sábado, 16 de abril de 2016

Os Cavaleiros


  Compilação de
Constantino K. Riemma


A figura do cavaleiro talvez seja a mais rica quanto às possibilidades de relatos históricos, visto responder a um simbolismo relacionado ao ritual das ordens de cavalaria.
O caráter esotérico dos Templários, seus ritos, seus contatos comprovados com os sobreviventes orientais da gnosis alexandrina, e seu fim espetacular devem ter influído na visão que os gravuristas — Les imagiers du Moyen Age — projetaram nas cartas da corte.

A terrível conclamação de Jacques de Molay*, na fogueira do suplício foi amplamente comentada entre os iniciados medievais e não é impossível que a sombra dos cavaleiros brancos tenha dado origem a esse personagem que rompe o simbolismo trinitário e familiar das figuras do Tarô.

  * Nota histórica: Jacques de Molay, Grande Mestre do Templo, foi queimado vivo em Paris, na manhã de 18 de março de 1314. No patíbulo, negou publicamente todas as acusações contra a Ordem dos Templários e convocou seus carrascos a comparecerem naquele mesmo ano ante o tribunal de Deus. Clemente V morreu em 20 de abril, apenas transcorrido um mês, e Filipe pouco mais tarde, a 29 de novembro de 1314.  


Num sentido geral,  podemos afirmar que o símbolo do cavalo está relacionado ao papel de intermediário entre o mundo inferior ou terrestre e o mundo do espírito ou logos, representado pelo cavaleiro, aquele que buscou e encontrou o caminho de prevalecer sobre a matéria.

Esta figura encontrará sua explicitação nos arcanos maiores 6. Os Enamorados e 7. O Carroe, no aspecto iniciático, corresponde ao período dos trabalhos e dos esforços concretos para a realização. Psicologicamente, refere-se aos estados intermediários ou de transmutação, presentes também na fase transformadora da Grande Obra alquímica

Três dos cavalos do Tarô são mais ou menos idênticos, de cor carne e com cascos azuis, mas o de paus é branco e seu corpo está coberto por uma manta.

Somente um o Cavaleiro de Espadas traz armadura e elmo. Dois deles — o Cavaleiro de Paus e o de Ouros — estão com chapéu. O Cavaleiro de Copas é o único que se apresenta com a cabeça descoberta. Os quatro são jovens e sem barba, e levam a marca da sua série: os de copas e ouros na mão direita, e os outros dois na esquerda. Três dos cavalos andam da direita para a esquerda, mas o de ouros caminha na direção oposta.

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