que é Encarnado-ajudando-Espírito.
    Conseguem compreender a complexidade de receber um espírito qualquer, que não tenha familiaridade ou mesmo uma missão para com o médium, a fim de que este proporcione acalanto ao coração sofrido do consulente? Por isso sou extremamente contra essa onda de chamar guia, forçando-o a incorporar nos médiuns, mesmo que estes não estejam dentro da coroa do mesmo, da equipe espiritual que o assiste.
   Vamos ter mais cuidado com a generalização das forças e da mediunidade. Não é porque em uma doutrina ou segmento faz assim que no outro também será. Devemos entender primeiramente o propósito do uso da mediunidade em cada local e quem estará se manifestando.

sábado, 16 de abril de 2016

Os Cavaleiros


  Compilação de
Constantino K. Riemma


A figura do cavaleiro talvez seja a mais rica quanto às possibilidades de relatos históricos, visto responder a um simbolismo relacionado ao ritual das ordens de cavalaria.
O caráter esotérico dos Templários, seus ritos, seus contatos comprovados com os sobreviventes orientais da gnosis alexandrina, e seu fim espetacular devem ter influído na visão que os gravuristas — Les imagiers du Moyen Age — projetaram nas cartas da corte.

A terrível conclamação de Jacques de Molay*, na fogueira do suplício foi amplamente comentada entre os iniciados medievais e não é impossível que a sombra dos cavaleiros brancos tenha dado origem a esse personagem que rompe o simbolismo trinitário e familiar das figuras do Tarô.

  * Nota histórica: Jacques de Molay, Grande Mestre do Templo, foi queimado vivo em Paris, na manhã de 18 de março de 1314. No patíbulo, negou publicamente todas as acusações contra a Ordem dos Templários e convocou seus carrascos a comparecerem naquele mesmo ano ante o tribunal de Deus. Clemente V morreu em 20 de abril, apenas transcorrido um mês, e Filipe pouco mais tarde, a 29 de novembro de 1314.  


Num sentido geral,  podemos afirmar que o símbolo do cavalo está relacionado ao papel de intermediário entre o mundo inferior ou terrestre e o mundo do espírito ou logos, representado pelo cavaleiro, aquele que buscou e encontrou o caminho de prevalecer sobre a matéria.

Esta figura encontrará sua explicitação nos arcanos maiores 6. Os Enamorados e 7. O Carroe, no aspecto iniciático, corresponde ao período dos trabalhos e dos esforços concretos para a realização. Psicologicamente, refere-se aos estados intermediários ou de transmutação, presentes também na fase transformadora da Grande Obra alquímica

Três dos cavalos do Tarô são mais ou menos idênticos, de cor carne e com cascos azuis, mas o de paus é branco e seu corpo está coberto por uma manta.

Somente um o Cavaleiro de Espadas traz armadura e elmo. Dois deles — o Cavaleiro de Paus e o de Ouros — estão com chapéu. O Cavaleiro de Copas é o único que se apresenta com a cabeça descoberta. Os quatro são jovens e sem barba, e levam a marca da sua série: os de copas e ouros na mão direita, e os outros dois na esquerda. Três dos cavalos andam da direita para a esquerda, mas o de ouros caminha na direção oposta.

sábado, 26 de março de 2016

Mensagem: Inconveniência mediùnica



Kardec descreve certos inconvenientes sob a mediunidade.
Pessoas de cabeça fraca e que se deixam levar pelas emoções, que se impressionam facilmente com certos fenômenos achando que tudo é verdade, não sabendo separar o joio do trigo; distinguir as comunicações verdadeiras das mistificações.
Dando a imaginação fértil a tudo que ocorre, acabando por destrambelhar ao lado de Espíritos Zombeteiros e aproveitadores.
Já em crianças não devemos despertar tal atividade medianímica, devido à imaginação dada as fantasias das quais elas têm.
Isso as torna alvo mais fácil ainda de Zombeteiros, salvo se ela já nasceu com as faculdades medianímicas despertadas como a clarividência e a clariaudiência.


                                                                                                     Ditado pelo Espírito: Jonas 

                                                                                                    Psicografia: Felipe Silvestre

sábado, 19 de março de 2016

A Cultura do Terror no Terreiro

 por Fraternidade Espírita Monsenhor Horta

Quem nunca ouviu por aí discursos inflamados de pais-de-santos e “sacerdotes” dizendo que se o filho sair de casa, tudo na sua vida irá desmoronar? E quando os mesmos supostos dirigentes dizem que as entidades vão abandonar o médium ou que estarão aprisionadas no terreiro? E aqueles dirigentes que colocam nas costas dos médiuns todas as culpas e desculpas sobre as coisas erradas que ocorrem na casa?

Essa cultura ao terror, um terrorismo de fato, feito no terreiro é algo recorrente desde épocas imemoriais. Não quero me ater as questões básicas da cultura e de como isso foi enraizado no meio espiritualista, principalmente os de influência afro-brasileiras, mas há um “quê” cultural nisso tudo.

Os terreiros em geral seguem um padrão muito próximo do monárquico, como eu já abordei no texto A Hierarquia Dentro do Terreiro. Talvez, venha daí grande parte dessa cultura, mas não é só isso.

Eu analiso as coisas de uma forma diferente, analiso que é uma transferência de responsabilidades. Justamente por essa pirâmide de poderes monárquica, o dirigente deve saber que ELE é o grande responsável por tudo o que ocorre dentro do terreiro. Os médiuns, em sua maioria, também são espíritos em sofrimento, presos na matéria, procurando a sua evolução. Não que o dirigente também não o seja, mas se ele recebeu a MISSÃO de dirigente do ASTRAL, deve ser porque o plano espiritual sabia que ele poderia carregar essa cruz.

Então, deixemos de nos cegar com a luz dos outros e passemos a olhar para nossas trevas interiores. Procurando nos melhorar. Dirigente, tenha consciência de que se sua corrente está fraca, a responsabilidade é sua. Se os médiuns estão animizando, a responsabilidade é sua. Se a casa está obsedada, a responsabilidade é sua.

Temos visto muitas casas caírem completamente, fecharem as portas e alguns dirigentes até mesmo mudarem de religião. O que ocorre é o seguinte, muitas pessoas  se autointitulam sacerdotes de umbanda após fazer um curso express de sacerdócio, com carga horária de 72 horas e se julgam aptos a segurar a onda. Porém, nem sequer possuíam a missão de sacerdócio e nem sequer se prepararam corretamente.

Já abordamos também isso em outros textos: Sacerdócio é um chamado, não é festa  e Eu, Dirigente Espiritual.

Não é questão de criar uma CASTA de pessoas escolhidas, mas sim a questão de serem pessoas preparadas tanto materialmente, quanto espiritualmente, para serem pilares de uma casa. Pois como podemos encontrar em Lucas 12:48

“De todo aquele a quem muito é dado, muito será requerido; e daquele a quem muito é confiado, mais ainda lhe será exigido.”

Finalizando esse artigo deixo claro que ninguém, nem o mais poderoso sacerdote, pode PRENDER suas entidades ou INVALIDAR sua liberdade de escolha, pois quem manda mais é DEUS e ele lhe concedeu essa liberdade. Não deixe-se contaminar pela cultura do terror, porém também não seja um omisso com suas responsabilidades espirituais. Para tudo deve haver equilíbrio, principalmente àqueles chamados a servirem no exército de Jesus, o Oxalá encarnado.

Quando o Tarô "faz mal"

Giancarlo Kind Schmid


De vez em quando me deparo com postagens onde leio desabafos de consulentes (atendidos por outros tarólogos), falando mal do profissional ou do próprio tarô. São linhas textuais cheias de mágoas, indignação; se não maldizendo o profissional, acusando a prática de interferir no futuro, às vezes, de forma negativa. O discurso religioso costuma se aproveitar dessas brechas para se apropriar de tal condição para, então, acusar o tarô (e outros oráculos), de práticas demoníacas.


Me perguntaram certa vez se o tarô era capaz de fazer mal. Ora, a coisa é bastante simples ao meu ver: até mesmo se você beber água demais ou estiver esfomeado e comer muito e apressadamente, te fará mal. Então, com o tarô não será diferente. Porém, não é o inofensivo baralho que, encerrado em suas imagens simbólicas, baterá à porta do consulente para infernizar-lhe a vida: é o tarólogo, o responsável pelos recados que o ditoso maço de cartas possibilita. E o tarólogo, esse sim, pode ser um bom ou mau profissional – isso acontece em qualquer área, campo profissional, desde um médico, psicólogo, enfermeiro a um advogado. Devo lembrar que o consulente entra com sua parcela de responsabilidade ao escolher o profissional que fará a leitura, então, o crédito vai para quem indicou, os critérios de escolha do profissional ou apenas a propaganda que atraiu o consulente. Vale também lembrar que nenhum tarólogo fica batendo de porta em porta oferecendo atendimentos e todo mundo já é grandinho o bastante para responder pelas escolhas que faz (ou fez).
Falando dos malefícios de um atendimento de tarô, enumerei dez tópicos para reflexão e ponderação tanto dos profissionais quanto dos consulentes:
1) O tarô faz mal quando o consulente faz de seu tarólogo a sua última e única saída – nenhum profissional é um Deus para resolver a vida de ninguém, ainda mais num único atendimento;
2) O tarô faz mal quando o consulente acha que o atendimento vai responder o que ele quer ouvir (e deve ser atendido por estar pagando) – então, de um simples mal-estar a sintomas de raiva podem ser experimentados;
3) O tarô faz mal quando o consulente é orientado a não tomar certas decisões e faz tudo ao contrário – se a pessoa se deu mal, foi única e exclusivamente por sua teimosia e ignorância;
4) O tarô faz mal quando o tarólogo se coloca acima de tudo e de todos acreditando ter poder absoluto sobre acontecimentos e vida do consulente – o tarólogo é um simples tradutor e não pode (e nem deve) se colocar na consulta como em um jogo de xadrez;
5) O tarô faz mal quando se confunde religião com a prática, fazendo uma "salada" de conceitos ou ideias – o tarólogo deve respeitar o credo de cada um e nunca impor o seu;
6) O tarô faz mal quando o tarólogo adota uma abordagem fatalista onde tudo parece definitivo, imutável e irreversível – muitos consulentes são influenciáveis e suscetíveis, portanto, todo cuidado é pouco;
7) O tarô faz mal quando se visa poder, dinheiro, fama exclusivamente pelo tarô – alçado a objeto meramente comercial, o praticante se torna puro mercenário e coloca as necessidades do consulente em último lugar
8) O tarô faz mal quando o tarólogo promete "mundos e fundos" ao consulente sem condição de cumprir qualquer coisa – o profissional não deve vender sonhos e sim, uma realidade compatível com o aprendizado do consulente;
9) O tarô faz mal quando o tarólogo escarnece da prática e desrespeita outros profissionais – é preciso ter cuidado entre ter humor e se desqualificar, zombando;
10) O tarô faz mal quando parece que, ao olhar do público, é o "segredo dos segredos" ao qual só uns poucos podem ter acesso ao conhecimento – o tarô para fazer um verdadeiro bem deve ser universalizado e utilizado como recurso transformador do ser.
Que mal o tarô poderá fazer? O mal só reside em um só lugar: na ignorância humana.


sábado, 12 de março de 2016

Oração a Santa Rita

Ó poderosa e gloriosa Santa Rita chamada Santa das causas impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta para o abismo do pecado e da desesperança, com toda a confiança em Vosso poder junto ao Coração Sagrado de Jesus, a Vós recorro no caso difícil e imprevisto, que dolorosamente oprime o meu coração.
(Faça seu pedido)

Obtenha a graça que desejo, pois sendo-me necessária, eu a quero. Apresentada por Vós a minha oração, o meu pedido, por Vós que sois tão amada por Deus, certamente será atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha vida e os meus costumes e para cantar na Terra e no Céu a Divina Misericórdia.

Santa Rita das causas impossíveis, intercedei por nós! Amém.

sábado, 5 de março de 2016

O Imperador na Viagem do herói -O pai terreno

O Imperador representa: a estrutura, a ordem, a clareza, a realidade. Como patriarca é a garantia  de segurança e ordem quanto a portador de grande responsabilidade. Com o fim do modelo de pai do inicio do séc. XX muitos acham que esses valores caíram por terra. Mas esquecem que ele apenas é uma força que transforma a realidade em idéias. Os deveres e objetivos. Ele é o que faz ele é o que realiza, é o que sabe como fazer “pregos com cabeça”. E com tudo isso, ele não é hostil à vida, do que muitas vezes é acusado injustamente, segura em usa mão direita a cruz Ankh, a cruz do Egito antigo, que simboliza a ligação entre o masculino e o feminino. É uma força que protege a vida, uma força que a mantém.


Arquétipo: O pai(estado de pai);
Tarefa:Concretizar ideias,intenções e até mesmo desejos há muito acalentados de forma consequente.Perseverança.;
Objetivo: Criar a ordem e um ambiente seguros, estrutura e capacidade de resistência;
Risco:Teimosia,perfeccionismo,endurecimento e rigidez;
Disposição íntima :Consciência da responsabilidade,manutenção do fio vermelho, apego à realidade e a sobriedade.

O Livro dos Espíritos -2 ° Parte: Cap. 4 : Pluralidade das Existências -Ítem: V III Semelhanças Físicas e Morais



207. Os pais transmitem aos filhos, quase sempre, semelhança física. Transmitem também semelhança moral?

   Não, porque se trata de almas ou Espíritos diferentes. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças, nada mais existe do que consanguinidade.

207 – a) De onde vêm as semelhanças morais que existem às vezes entre os pais e os filhos?

     São Espíritos simpáticos, atraídos pela afinidade de suas inclinações.

208. O Espírito dos pais não exerce influência sobre o do filho após o nascimento?

    Exerce, e muito, pois, como já dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso recíproco. Pois bem: o Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado.




209. Por que pais bons e virtuosos têm filhos perversos? Ou se;a, por que as boas qualidades dos pais não atraem sempre, por simpatia, bons Espíritos como filhos?

     Um mau Espírito pode pedir bons pais, na esperança de que seu conselhos o dirijam por uma senda melhor, e muitas vezes Deus o atende.

210. Os pais poderão, pelos seus pensamentos e as suas preces atrair para o corpo do filho um bom Espírito, em lugar de um Espírito inferior?

     Não. Mas podem melhorar o Espírito da criança a que deram nascimento e que lhes foi confiada. Esse é o dever; filhos maus são uma prova para os pais.

211. De onde vem a semelhança de caráter que existe freqüentemente entre os irmãos, sobretudo entre os gêmeos?

    Espíritos simpáticos, que se aproximam pela similitude de seus sentimentos eque se sentem felizes de estar juntos.

212. Nas crianças cujos corpos nascem ligados, e que têm certos órgãos comuns, há dois Espíritos, ou seja, duas almas?

      Sim, mas a sua semelhança faz que muitas vezes não vos pareçam mais do que uma.

213. Mas se os Espíritos se encarnam nos gêmeos por simpatia, de onde lhes vem a aversão que, às vezes, se nota entre eles?

     Não é uma regra que os gêmeos tenham de ser Espíritos simpáticos; Espíritos maus podem querer lutar juntos no teatro da vida.

214. Que pensar das histórias de crianças que lutam no ventre da mãe?

      Imagem! Para figurar que o seu ódio era muito antigo, fazem-no remontar à fase anterior ao nascimento. Geralmente não percebeis bem as imagens poéticas.


215. De onde vem o caráter distintivo que se observa em cada povo?

     Os Espíritos também formam famílias pela similitude de suas tendências, mais ou menos purificadas, segundo a sua elevação. Pois bem, um povo é uma grande família em que se reúnem Espíritos simpáticos. A tendência a se unirem que têm os membros dessas famílias é a origem da semelhança que determina o caráter distintivo de cada povo. Acreditas que Espíritos bons e humanos procurarão um povo duro e grosseiro? Não. Os Espíritos se simpatizam com as coletividades, como se simpatizam com os indivíduos. Procuram o seu meio.



216. O homem conserva, em suas novas existências, os traços do caráter moral das existências anteriores?

    Sim, isso pode acontecer. Mas, ao melhorar-se, ele se modifica. Sua posição social também pode não ser a mesma. Se de senhor ele se torna escravo, suas inclinações serão muito diferentes e teríeis dificuldades em reconhecê-lo. O Espírito sendo o mesmo, nas diversas encarnações, suas manifestações podem ter, de uma para outra, certas semelhanças. Estas, entretanto, serão modificadas pelos costumes da nova posição, até que um aperfeiçoamento notável venha a mudar completamente o seu caráter, pois de orgulhoso e mau pode tornar-se humilde e humano, desde que se haja arrependido.

217. Nas suas diferentes encarnações, o homem conserva os traços do caráter físico das existências anteriores?

     O corpo é destruído e o novo corpo não tem nenhuma relação com o antigo. Entretanto, o Espírito se reflete no corpo. E embora seja apenas matéria, é modelado pelas qualidades do Espírito, que lhe imprimem um certo caráter, principalmente ao semblante, sendo pois com razão que se apontam os olhos como o espelho da alma, o que quer dizer que o rosto, mais particularmente, reflete a alma. Porque há pessoas excessivamente feias, que, no entanto, têm alguma coisa que agrada, quando encarnam um Espírito bom, sensato, humano, enquanto há belos semblantes que nada te despertam, ou até mesmo provocam a tua repulsa. Poderias supor que só os corpos perfeitos envolvem Espíritos mais perfeitos que eles, quando encontras, todos os dias, homens de bem sob aparências disformes? Sem uma parecença pronunciada, a semelhança dos gostos e das tendências pode dar, portanto, aquilo que se chama um ar de conhecido.

Comentário de Kardec: O corpo que reveste a alma numa nova encarnação, não tendo nenhuma relação necessária com o anterior, pois que pode provir de origem muito diversa, seria absurdo supor-se uma sucessão de existências ligadas por uma semelhança apenas fortuita. Não obstante, as qualidades do Espírito modificam quase sempre os órgãos que servem para as suas manifestações, imprimindo no rosto, e mesmo no conjunto das maneiras, um cunho distintivo. É assim que, sob o envoltório mais humilde, pode encontrar-se a expressão da grandeza e da dignidade, enquanto, sob o hábito do grande senhor, se vêem, algumas vezes, a da baixeza e da ignomínia. Certas pessoas, saídas da mais ínfima posição, adquirem sem esforço os hábitos e as maneiras da alta sociedade, parecendo que reencontram o seu elemento, enquanto outras, malgrado seu nascimento e sua educação, estão ali sempre deslocados. Como explicar esse fato de outra maneira, senão pelo reflexo daquilo que o Espírito foi?

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Dica Literária: Almas Crucificadas

 Um dos romances mais bonitos que já li onde descreve o tempo das cruzadas onde o  personagem principal Márcio Taciano, mata seu melhor amigo para ficar com a abnegada Dioneia.As páginas do livro o Espírito Vítor Hugo através da grande médium Zilda Gama fala da missão do Cristo e dos seus ensinamentos, reencarnação.Passagens de fenômenos mediúnicos em um templo de Artemis, onde vemos os personagens passando por acontecimentos e sofrimentos pela Lei de Ação e Reação principalmente o algoz de seu amigo.E o importante não é um romance espírita água com açúcar, para começar ser editado pela FEB e ser psicografado pela Zilda Gama onde há ensinamentos contundentes das Obras da Codificação em grade parte do livro.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Fantasias cartomânticas e tarológicas

Abelard Gregorian

Sempre me chamou atenção, não só no Brasil, mas também na Europa onde passei um período importante da minha formação, as vestes coloridas, véus, xales e turbantes utilizados por certa tribo de cartomantes. No entanto, no interior da França, onde vivi por um tempo, as senhoras moradoras das vilas e que lidavam com cartas nunca colocavam qualquer tipo de vestimenta diferente para conversar com quem as procuravam. Acontecia sempre uma entrevista discreta, sem alardes e aparatos exteriores, dentro dos costumes do tratamento cotidiano.
Com o tempo, especialmente após o advento da Internet, vimos crescer visivelmente a propaganda com “embalagens chamativas” que, por vezes, chegam ao carnavalesco. Como situar culturalmente este fato?



Por qual razão algumas pessoas utilizam vestidos coloridos, colares e turbantes para ler cartas? Uma primeira explicação que tenho ouvido para essa pergunta é que a cartomancia tem um lado espiritual que requer a utilização vestes especiais. Não me parece uma boa resposta, pois basta observar astrólogos e professores de astrologia, que lidam visivelmente com uma arte de natureza mais celeste que o baralho, nem por isso se cobrem de cetim ou vestes brilhantes para dar seu recado. Menos ainda podemos imaginar um mestre do I Ching com poses ou paramentos estranhos para traduzir as mensagens desse Livro mântico. São artes que ressoam discrição e recolhimento.
Se o termo "espiritual" estiver ligado ao mundo psíquico no qual trabalham os médiuns e sensitivos da doutrina espírita, vemos na prática que eles realizam o seu trabalho com sua vestimenta cotidiana, pois os trajes para eles não entram necessariamente em conta.
Igualmente, nenhum dentre os grandes professores de astrologia que encontrei, nem instrutores e mestres de I Ching, no Brasil e na Europa, usava heterônimos e, desse modo, sempre passaram eles longe de qualquer pseudônimo comercial ou de alguma forma de ocultação de sua verdadeira procedência.
Tento encontrar uma razão para esse cenário teatral utilizado por uma certa tribo de cartomantes e advinhas com bola de cristal. Digo “uma certa tribo” porque a grande maioria das videntes que conheci utilizavam apoios simples (vidros, copos, artefatos) e se vestiam de modo comum. Se não estiver enganado em minhas observações, a utilização de fantasias está relacionada à imitação das cartomantes ciganas. Trata-se evidentemente de um modo de pegar carona no prestígio que as mulheres da cultura cigana têm com relação à quiromancia e à cartomancia.
No caso, porém, das mulheres árabes que leem a borra nas xícaras de café, todas as que tive oportunidade de apreciar sua arte fizeram a interpretação com as vestes habituais que usam no dia-a-dia aqui no Brasil e nenhum delas se vestia com os véus e costumes árabes, mesmo aquelas que ainda guardavam forte sotaque de sua origem.



Uma hipótese



Na história do baralho, entre os séculos XIV e XVIII, apenas se tem registro de sua utilização em jogos de lazer e jogos com apostas em dinheiro, área esta em que não faltam pinturas e alusões às artimanhas, fraudes e trapaças. Quando se torna notória a utilização das cartas com finalidade mântica, no final do século XVIII, estão igualmente presentes as referências ao modo ardiloso e nem sempre correto como que muitos cartomantes atuavam.
Os nômades que na Europa passaram a utilizar o baralho como instrumento de mancia tinham e têm até hoje uma relativo descompromisso com quem atendem, pois logo estarão longe. O show-off para atrair a atenção é um recurso compreensível quando se tem pouco tempo em cada lugar para obter o dinheiro desejado. As nômades se permitem atuar, portanto, de forma muito diferente das mulheres que vivem numa comunidade em que mantêm relações estáveis com os demais moradores.
É curioso como a imagem de desconfiança que os ciganos inspiravam no interior brasileiro, até poucas décadas, tenha se transformado num charme a ser imitado. Será um simples “sinal dos tempos” em que tirar partido da situação é mais importante que a ética?! Talvez.
Devo confessar que ao ver gente mudando de nome para pseudônimos ciganos e utilizando imitações de suas roupagens festivas, fico com um pé atrás. Não consigo confiar em conselheiros que “fazem de conta” ser o que não são. Dom de representar e fazer teatro não me parece ser o diferencial para dar respeitabilidade aos profissionais que dizem se dedicar à ajudar e orientar outras pessoas. Mas reconheço que, no meu caso, trata-se de uma predisposição pessoal, que contrasta com uma forte demanda popular pelos cenários de fantasias exotéricas.

A farsa quântica


Seria injusto dizer que o arsenal disponível de adornos e lantejoulas se resume unicamente ao guarda-roupa festivo dos ciganos. Considero uma piada o fato de algumas pessoas se apresentarem como “tarólogos quânticos”...! O tema da relação entre a ciência moderna e o saber tradicional já foi apresentado no painel Esoterismo Quântico, com vários textos elucidativos do qual participei com alguns comentários em Botox quântico ].
Por que será que não existem também tarólogos “atômicos” ou “nucleares”? Era de se esperar que estivessem disponíveis, pois a física nuclear se mostrou muito efetiva em suas aplicações: permitiu a criação da bomba atômica e de usinas. Já a mecânica quântica não foi muito além da teoria, sem ter sustentado até agora qualquer aplicação prática digna de nota.
Pouquíssimos são os tarólogos e cartomantes que, de fato, estudam a tal teoria quântica. A maior parte mal sabe do que se
trata, mas sempre tem aqueles que encontram aí um belo nome para enfeitar a divulgação dos serviços que oferecem. E tudo indica que são bem sucedidos frente ao público específico que coloca as aparências e pseudônimos exóticos como a referencia. Sim, cada um na sua!

O que são os Exus?


Pela Fraternidade Espírita Monsenhor Horta

Exu é uma linha de trabalho da Umbanda (e de outras correntes, mas vou me ater ao que pratico) que atua nas trevas, porém não é necessariamente trevoso. É um espírito que já teve vivência humana, ou seja, encarnou, viveu, cometeu erros, aprendeu e desencarnou; mas não é regra que todo espírito que errou e que tenha sofrido em trevas tenha se tornado um Exu.
É um trabalhador sim da Luz, porém atuando nas regiões mais sombrias e que mais requerem sua atenção.
Em Mateus 9:12-13 encontramos:

Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.
Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.



E também, por infelicidade, acabou por haver uma demonização da figura de Exu. Para um leigo pode até aparentar ser algo próximo ou igual, até mesmo muitos que vivem em terreiros ainda tem esse tipo de preconceito (é a famosa preguiça de estudar), e não procuram desmistificar o assunto. No começo dos cultos afros, é claro que o Exu foi associado ao Diabo, pois não havia no meio católico (cristão) uma figura que fosse tão controversa quanto Exu, que representa muito mais que apenas uma entidade que faz o mal.
Nesse momento temos que diferenciar o Exu Orixá e a linha de trabalho de Exu. O Orixá é uma manifestação do Criador (Olorum, Olodumaré, Zambi, etc), nunca viveu encarnado, não é um espírito humano, é uma ‘deidade’; já os Exus (linha de trabalho) são espíritos humanos que vivenciaram experiências diversas e acabaram por sofrer um processo de ‘exunização’ (termo empregado nas obras de Rubens Saraceni, e que cabe bem aqui).
Em um primeiro momento foi até bom que o Orixá Exu fosse sincretizado com o Diabo Cristão, pois assim os negros tinham uma ferramenta de ameaça e de medo para utilizarem contra os ‘supersticiosos’ colonizadores e senhores europeus. Mas esse momento já se foi.
O que ocorreu é que um determinado autor começou a sincretizar os mesmos com os demônios da Goetia (Goécia), trazendo a visão de uma dualidade que não existia antes. Isso já dentro dos cultos umbandistas. E essa imagem quase não foi desmentida a princípio, evidenciando assim um grande desconhecimento dos próprios adeptos da Umbanda sobre as forças com as quais trabalhavam.
E eu ainda tenho que citar aqui a falta de vontade também dos próprios ‘umbandistas’ em desmentir tal feito, pois se viam assim como operadores de forças superiores e maléficas, que podiam impingir medo e conquistar as coisas na força através de pactos e escambos, ou vão me dizer que nunca ouviu um suposto umbandista alardear os feitos maléficos de seus pretensos Exus? Ou do troco que esse Exu causou na vida de alguém depois de uma paga de Padê ou Oferenda?
Exu não é ruim, não é diabo e não é também amiguinho de qualquer um. Eles são trabalhadores sérios, e ser sério não quer dizer falta de senso de humor, que operam nas regiões trevosas (até onde é permitido ir), e que muitas vezes abrem mão de sua ‘luz’ (em um sentido figurado) para auxiliar o próximo, metendo a mão onde muitos não ousam meter. Resgatam almas, aliados a outros espíritos ditos de direita também, e exercem a aplicação da Lei e do Karma. Também são anuladores, consumidores e absorvedores de negatividade, podendo esgotar Karmas e Situações Negativas.
Então também não me venham trazer esses Exus cheios de purpurina e paetês, eles não são assim, até porque como se portar dessa forma no local em que eles atuam? A forma às vezes grotesca que eles adotam é apenas uma técnica de  intimidação. Existem seres que estão tão cristalizados em seus negativismos que não conseguem sequer abrir mão para ouvir a razão, então de nada adiantaria uma conversa do Preto-Velho nesse caso com eles, pois eles só entendem a lei da força e coerção. O exu não vai agir contra o livre-arbítrio, até por ser uma entidade neutra, mas vai atuar conforme os desígnios da Lei Maior sobre esse ser, nem que seja necessário assustá-lo a ponto de tirar ele da inércia. Ainda falando sobre a forma que eles se manifestam, que variam, podemos dizer que as imagens de gesso que vendem por aí estão todas incorretas. Exu não tem pata de bode, não tem rabo de lagarto e nem língua de serpente.
O Exu também não é um espírito que baba ou que rosna ou que se arrasta pelo chão, isso se chama Médium Desequilibrado. O Exu vai se manifestar da melhor forma que o aparelho (médium) permitir, então vamos deixar de culpar o Exu pelo que o médium não tem. Eles não falam palavrões, não cospem, não bebem sangue, não se comprazem do sofrimento de animais, não fazem ameaças ou demandas, não se embriagam, não fumam desmedidamente e de forma alguma irão aceitar uma oferenda para prejudicar alguém.
O que eles fazem é muitas vezes virar as costas quando lhes é pedido para fazer algo ruim, e então abrem espaço para a entrada de espíritos trevosos, zombeteiros ou kiumbas que se passará por exus para enganar aquele que pediu tal coisa.
A questão do álcool e do fumo é algo bem preocupante, pois quem defende a posição de que exu pode beber 10 litros de destilado e fumar 3 caixas de charuto por noite (ou pior, cigarro industrializado) é porque não conhecem a magia por trás dos elementos. O Fumo é feito de tabaco (ou outras ervas próprias) que são designadas como ervas de poder, ou seja, possuem um efeito tanto no material quanto no astral e espiritual, com atuação energética, e o médium não precisa fumar, não existe o ato de tragar a fumaça, ou ficar fumando o tempo todo. O uso do tabaco passa por uma manipulação, a erva é queimada, e quando aspirada é misturada ao ectoplasma do médium, que sob a ação do espírito incorporado adquire a propriedade necessária para ação que tem que se desenrolar naquele momento. Não é para deleite do espírito.
O mesmo ocorre com o álcool que nem sequer precisa ser ingerido, apenas pode ser colocado em algum local para que as emanações do mesmo possam ser trabalhadas na contraparte energética ou astral e então aplicadas quando houver necessidade. Lembre-se que o álcool é um grande veículo para medicamentos e ao mesmo tempo é também um ótimo bactericida, se é assim no material porque também não no astral? Assim na terra como no céu, lembram-se?
Então, antes de dizermos que é o Exu, preocupemo-nos primeiramente com o Médium.
A esquerda fascina, mas muitos a vêm de uma forma deturpada.
Vamos abrir a mente para o estudo e para a evolução.

sábado, 23 de janeiro de 2016

As Figuras da Corte no naipe de Ouros

Sandra Ayana

 
O presente texto resultou da apresentação feita por Sandra Ayana na
Jornada com os Arcanos Menores, realizada no segundo semestre de 2010.
O trabalho de transcrição e de redação ficou a cargo de Ivana Mihanovich.


Comecei o estudo de tarô aos 13 anos de idade, quando tive contato pela primeira vez com o tarô de Marselha. Através da leitura de livros e da observação das cores, imagens etc, fui introjetando esses conceitos, pois na ocasião – início da década de 80 – não havia a profusão de cursos e informações que estão disponíveis hoje. Mais tarde, ao longo do estudo e da prática, desenvolvi um método de trabalho particular, que varia na utilização de diversos tarôs e também do baralho cigano, dependendo da minha intuição durante a questão proposta pelo cliente.
Em geral, começo com a mandala astrológica, sempre só com os arcanos maiores do tarô de Marselha. Em seguida, pego outro baralho completo, quase sempre o tarô Mitológico ou o Waite, embaralho e vou colocando aleatoriamente cartas sobre as casas, não necessariamente numa ordem específica. Costumo colocar duas, três ou mais cartas sobre cada casa da mandala e compreender essa junção exige a aplicação do conhecimento aliado à intuição. No entanto, conforme a pergunta, vou direto ao baralho cigano que, aliás, comecei a usar muito timidamente, até perceber seu imenso valor e a agilidade de suas respostas.
Naturalmente, para quem começa com toda a riqueza simbólica do tarô, o cigano pode parecer, à primeira vista, um tanto simples demais. Porém, ele prova ser um baralho muito rico e importante, tanto no  sentido oracular,  como também na ação
sobre o inconsciente. Afinal, todo oráculo é, em si, um instrumento de iluminação, tanto para o tarólogo ou cartomante, quanto para o cliente. Ao usá-lo, quase sempre abro sete cartas e então leio a história que essa sequência me conta.
Quando vou escolher um tarô para trabalhar, sempre observo o arcano do Diabo e do Eremita. O Diabo pelos aspectos densos que ele domina: a vida na matéria, o 'anjo caído'. E o Eremita, para mim, é fundamental, pois ele também é o portador da luz, assim como é simbolizado o Exu na Umbanda, que é o senhor do inconsciente e dos oráculos. Considero o Diabo, então, o portador da luz nos aspectos mais materiais e o Eremita no sentido mais espiritual. O arcano da Justiça também é de muita importância pois, além de pontuar o jogo, evoca a responsabilidade do tarólogo.





Sobre as figuras da Corte do tarô, falarei sobre o naipe de Ouros, do elemento terra, o naipe de realizações de bens materiais, onde nós encontramos as concretizações. Desse modo, quando esse naipe aparece ligado à parte espiritual temos uma pessoa que necessita de rituais para concretizar a sua espiritualidade. Também pode representar busca de poder material através da religião ou, ainda, falta de fé e visão voltada aos aspectos materiais da vida. Quando Ouros aparece ligado à parte mental, indica alguém que tem um pensamento prático, que não divaga muito em filosofias e subjetividades. Já Ouros presente nas questões afetivas aponta para uma pessoa que tem 'amor' à matéria, necessita do toque físico, de apegos. Ela precisa 'ter'.
Começando pelo pajem que, na cartomancia ao menos, simboliza criança, o Pajem de Ouros representa o pré-adolescente ou o adolescente, em geral um filho. Também é a carta que fala de pesquisa, de investimento. É portador de notícias financeiras e pode ser indicador de pouco dinheiro. Esta carta também representa necessidade sexual, na dependência do assunto e de outros arcanos à volta.
O Cavaleiro de Ouros é a carta de realizações financeiras: lentas, mas certas. Indica confiança, inteligência, persistência. Tudo aquilo que esse Cavaleiro tem por objetivo, ele consegue. Esta carta traz boas mudanças materiais. Nas questões de tempo, costumo dar o prazo de 6 meses a 1 ano para a realização.
A Rainha de Ouros representa uma pessoa que dá valor ao corpo, vaidosa e sensual. Indica segurança, estabilidade e abundância material. Protege e conserva os seus bens. Uma pessoa generosa. Também pode indicar alguém que usa a sensualidade com objetivos financeiros.
Finalmente, o Rei de Ouros simboliza riqueza, sucesso, liderança, realizações. Representa um homem com dinheiro, geralmente fiel, muito prático, que não costuma ter problemas emocionais, pois aquilo que deseja, anseia ou precisa ele simplesmente compra. Por isso, atrai homens e mulheres oportunistas com interesse no seu dinheiro e poder.

A Coroa Mediúnica: Entendendo o desenvolvimento do médium


Por Fraternidade Espírita Monsenhor Horta

Desenvolver a mediunidade é muito mais do que simplesmente ir até o terreiro e deixar-se levar, cedendo o corpo para as entidades que lá se manifestam.

Muitas pessoas confundem desenvolvimento mediúnico com incorporação pura e simples. Entendam, não há como simplesmente ir e chacoalhar o corpo no terreiro, isso não é engrandecedor e qualquer um pode fazer isso, ou melhor, pode achar que está fazendo isso.

Parte do desenvolvimento mediúnico se dá também com o estudo pautado no bom-senso, que irá ser o direcionador dos trabalhos espirituais que serão desenvolvidos. Primeiramente devemos compreender que não importa só achar que está fazendo algo, mas é preciso realmente entender o que se passa, até aquele algo ocorrer. Como comparação, durante o ensino médio não nos importa como os átomos se comportam em uma reação nuclear, só nos importa calcular sua massa atômica e como eles reagem através das fórmulas. Porém, se nos propormos a fazer uma faculdade em Física, devemos saber como isso ocorre e todas as situações por detrás do mesmo, além de não se deixar levar por ilusões ou convicções inabaláveis.

Nos cursos de desenvolvimento mediúnico, prioriza-se muito a estrutura padronizada e quase não se dá a atenção ao desenvolvimento humano, ao desenvolvimento emocional e ao desenvolvimento moral do postulante a médium. Cada médium é um ser independente, com suas próprias incertezas e com seus próprios receios. Além disto, cada um precisa de uma lição diferente, que sempre vem com a mediunidade, não podendo receber instruções enlatadas.

Além desse completo desinteresse dos “sacerdotes” pelos seus filhos-de-fé, contamos ainda com o despreparo dos mesmos para compreender como desenvolver seus discípulos. Como foram geralmente formados nesse mesmo padrão, acabam passando para frente a estrutura que aprenderam, mas que não ajuda todos. Chegam, inclusive, a se esquecer de pilares básicos da Umbanda, como o tema desse artigo: A Coroa Mediúnica.


Os postulantes a médiuns, que podemos facilmente chamar de cadetes, devido à proximidade da Umbanda com um sistema hierárquico militar, são expostos a giras fechadas, com a promessa de que desenvolverão sua mediunidade e incorporarão seus guias e alguns todos os guias que forem evocados. Contudo isso não é verdadeiro, de fato é até perigoso.

Quando temos a missão de sermos médiuns – ostensivos e ativos – carregamos certa estrutura psíquica e espiritual diferenciada, preparada para o contato com o mundo astral. Além disto, contamos com uma carga maior de fluído nervoso (ectoplasma) para as manifestações. Isso não nos faz melhores, apenas mais adaptados para o trabalho que será realizado, porém isso é como uma ferramenta, o seu bom uso depende do usuário e não da ferramenta.

Uma das primeiras considerações aqui é que nem todos somos médiuns de incorporação, logo não adianta forçar uma incorporação que a mesma não ocorrerá. Outro dia, respondendo a um leitor, comentei sobre isso e o mesmo me indagou:

    “Mas todos lá no terreiro acabam incorporando os guias que são chamados! Eu vejo isso ocorrendo, como você pode me dizer que isso não acontece?”

Respondo: Nem sempre o que vemos é a verdade, o véu de Isis é muito denso em alguns casos e para algumas pessoas. Elas não conseguem se livrar da ilusão e da necessidade de acreditar que são diferentes ou melhores, pois é isso que acham que um médium é! Alguém melhor que os outros. Isso é uma tremenda ilusão, na realidade os médiuns tem muito mais a dever do que quem não possui uma mediunidade ativa.

Com isso quero dizer que algumas pessoas simplesmente ACHAM que estão incorporando, são hipnotizadas para acreditar nisso e outras são manipuladas para tal. Alguns até mesmo não incorporam nada e nem sequer tem uma manifestação mediúnica, mas agem com trejeitos de caboclos e pretos-velhos em um teatro sem fim. A isso damos o nome de mistificação, que pode ser consciente ou mesmo inconsciente.

No desenvolvimento mediúnico, é analisado se primeiramente existe a mediunidade e depois tenta-se achar qual é o tipo de mediunidade que o postulante possui. Logo que foi definida procede-se com os trabalhos, procurando sempre o Evangelho de Cristo, como bússola moral, para guiar as manifestações mediúnicas a princípio (e durante toda a vivência mediúnica de fato!).

Após compreendermos isso, temos outro porém: a chamada Coroa Mediúnica. Coroa é o termo usado para definir aquilo que vem acima de nossa cabeça, o Ori ou chakra Coronário. Há uma falsa informação de que possuímos todos os guias em nossa coroa, ou seja, a nossa disposição. Que basta apenas que os evoquemos – através de cânticos, chamados e até mesmo pontos cantados – para que os mesmos venham ao nosso socorro e ao trabalho. Isso é em partes real, porque realmente podemos evocar qualquer espírito que quisermos, porém isso é muito mais real no Espiritismo, onde o trabalho é de conhecimento, de pesquisa e de experimentação. Então, cabe facilmente o fato de evocar um espírito para lhe fazer perguntas e aumentar o conhecimento acerca de alguma ciência ou assunto. Porém, nem sempre quem nos atende é o espírito que chamamos, muitas vezes é um espírito simpático, pois o espírito que chamamos pode, entre outras coisas, estar ocupado, estar reencarnado ou até mesmo estar em trevas e preso. Conseguem perceber onde quero chegar?



Já a Umbanda tem uma característica de socorro, de auxílio e de ajuda. É um grande hospital, agindo hora como pronto-socorro e hora como clínica para tratamentos mais longos. Então, não podemos chamar um espírito, que não tenha conhecimento algum, para auxiliar uma pessoa. O auxílio deve ser feito com especialistas, com espíritos preparados para tal e em nossa humilde opinião, quem somos nós para identificar tal? Por isso que a Coroa mediúnica é formada antes da nossa encarnação.

Primeiramente nos é definido (de fato escolhemos conjuntamente) um Espírito que tomará a função de Chefe-de-Coroa, que será o Espírito responsável pela nossa mediunidade e de tudo aquilo que faremos com ela. Esse espírito é quem toma conta da nossa cabeça e permite outros guias a se manifestarem. Então, o médium Everaldo tem um Guia-de-Coroa chamado Caboclo Pena Branca, porém naquele dia de trabalho, será chamada as linhas de pretos-velhos. O Preto-Velho Pai João pede permissão par ao Caboclo Pena Branca para se manifestar no seu pupilo e assim é feito. O mesmo ocorre em um processo de obsessão espiritual, mesmo que seja difícil ou duro ver isso. A obsessão só se instala quando nós estamos em desequilíbrio ou negativados, se não houve merecimento, não há obsessão. Mas todos nós somos devedores e temos falhas a serem resgatadas, logo acaba por muitas vezes se instalando obsessões em nossa vida. Pior é que como médium há um canal aberto, o seu chefe-de-coroa, que é um Espírito Evoluído e esclarecido irá permitir que o obsessor atue, pois você está vibrando na frequência dele e deve aprender uma lição com isso. É meio rude? Pode até ser, mas é assim que as coisas são.

Ainda no nosso exemplo, o Pai João não estava lá passeando e falou:

    “Opa! Hoje tem gira ali e tem aquele médium, vou lá usar ele como instrumento!”

Não é assim que acontece. O Pai João já fazia parte da sua coroa mediúnica, ou seja, do exército (ou time) de espíritos que são escolhidos para servirem mediunicamente através daquele médium. Mas isso não implica em ter TODOS guias de TODAS as linhas em nossa coroa. Geralmente possuímos todos Caboclos e Pretos-Velhos, mas nem todos possuem Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e até mesmo Exus e Pombagiras.

Tem gente que diz que podemos chamar caboclos de todas as linhas, mesmo que esses não façam parte da nossa coroa. Olha, poder até pode… Mas que trabalho será executado assim tão forçosamente? Não é melhor trabalhar com algo que já estamos familiarizados? Porque nesse caso o que importa é o resultado, ou seja, o auxílio a ser prestado.




Então, nosso médium Everaldo possui um Caboclo Pena Branca na coroa, mas não tem um Caboclo Peito de Aço. Porém em um gira de Ogum, o sacerdote desinformado começa a chamar o Peito de Aço e obriga todos a incorporá-lo. Isso não é saudável, pois é um guia que não está acostumado a trabalhar com aqueles médiuns e irá necessitar (caso realmente incorpore) de mais fluído nervoso (ectoplasma) para manifestar-se. Porém nem todos conseguem ter esse tônus extra. Em minha concepção, respeitar a coroa mediúnica é mais importante do que saber o nome e os pontos dos guias. É extremamente prioritário saber quem são seus guias e entender que não é preciso ter todos os guias na sua coroa se manifestando. Que os guias que estão comprometidos com você, são mais que suficiente para executar todas as obras que são necessárias dentro do seu mediunato.

Pode ser que você incorpore dez vezes o Caboclo Pena Branca e apenas uma o Pai João. Pode ser que vários guias se revezem nos trabalhos caritativos de atendimento e pode ser que você nem sequer tenha muitos guias, mas o que importa não é a quantidade, não é? O que realmente importa é a qualidade. Então, se livre desses pensamentos padronizados e pasteurizados. Precisamos entender cada médium como um ser humano em desenvolvimento, além da mediunidade.​

sábado, 16 de janeiro de 2016

Mensagem : O Teste

Ditado pelo Espírito: Emmanuel
Psicografia do médium: Chico Xavier


"931. Por que são mais numerosas, na sociedade, as classes sofredoras do que as felizes?

'Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre.' ''
                              
                                                                          Allan Kardec, O Livro dos Espíritos 










Lutando, disseste :''Não posso mais"
E ajudaste os que te roubam a fortaleza.

Batido, reclamaste:" reagirei"
E amparaste os que te induzem a violência.

Esquecido, gemeste: " estou sozinho".
E ajudaste os que te bloqueiam a confiança.

Caluniado,bradaste: "vingar-me-ei"
E amparaste os que te guiam à crueldade.

Ferido bradaste:"quero justiça"
E ajudaste os que te furtam a tolerância.

           ***

Por isso mesmo, asseveras frequentemente:
-Morro de angústia.
-Enjoei de viver .
-A fadiga me vence.
-Tudo perdido.
-Nada mais a fazer.
Tentando justificar-te, recorres à filosofia de ocasião e repetes rifões e chavões antigos:
-A dança obedece a música.
-Faço como me ensinam.
-Seja virtuoso quem puder.
-Amanhã virá quem bom me fará.
-Tarde demais.
-Fiz tudo.
-Depois eu faço.
-Lavei as mãos.
   
      ***





Recorda porém, que toda dificuldade é teste renovador.
Todos somos tentados na imperfeição que trazemos.
Queixa é fuga.
Impaciência é perigo.
Censura é auxilio ao perseguidor.
Revolta é força que apressa o crime.
Ataque é óleo no fogo.
Desforço é golpe que apaga a luz.
Desespero é chave do ladrão.
Maltratado, busca o bem.
Injuriado, fala o bem.
Contrariado, procura o bem.
Traído, renova o bem.
Assaltado, conserva o bem.
A única forma de clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com que for e seja onde for, esquecer o male fazer o bem.




Dilma em 2016


  Nas cartas ciganas  aparecem no jogo; O Cavalheiro, Os Lírios, O Jardim e O Caixão.
Um homem provavelmente trará para o seu governo um pouco de tranquilidade e controle talvez o novo ministro da fazenda ou um reforço em sua equipe. 
 O lado espiritual da presidente, em O Jardim esta bem abalado para isso deve recorrer as preces. E além disso tudo deve buscar uma boa articulação política.
 Vi em O Caixão +  O Chicote representam mudanças que trarão mais discórdia e aborrecimentos, além de mais confusão em Brasília, principalmente no congresso.
  Imprevistos e outros obstáculos virão como mostra A Cegonha, além de tudo Dilma deve cuidar do emocional.


   O Cão e Âncora mostram que ela  deve o mais rápido possível buscar obas articulações, novas soluções que darão segurança em seu governo.
   O Urso  representam Cunha e Temer já que a relações entre os dois andam estranhas, ela não deve revelar todas as estratégias, já como vazou a falada carta de que Dilma desconfia de seu próprio vice; que está mancomunado com Eduardo Cunha,para o  seu impeachment.
    O Livro, já revela que ela deve buscar projetos eficazes,embora paliativos a longo prazo,para estabilizar a economia mesmo para dar satisfação a população que anda muito descontente.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Prece ao Pai Benedito

Pessoal devido a motivos profissionais as postagens serão agora apenas aos sábados.


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, louvado seja o Pai Nosso, Criador do Céu e da Terra. Saravá, grande chefe, Pai Benedito.
Agô, meu Pai. Agô para dirigir-vos esta prece, em nome dos vosso filhos de fé que vêm suplicar vossa proteção na graça de Zambi. No pegi de nossa fé, ajoelham-nos contritos, implorando maleme para nossos erros.


Vós, que tanto sofrestes e nos deixastes o exemplo de vossa fé, de vossa coragem, vós que tivestes o vosso corpo açoitado e derramastes o vosso sangue pela salvação de vossos irmãos e destes a vossa vida em troca de nossa liberdade, vós que tendes o Dom de aplacar a ira dos odiosos e as angústias dos sofredores, vós que tendes o poder de amparar os fracos, vós que sois a glória de nossa glória, protegei-me agora e sempre contra nossos inimigos com a força que emana de Oxalá.


Protegei-me contra a inveja, contra a calúnia, contra as perseguições, contra o despeito e contra os espíritos obsessores que tentam perturbar o nosso bem-estar.


Dai-nos perdão para as nossas faltas. Suplicamos a vossa proteção porque sois a luta que ilumina os nossos passos; suplicamos o vosso amparo porque sois um discípulo de Jesus Cristo; suplicamos a vossa indulgência porque sois um enviado de Obatalá.


A vós, Pai Benedito de Aruanda, endereçamos esta prece, esperançosos de receber de vós e de vossas luminosas falanges, o conforto para o nosso espírito, o alívio para os nossos sofrimentos e o auxílio que tanto necessitamos para cumprir a nossa missão na Terra.


Dai-nos forças para resistir às vicissitudes e os dissabores. Dai-nos coragem, dai-nos convicção para que possamos enfrentar e vencer as nossas dificuldades. Dai-nos luz, para não nos perdermos nas trevas do pecado, da ambição, da soberba e da avareza.


Humildes servos de vossa Seara, suplicamos a vós, Pai Benedito de Aruanda: dai-nos forças para continuar a jornada de pensamentos, para que não sejamos atraídos para os caminhos escuros do egoísmo. Esclarecei a nossa mente para compreendermos, em toda a plenitude, nossos deveres para com a nossa crença. Afastai do nosso pensamento as tentações que nos atraem para o mal, com ilusões passageiras que poderão causar a nossa própria ruína.
Dai-nos compreensão, dai-nos calma e serenidade para que saibamos viver entre os nossos irmãos, premiando os bons e perdoando os maus. Dai-nos forças para ajudar os fracos e consolar os angustiados. Dai-nos bondade para que possamos distribuí-las entre os nossos irmãos sofredores.

Prometemos cumprir os vossos preceitos e seguir os vossos passos sem temer as pedras e os espinhos... 
Prometemos venerar e respeitar os nossos semelhantes, os nossos pais e os nossos irmãos, amar e amparar os nossos filhos. Na graça de Zambi, na graça de Oxalá, na graça de Deus e na graça de seu filho Jesus, saravamos a vós, Pai Benedito, que assim seja.


Axé!