sábado, 26 de julho de 2014

Nanã Boroquê -Evolução e Sabedoria


  Nanã Boroquê é a Orixá situado no pólo negativo da Linha da Evolução, fazendo par com Obaluaiê. Seu campo de trabalho é o psicológico dos seres enquanto Xangô trabalha a razão, Iansã a emoção Nanã trabalha o psicológico, fazendo com que os seres em estados desequilibrados psicologicamente  se aquietarem , até passarem por uma decantação minuciosa de seus vícios e desequilíbrios psicológicos.
   Nanã irradiando nos induz a evoluir: a maleabilidade e a decantação. Nanã transmuta as energias negativas e paralisantes dos seres a modo de equilibrá-los, as coisas negativas e errôneas que desenvolvemos a respeito das coisas divinas e reconduz-nos a um caminho de evolução, a modo de equilibrá-los.
    Nanã maleabilizando, vai desfazendo o que foi paralisado ou petrificado nos seres, dando os a maleabilidade, tanto que Nanã é uma orixá Ctônica-Aquática, ou seja, tirando o que está petrificado no ser (Ctõnico ou telúrico) e dando a maleabilidade(Aquático) .Quando um ser estaciona em um padrão vibratório negativo (pensamentos,crenças,emoções)e insiste ficar neste estagio,ficar impermeável as coisas da Luz,esse espírito é mandado aos campos de Mamãe Nanã Boroquê.
    Na decantação Ela retira tudo de negativo, todos os vícios que há no espírito, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias.
    Nanã é um orixá terra-água (ctônica - aquática), pois a terra é dura, inflexível e a água é maleável e se adequada em qualquer recipiente.
   Depois de o espírito estar equilibrado Ela devolve para os campos de Obaluaiê.
 Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã. Vamos pensar num lago. Um lago tem a superfície calma, de águas tranqüilas, que parecem estar paradas. Mas ele puxa para o fundo qualquer coisa que nele seja atirada, ele decanta silenciosamente. Assim é a Energia de Nanã, a Mais Velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe Oxum, simbolizada pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a Energia da Mãe Jovem.

 Diferente também de Iemanjá, a Grande Mãe, simbolizada pela imensidão do mar. Todas Elas lidam com as nossas emoções, porque a água está relacionada ao emocional e como as outras Iabás  das águas Nana é ligada a maternidade. E Nanã representa a calmaria, a decantação das nossas emoções e sentimentos; motivo pelo qual Ela também pode nos curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional (raiva, inquietação, impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja etc.). Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã nos acalma e nos transforma. Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos. Como portadora dessas Qualidades, Nanã também é o Mistério de DEUS que atua sobre o espírito que vai reencarnar. No processo da reencarnação, o Orixá Nanã dilui todos os acúmulos energéticos daquele ser e decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos.
   Em conseqüência, Ela adormece (“apaga”) a memória daquele espírito. E quando o espírito adormece em sua memória, entra a atuação de Pai Obaluaiê, que é o Regente desse Mistério, para reduzi-lo ao tamanho do feto que está no útero da mãe, aonde o espírito irá se alojar para renascer; e, ao renascer, não se lembrará de nada do que vivenciou anteriormente. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres.
 E, se Oxóssi aguça o raciocínio, Ela adormece os conhecimentos do espírito, para que não interfiram com o destino traçado para a sua nova encarnação. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, período no qual a pessoa começa a se esquecer de coisas que vivenciou na atual encarnação. Mãe Nanã rege também sobre a maturidade. 
 Em outra linha da vida, encontramos sua atuação na menopausa. No inicio desta linha está Oxum, estimulando a sexualidade feminina; no meio está Iemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Mas esta paralisação nada tem de negativo, pois faz parte do processo natural da vida e ainda facilita a canalização daquelas energias (antes concentradas na função procriadora) para outros campos e horizontes. Nanã, em seus aspectos positivos, forma pares com os outros treze Orixás, sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. 

 Ela favorece a Evolução em todos os Sentidos da vida. Nanã é “a mais velha das Mães”, é nosso aconchego, é a experiência, a sabedoria, a paciência, é nossa Divina “Avozinha”. Daí o seu sincretismo com Nossa Senhora de Santana, a santa católica que foi a avó de Jesus. Mãe Nanã é associada aos planetas Saturno e Vênus e também aos números 06 e 13.

Aspectos Particulares


Nome:Nanã Boroquê
Polo:Positivo:Obaluaiê (e não Omolú)
Dominios:Lagos,lagoas e pãntanos 
Elemento:terra e água (Ctônica-Aquática)
Comidas:Canjiquinha e sarapatel]
Velas e Cores:Roxo e/ou Lilás (3 ou 7 contas alternadas de roxo com lilás)
Dia da Semana:Domingo 
Sincretismo:Santa Ana 
Saudaçao:Salúba.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O Tarô e o Futuro


                                                                           Ana Marques
             
Olhamos para o tarô e o associamos ao incerto, ao vazio, ao desconhecido. Fazemos dele uma ponte para as nossas projeções do futuro, a partir da nossa ideia do que nos está reservado. Suas misteriosas figuras nada nos dizem, por vezes, mas sentimos intensamente que os símbolos fazem parte de nosso interior, e que seus mistérios nos levarão a conhecer conquistas ou infortúnios que nos estão reservados.
O que não conseguimos perceber é que os sentimentos que o tarô desperta existem dentro de nós: são espelhos da nossa vida e da forma como encaramos cada fato ocorrido no dia a dia. Por mais que pareça estranho pensar assim, o futuro não é uma incógnita: ele é o resultado de cada uma de nossas ações.

O Futuro: construído ou predestinado?


Se com nossas atitudes, toda uma série de acontecimentos ocorre, com que então poderíamos afirmar a existência de algo parecido com o Destino? Ou com a noção vendida edifundida a respeito do Destino? Onde vamos colocar na nossa vida a ideia de um ser "superior" que nos guiaria, onde seríamos como cachorrinhos na coleira do dono? Aceitar a existência desse mestre que escreveria as linhas de nossas vidas, seria como aceitar a castração do indivíduo, a limitação da capacidade do ser para conduzir a própria vida. De que serviria crescer, se aperfeiçoar, ler e produzir, se a nossa vida estivesse inteiramente pré-determinada? A própria ideia do livre arbítrio contradiz essa noção de destino traçado. No momento em que acreditamos que podemos decidir nosso caminho, estaremos automaticamente influenciando o nosso futuro. Se, ao contrário, o destino é imutável, então o livre arbítrio é uma piada de mau gosto, porque de antemão tudo é conhecido e estamos vivendo dia após dia com as consequências de escolhas que outros fizeram por nós, enquanto nos enganam, dizendo que fomos nós que decidimos assim.
Acreditar na predeterminação é abdicar da responsabilidade perante a própria vida e, em muito, do sentido dela. Qual seria o sentido de vivermos procurando ser melhores do que fomos, se tudo que poderemos ser já é conhecido de antemão? Se não existem surpresas e nem escolhas? Seríamos peões num jogo de xadrez cósmico?
Muitos acreditam em destino, mas não pela lógica, porém por uma insistência em fugir de si mesmo e dasconsequências advindas das próprias escolhas. Uma vez que o Ser Superior não está nos dando a mão e dizendo para que lado devemos ir, cabe única e exclusivamente a nós a decisão e a responsabilidade pelas consequências advindas dela. Pode não ser confortável pensar assim, mas pelo menos estaremos sofrendo as consequências do que tivermos escolhido, com um livre arbítrio real, e não teremos desculpas para fugir de um problema que insistimos em dizer que não causamos.
No mito de Édipo, este ouve uma profecia onde mataria seu próprio pai e casaria com a mãe; devido a isso ele decide fugir, e em momento algum pensa em enfrentar a situação. Preferiu vestir a roupa do mártir e abandonar seu lar, indo exatamente ao encontro das profecias, porque escolheu permanecer inconsciente de sua realidade e, consequentemente, de si mesmo. Ao colocarmos a culpa no Destino, tal como Édipo, nos colocamos na posição de inocentes fantoches da vida e vítimas do acaso, na qual repetiremos incessantemente: "a vida quis assim", quando na realidade fomos nós que tivemos medo, abaixamos a cabeça e entregamos a responsabilidade.
O medo é um sentimento poderoso, foi ele que inspirou nossos antepassados na criação dos Deuses e dos rituais para agradá-los. Como nossos antepassados, temos medo do que desconhecemos. No entanto, em nossos dias, onde a ciência se encarregou de nos explicar a lógica natural por trás de uma série de eventos, o que permaneceu como um grande desconhecido é o nosso amanhã. Nisso as pessoas se dividem entre os que vivem o presente, aqueles que ignoram o futuro e os que desejam avidamente conhecê-lo. Esse terceiro grupo procura toda sorte de oráculos: runas, leitura da borra de café, bola de cristal, entre outros. Além, é claro, do tarô.
Ao buscarem os tarólogos e cartomantes, estão tentando descobrir no futuro o que (acreditam) estar reservado e, principalmente, se tudo que desejam está previsto nele. Olham ansiosamente as cartas emba-ralhadas e depois dispostas da mais variadas formas, veem símbolos arrepiantes: cachorros uivando para a lua, uma torre caindo e levando homens com ela, o diabo segurando uma corda que está amarrada a duas pessoas. Quando acham que estão apavorados, novos símbolos os acalmam: estrelas no céu onde uma mulher derrama água na terra, um lindo sol sobre duas crianças, uma dançarina envolta numa coroa de flores. Não entendem exatamente o que cada um deles quer dizer, por isso, perscrutam a expressão do tarólogo. Desejam adivinhar o que ele pensa o que viu o que enfeitou o que não contou. Pensam em toda uma série de perguntas para que todo o futuro seja decifrado, até que cada esquina possa ser virada sem surpresas.
Depois, inutilmente, refazem a mesma pergunta, desejando que em algum momento o tarô dê a resposta que querem ouvir.
E saem dessa consulta com todo o futuro gravado numa fita, anotado num papel ou guardado na memória. Ficam esperando que as previsões se realizem: que indubitavelmente mudarão de emprego em seis meses, que ficarão levemente doentes no próximo mês, que "aquela" pessoa os ama, que os parentes os respeitam, que aquele amigo realmente os inveja e que o problema financeiro será resolvido com o aumento de salário, na mudança de emprego.
Ao buscarem essas respostas, estão querendo visualizar um futuro de contos de fadas, onde os dragões e bruxas más já terão sido derrotados. Normalmente não querem saber onde estão as suas falhas e fraquezas, o que podem melhorar e polir para serem pessoas mais inteiras nesse futuro. Interiormente sabem a resposta para essas questões, e não as querem ouvir. O que buscam, na realidade, é o que está fora, quando qualquer resposta vem de dentro.
Querem acreditar e ouvir que o futuro está desenhado. Ficarão tranquilos e seguirão em frente. Então os meses se passarão e o emprego novo não virá. Não entenderão mais nada: "O futuro não estava garantido? Não era apenas esperar?". Não... Não era.
Não bastava o que o tarô havia mostrado, era preciso que as atitudes fossem tomadas. Apenas atitudes (ações) geram consequências. Não existe viagem à Paris para quem se esconde debaixo da cama, nem emprego para quem não o está buscando. O futuro que foi visto não era um destino inexorável, não ia se realizar sem que cada um fizesse a sua parte. Porque o futuro depende do presente. Sem que o emprego novo seja procurado (anúncios, currículos cadastrados, amigos da mesma área) ele não se concretizará. Em algum lugar, o novo emprego estava vago, mas como não fomos até ele, uma outra pessoa foi, e assim, uma oportunidade se perdeu.
O peso que cada ação pode ou não ter em nossa vida faz parte do que será o nosso futuro, já que ele não se encontra imutável diante de nós, esperando-nos como se fosse uma espada sobre nossas cabeças. O futuro é construído a cada segundo, a cada passo que atrasamos na rua para ver uma vitrine, a cada revista que deixamos para comprar amanhã.
As menores ações, aparentemente pequenas e inofensivas, podem modificar toda nossa expectativa de futuro. Nós todos conhecemos exemplos assim. A escolha de pertencer a uma lista de discussão na Internet pode dar início a mudanças radicais, onde os contatos com novas pessoas poderão dar o impulso necessário para um novo emprego, uma nova casa ou mesmo um casamento.
Apesar de tomarmos decisões o tempo todo, nossa visão de suas consequências é extremamente limitada. Cada virada de esquina nos leva a caminhos novos, onde todos os nossos valores poderão ser testados e modificados, onde nossas vivências passadas nos orientarão rumo ao futuro, onde novas atitudes serão cobradas, e caberá a nós a procura, em nosso interior, de que forma caminharemos naquela estrada, ou se pegaremos o atalho logo à direita.
Portanto, as nossas ações não têm o tamanho e nem importância pré-definida. Essas variantes vão sendo conhecidas conforme o tempo passa e o mundo que nossa atitude escondia por trás dela começa a se desenhar. A cada momento em que vemos novas consequências diante da (suposta) pequena mudança de rumo tomada, percebemos que um universo foi deixado para trás, e outro novo se abriu à nossa frente.
Por isso, os conceitos anteriormente explanados são importantes e complementares: o futuro é constituído de ações, e essas ações não tem tamanho, tem consequências.
Mas então, se o tarô não serve para "prever" o futuro, para que serve ele? Qual a sua utilidade?

A Utilidade do Tarô - Uma jornada


A utilidade primordial do tarô não se trata de adivinhar o futuro, mas enxergar quais são os caminhos estamos escolhendo e o porquê. Ele utiliza símbolos para acessar o que existe de mais verdadeiro dentro de nós: o nosso inconsciente. Nossas motivações, interesses, características, suscetibilidades, mágoas e problemas. O tarô pode nos colocar frente a uma jornada, onde a vivência em cada Arcano nos mostraria um pouco de nós mesmos, para que então pudéssemos caminhar em direção à "individuação", utilizando um termo de Jung, numa direção que nos colocaria conscientes de nós, fazendo com que deixássemos de ser seres amestrados reagindo ao estímulo apresentado. Cada faceta do inconsciente, seria trazida ao consciente e, aos poucos, poderíamos perceber o que realmente queremos fazer, e aquilo que é resultado apenas de reflexo. Para que deixemos de ser como ratos numa experiência de laboratório. Quem não se conhece, se comporta como um rato, reagindo ao queijo ou ao choque que lhe é dado.
Percebendo os estímulos, não escolhe as atitudes de sua vida: é sua vida que determina as suas atitudes. Ao sofrer pela conclusão de uma escolha, ficará arraigado em si o sentimento
de que sofrerá novamente diante daquela escolha, não se fazendo as necessárias perguntas: qual foi o motivo do sofrimento? Qual atitude que tomei que me levou a essa dor? Toda e qualquer atitude como essa me levará necessariamente a um processo doloroso? É necessário diferenciar a reação automática de um comportamento a ser adotado. O velho ditado "gato escaldado tem medo de água fria" é perfeito para ilustrar como a grande maioria das pessoas se comporta. Como na analogia, associam a "água" com a "dor" sem procurar conhecer os demais fatores que ocasionaram a situação. Sendo assim, a reação se tornou a atitude e, a partir de agora, qualquer "água" será a possível causa da "dor". Esse tipo de análise faz da vida uma série de acontecimentos superficiais, onde o sentido do momento vivido foi apenas arranhado.
Se estamos dispostos a sair da superfície e a não aceitarmos mais respostas limitantes como "eu sou assim mesmo" ou "foi o destino", e se não queremos mais cercear nossa capacidade de conscientização, o tarô pode ser uma valiosa ferramenta. Servirá para acessarmos as profundezas de nossas motivações e experiências anteriores, para começarmos a trilhar o caminho de volta para nosso interior.
                       
Com seus arquétipos, o tarô nos ajuda a construir a estrada de nossa personalidade e vai mostrando nossa forma de enxergar o mundo e as pessoas. Aos poucos, poderemos nos reconectar ao nosso inconsciente, trazendo para a luz nosso verdadeiro "eu", onde as escolhas poderão ser analisadas de acordo com o que desejamos para nós. O tarô pode ser essa ponte, onde nossas desculpas irão aparecer como que o que realmente são: desculpas. Onde nossos problemas de caráter irão surgir sem enfeites, e teremos de nos olhar como somos hoje, para que a luz da consciência possa refletir sobre o que desejamos ser.
Para que enfrentemos essa jornada, é necessário estarmos preparados para enfrentar um novo mundo. O mundo do EU. O mundo onde todas as ideias a respeito de nós mesmos serão questionadas e avaliadas, onde o réu será ao mesmo tempo o juiz, onde a morte se mesclarácom a vida. Estaremos diante de nossa luz e de nossa sombra e, a cada passo que dermos, quando acharmos que estamos chegando, estaremos apenas começando.
É preciso entregar-se para que a jornada se inicie. É preciso aceitar que muito do que acreditamos ser parte de nós, na realidade é um parasita. E que aquelas características que rejeitamos para o fundo do baú de nossa existência, se tratam de nossa essência mais pura.
A Jornada pelo Tarô constitui um caminho: a busca da própria individualidade. Encarar os símbolos de cada carta, decifrar delas o sentido, meditar em suas implicações, perceber a lógica profunda de uma sequência de lâminas para o momento da sua vida pode abrir um vasto espaço de novos "eus", sequer suspeitados. Devemos trilhar esse caminho, trazendo as experiências para nosso interior e, só depois que elas fizerem parte de nós, transformá-las em conhecimento prático. Esse processo pode fazer de nós seres mais completos, mais integrados e, a cada dia que passar, mais conscientes de que o futuro é argila, moldada por nossas próprias mãos.
Finalização - O Tarô prevê o Futuro?
Não, o tarô não prevê o futuro. Ele indica as consequências e os caminhos, que devido a nossa forma de agir (ou reagir), estamos propensos a escolher. Dependendo da forma como a pessoa conduz as próprias atitudes, um possível "futuro" pode aparecer, e pode também ser modificado, caso a atitude mude. Tudo que o tarólogo enxerga está dentro da pessoa e é através desse canal que se pode vislumbrar o que pode ser o futuro dela.



O Tarô é, antes de qualquer coisa, um livro: o livro da vida



Fatos inevitáveis podem ser vistos também? Há controvérsias. Alguns vão argumentar que determinadas "previsões" mostram-se como inevitáveis, outros vão dizer que qualquer fato pré-determinado nos colocaria novamente na mão do "Destino", contra o qual não adianta lutar. Mas seja qual for a postura adotada, o que tem real importância é o aprendizado que se pode obter utilizando essa ferramenta para acessar o interior. Um aprendizado que não se deixe enganar pelos falsos sorrisos de nossas máscaras e chegue diretamente no cerne da questão: quem realmente somos.

sábado, 19 de julho de 2014

Oração a São Domingos Sávio

Querido São Domingos, vós que ofereceu sua curta vida totalmente ao amor de Jesus e da Virgem Maria . Ajudai à juventude de hoje a compreender a importância de Deus em suas vidas. Vós tornastes um santo através de permanente participação nos sacramentos, iluminai os meus parentes e filhos da importância da freqüente Confissão e da Santa Comunhão. Quando jovem vós meditastes no sofrimento da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, obtenha para nós a graça de um ardoroso desejo de sofrer por amor a Ele.
Nós desesperadamente necessitamos de sua intercessão para proteger as crianças de hoje das tentações e das zombarias do mundo. Olhai por eles e guiai-os na estrada para o Paraíso.
Peça a Deus que nos dê a graça de santificar nossos deveres diários fazendo-os por amor a Ele. Lembre-nos sempre da necessidade de praticar as virtudes em tempos de atribulações e dificuldades.
São Domingos Sávio, preservai a vossa inocência em nossos corações e rogai ao Senhor por nós e pela salvação de nossa alma. Amem.

Uma reflexão sobre o Naipe de Espadas: Instinto

                                                                                                              Ivan Mir
             
Na nossa Escola, a Antiga Escola do Tarô, explana que os Naipes dos Arcanos Menores: Ouros, Copas, Espadas e Bastões estão ligados aos quatro elementos: terra, água, ar e fogo (originados do primeiro elemento: o éter), aos quatro temperamentos: fleumático, melancólico, colérico, sanguíneo, às quatro naturezas, ou seja, características da matéria: seco (terra), úmido (água), frio (ar), quente (radiante).                 
No que tange ao Naipe de Espadas, percebemos uma ligação com o nível instintivo, observando o objeto em questão: Espada é um instrumento, uma arma, dura, fria, usada pelo guerreiro para atacar ou defender-se de algum perigo que venha contra si, jamais desembainhada sem algum propósito, está ligada à preservação da vida, à sobrevivência no plano material. É o instinto básico que qualquer ser humano traz consigo. O desejo de lutar pela vida.
Para discorrermos sobre a ligação Naipe de Espadas – Instinto, podemos trazer à tona o que a Tradição Oriental, principalmente a Tradição Dravidiana Matriarcal Tântrica, nos diz sobre a mente. O plano instintivo é bem diferente do plano mental.
Segundo o conceito oriental: a mente é uma função que assimila o que vem do exterior e envia imediatamente os dados, as informações para outras instâncias. É como se a mente fosse a UCLA, a Unidade de Controle Lógica e Aritmética do computador e a Consciência, a placa-mãe.
A mente é o PABX, o pombo-correio que tem de ser rápida para transmitir as mensagens de maneira eficaz. Mas, ela sozinha não possui valor algum, precisa estar ligada a uma intricada rede. Essa rede, na mesma tradição, é apresentada como composta de nove corpos, desde os mais sutis até o mais denso: o Espírito, o Corpo Akáshico, o Corpo Causal, o Corpo Psíquico, o Corpo Mental, o Corpo Astral, Corpo Energético, o Corpo Vital e o Corpo Físico.
É possível correlacionar os Arcanos Maiores com todos os Corpos Sutis, mas no caso dos Arcanos Menores essa ligação fica restrita ao esquema abaixo:



Naipes
OUROS
COPAS
ESPADAS
BASTÕES
Significados
Caráter
Emoção
Instinto
Inteligência
Corpos
Corpo Causal
Corpo Astral
Corpo Vital
Corpo Psíquico
Temperamentos
Fleumático
Melancólico
Colérico
Sanguíneo
Natureza
Seco
Úmido
Frio
Quente
Estados
Sólido
Líquido
Gasoso
Radiante



Assim, não se vê o corpo mental apresentado no naipe de bastões, nem ligado à inteligência, pois quem pensa é a Consciência, não a mente. Entretanto, corpo ou a instância mental é um dos mais importantes, é ele que vai fazer a ligação das várias instâncias, para que a comunicação seja plena de percepção. Mas, ele faz parte de um todo, não age isoladamente, funciona como instrumento de comunicação, de ligação, de intermediação, de ponte entre os outros corpos sutis. Isolado, não tem sentido algum de ele existir.  A mente age com o ego, é condicionada a fazer tal tarefa, não tem iniciativa, nem criatividade.
Essa composição é que dá forma a tudo o que existe na matéria. Por isso, dizemos que os Arcanos Menores é que dão sustentação no plano físico aos Arcanos Maiores; sem eles, o Tarot, ou seja, O Caminho do Louco seria insustentável, impossível de ser realizado!
Para elucidar a ligação do Naipe de Espadas ao instinto, podemos observar, por exemplo, o nascimento de uma criança: quando ocorre o primeiro hausto de vida, a primeira inalação, a reação é o choro, pois este é o indicador de que ela está respirando: o ar entra pelas narinas, passa pelas fossas nasais, pela laringe, passando pela traquéia, pelos pulmões até a chegada à região ventral, localização do Manipura Chakra, setor ligado ao instinto. Isso se torna visivelmente claro também quando imaginamos certa situação: um motorista, numa autoestrada, em velocidade avançada, virando o volante do carro para entrar em uma curva e tem de fazer uma manobra radical, pois percebe que em sua direção vem um caminhão. A parte do corpo humano que diz que há algum perigo iminente não é a mente, mas o instinto: é o frio na barriga pelo susto, causado pela surpresa ao encontrar um obstáculo que poderia destruir sua vida em segundos!  Umalarme que tem de agir rapidamente em situações adversas. A mente nunca daria conta disso!

No Oriente, diz-se sobre os Vrittis que são oscilações mentais e continuamente nos afetam, mas eles são movidos pelos desejos, pelos instintos. Oscilações em nível instintivo provocam oscilações em nível físico, emocional, mental, em nível do temperamento, nossas necessidades primárias obstruem a mente, gerando essas perturbações. Algumas escolas colocam o Naipe de Espadas ligado à mente. Na nossa perspectiva, são os instintos que, ao serem acionados, provocam perturbações na mente e não o contrário. Eles cumprem a sua função primeva: a sobrevivência. O elemento ar está ligado a esse Naipe, demonstrando, no caso do temperamento colérico, certa volubilidade, inconstância, preocupação; toma atitudes rápidas, que se dependesse da mente, estaria arriscando sua própria vida.  Talvez, a dificuldade de aceitação dessa associação, seja a dificuldade que o ser humano tem de encarar os próprios instintos, visualizando-os somente como uma instância ruim, negativa. Eles cumprem a sua função, tem a sua importância e, sem eles, não teríamos uma permanência longa nesse plano físico.

sábado, 12 de julho de 2014

Oferendas a Xangô

Ingredientes:

quiabos(levando em conta o tamanho do alguidar ou da gamela);
azeite de dendê ou azeite de oliva;
1 alguidar ou gamela;
1 coité de coco ou de cabaça;
3 velas brancas ou marrons ;
cebola branca ;
cerveja preta .

Modo de preparo:

Refoga os quiabos no azeite com a cebola branca picada,e coloque a cerveja preta no coité,acenda as velas e faça com fé a tua preçe pedindo a Xangô,mas tome cuidado ele é o orixá da Justiça portanto avalie com razão e com equilibrio se você merece ou esteja preparado para receber tal benção.Se for oferendar na mata deixe tudo em cima de uma folha ou um pano e as velas acesas no terreiro e a bebida pode deixar tambem no terreiro.Pode também ser oferendadas em festas para o orixá ou em agradecimento.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Linguagem



Alessandra Fonseca

   
    O homem é um ser que fala. Podemos inclusive dizer que a faculdade da língua, antes da do pensamento, é o que diferencia o homem dos outros animais efetivamente. Tanto a palavra quanto os símbolos existem apenas no universo humano. No entanto, a palavra não é apenas a expressão sonora ou escrita dos pensamentos. Podemos vê-la em ação em Libras – a linguagem dos sinais utilizados pelos surdo-mudos – ou na imagem retratada em uma obra de arte, por exemplo. Podemos registrá-la nos pontinhos do Braille ou em símbolos musicais. E por quantas outras vezes o silêncio fala mais que mil palavras? Tudo isso constitui nossa linguagem.
    É comum, por outro lado, nos referirmos ao processo de interação dentro de um grupo específico de animais como ‘linguagem’. Dizemos, por exemplo, que as abelhas ‘dançam’ quando querem avisar outras abelhas onde encontraram pólen. De fato, há aí uma forma de comunicação. Contudo, ela é caracterizada principalmente por reflexos e instintos, regidos por leis biológicas, idênticas e imutáveis dentro da espécie: as abelhas sempre dançarão quando quiserem avisar as outras abelhas sobre a existência de pólen em determinado lugar.
    Analisando mais atentamente e, sobretudo, considerando que este padrão se repetirá até que a espécie sofra uma mutação genética é possível afirmar que tal comportamento não tem história, não é refletido e, portanto, a ele não se atribuem finalidades. Apenas, repete-se cegamente o padrão instintivo da espécie.                        
    É chegado, então, o momento de nos diferenciarmos dos outros animais.
    Do homem espera-se que esteja consciente da finalidade de suas ações. Para isso, as ações se manifestam primeiramente sob a forma de pensamentos (imagens, palavras – símbolos!), como uma possibilidade e, executá-las dependerá da escolha dos meios necessários para que se alcancem as finalidades propostas. Desta forma, podemos também afirmar que no que tange ao homem, cada ação proposta demanda uma reflexão, uma análise baseada no conhecimento prévio de mundo, através de uma leitura ora consciente ora inconsciente dos símbolos com os quais já cruzou ao longo do seu caminho.
    Através dos símbolos conseguimos elaborar uma imagem acústica – linguagem também! - que nos distancia da realidade vivida e, desta forma, nos permite reorganizá-la e dar a ela um novo sentido. O símbolo funciona para nós como um guia que nos leva a reflexões interiores – um caminho, um meio e não um fim.
    Neste ponto, vou contrariar algumas escolas filosóficas modernas que acreditam que o que não pode ser articulado verbal ou racionalmente não tem sentido ou verdade e vou explicar o símbolo como a ponte entre a alma individual e a psique da espécie, ou seja, o fio condutor do que Jung denominou de Inconsciente Coletivo, onde residem as experiências humanas de todos os tempos, do passado, do presente e do futuro. E é aqui que começamos nossa conversa sobre o Tarô.
   

O Instinto da Alma

   
    As figuras das cartas do Tarô nos contam uma história simbólica. Elevam-nos a um nível que nossa consciência e nosso intelecto não alcançam.Representam, através dos símbolos que carregam, os ‘arquétipos’ que podem ser informalmente explicados como ‘o instinto da alma’, pois atuam na psique da mesma maneira que os instintos atuam no corpo. Bem como os instintos do corpo, a forma específica de atuação dos arquétipos varia de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. No entanto, seu caráter essencial é universal.
    A prova disso é que todas as culturas têm Mãe, Pai, deuses bons e ruins, seres apaixonados representantes do amor, um pajé, um velho sábio, uma entidade mágica. Isso porque, bem como nossa vida biológica, a nossa vida psicológica parte de uma mesma essência: a essência da espécie humana.
   

A Ética


    Acredito que todas as pessoas que trabalham com o Tarô sejam abordadas por outras pessoas que querem saber a respeito do Tarô. Quando isso acontece comigo (e acontece com muita frequência) eu explico tudo o que escrevi aqui.
    Passeio pelas várias linguagens existentes, passo pelo caminho das infinitas imagens acústicas que utilizamos para designar e atuar sobre as existências, entro no campo do livre-arbítrio e dos instintos do corpo e da alma. Depois, me meto a uma breve análise de mitos comparados para chegar ao inconsciente coletivo e, por fim, muito simplesmente respondo que o Tarô é um alfabeto simbólico constituído por imagens arquetípicas (retratos daqueles arquétipos lá de cima), que trazem à consciência as imagens que a alma está vivenciando num dado recorte do espaço-tempo.
    Ao final, meu ouvinte decepcionado vem me dizer que não pode ser assim, que para lermos o Tarô precisamos ter sido agraciados por um dom divino. Tarô demanda estudo e, como exemplifiquei aqui, o estudo do tarólogo deve ir além dos métodos de tiragem e memorização engessada do significado divinatório das cartas.
    O tarólogo tem que conhecer os símbolos, tem que saber contextualizá-los, tem que entender que os símbolos são os alicerces da diferença entre um homem e um animal irracional, tem que conhecer da história do Tarô e da história humana, tem que conhecer dos instintos do corpo e dos instintos da alma e, além disso, tem que escolher as palavras com que vai expressar as suas leituras por ter diante de si, do outro lado da mesa, um ser - humano cheio de dores e incertezas.
    Talvez esteja aí, em todos os nossos ‘tem que’, o dom divino com que fomos agraciados.

sábado, 5 de julho de 2014

Boiadeiros - Espíritos que socorrem as almas decaídas



 Os espíritos que pertencem a esta linha assim como os Caboclos são sisudos, justos, aguerridos, mas costumam falar mais que os Caboclos.
  Usam a forma de “plasma” de espíritos que foram fazendeiros, tocadores de gado, vaqueiros.
   O arquétipo da Linha dos Boiadeiros é do peão sertanejo, do vaqueiro dos pampas sulistas, do tocador de gado do sudeste/Centro-Oeste. Lidando com a vida no campo. Existe no Plano Espiritual foram além de vaqueiros e domadores de cavalos foram solados de montaria e etc... Já que o cavalo é um animal que teve grande utilidade para a humanidade.
    Manifestam-se para com os seus conhecimentos auxiliar pessoas que estejam passando por momentos muito difíceis. São espíritos combativos, inclusive cortando magias negras, conseguem promover um “choque” liberando energias positivas, afastando os espíritos obsessivos.
  Assim como nas outras linhas nem todos foram “boiadeiros”, mas se identificaram com o padrão desta linha e escolheram trabalhar nela porque nos traz uma energia vigorosa, muito útil nas quebras de energias negativas, para desfazer cristalizações mentais negativas por isso eles atuam na Linha de Oiá-Tempo e Iansã.
    São sustentados por Ogum, Xangô por isso eles são verdadeiros “soldados” atuando nos campos da Lei e da Justiça Maior, vigiando e purificando os seres e capturando seres decaídos nas Trevas.
   O vem sobre a vibração de São Francisco, o santo padroeiro da Linha, pois ele viveu de forma simples honrada e justa e também que São Francisco atua na Linha de Oxalá também chamada Linha de Santo, e atua também na Linha do Tempo.
   Quando gira o laço cria campos magnéticos, ondas espiraladas do Tempo onde o Boiadeiro recolhe espíritos perdidos no Tempo e/ou irão desfazer energias negativas açuladas durante o tempo.
   Quando vibram o chicote eles recolhem espíritos estagnados na Lei e na Justiça Divina. É uma linha transitória criada por Ogum para que muitos Exus pudessem ascensionar a luz, galgando em novos trabalhos espirituais. Eles têm equinos de varias espécies no Plano Espiritual, obedecendo a seu montador apenas pelo pensamento dele, pois estes eqüinos têm a função de ajudá-los na Espiritualidade.
   Gostam de cerveja branca, cigarros, as oferendas são: feijão tropeiro, abóbora com carne seca, frutas do cerrado, caldo de mocotó. Gostam de dançar principalmente os toques samba cabula e barravento. Seus domínios são as porteiras, campinas e pastos.





sexta-feira, 4 de julho de 2014

Atendimento on-line:Atendimento on-line: :Uma alternativa aquariana para as leituras de tarô

                                                                                                         

                                                                                          Jaime E. Cannes



A consulta via Skype, telefone, Messenger, Facebook ou e-mail são alternativas criativas neste momento aquariano em que a comunicação é tão ampla e urgente quanto a necessidade de transformação da consciência e da qualidade da vida humana no planeta.
Incomodava-me demais o fato de não ter a pessoa presente para cortar o maço, colher as cartas, e me entregar para compor o sistema de leitura... Enfim, a falta de interatividade! Um encontro para uma sessão oracular é o cruzamento de dois inconscientes, destinos ou carmas, para quem assim prefere chamar, na busca por repostas para os dilemas pessoais quer sejam eles de ordem material, afetiva ou existencial-espiritual. Por esse motivo a presença do consulente parecia ser imprescindível para mim na ocasião. Mais tarde, em trocas com amigos de outros ramos do ocultismo e do holismo, fui alertado de que todas essas ligações não eram rompidas pela distância física. Se a consciência portadora daquele inconsciente, destino ou carma se manifestava procurando determinado leitor em um dado momento para uma consulta, a conexão estava feita e pronto! No começo desconfiei, mas depois me convenci de que meu incômodo era o maior empecilho para a realização deste trabalho. Afinal lembrei de que tanto na física quântica quanto na espiritualidade toda a ideia de separação, isolamento ou distância é causada por nossa consciência ilusória e inferior. Na verdade tudo e todos estão permanentemente conectados.               
Por esse motivo acabei cedendo com o tempo ao apelo de alunos e clientes que, ao se mudarem para outros estados e cidades, insistiam em continuar fazendo leituras comigo. Para tanto senti imensa necessidade de encontrar um modo próprio de trabalhar com as cartas em consultas on-line, do mesmo modo como construí a forma do meu trabalho presencial com o tarot.
Fui procurar referências de como isto era feito por outros tarólogos que acompanho o trabalho ou os baralhos que criaram como Vicki Noble, Karen Vogel e James Wanless. Este último não deu grandes referências de como realiza esse trabalho,  mas  insiste  para
que seja feito via Skype. Noble e Vogel preferem que os consulentes façam perguntas via telefone ou que as mandem por escrito via e-mail.
Esses modelos não me pareceram satisfatórios! Por fim decidi que operaria mais ou menos como faço com as leituras presenciais, abriria uma Cruz Celta, e uma ou duas leituras complementares para avaliação geral do momento, e depois me disponibilizaria para as perguntas que o cliente tivesse.
Em consultório eu costumo utilizar os arcanos maiores e menores misturados. Sinto assim as leituras se tornarem mais claras, limpidamente precisas e muito mais objetivas. Meu olhar é levado direto ao que realmente interessa no momento da consulta. Curiosamente eu não tive a mesma percepção ao elaborar as consultas on-line! Senti imensa necessidade de me utilizar apenas dos arcanos maiores no processo, e não racionalizei muito sobre isso enquanto definia este padrão, mas é claro que o fiz depois. Vejo os arcanos maiores como a trajetória da alma ao longo desta vida, e as cartas dos arcanos menores como o reflexo dasvivências desta jornada em nossa personalidade (cartas da corte) e em nosso mundo prático imediato (cartas numeradas).
Com apenas os arcanos maiores na mesa eu observo os passos mais significativos na jornada individual e deixo que meu processo psíquico-intuitivo forneça as informações adicionais. Sem falar que me pareceu depois que os detalhamentos oferecidos pela inclusão dos arcanos menores poderia criar reações emocionais intensas que somente a presença humana do leitor e a troca de vibrações com ele através da sua presença ou olhar, por exemplo, poderiam sanar. É evidente que não quero dizer com isso que este é o “melhor método” ou o “mais eficiente” para se fazer uma leitura on-line. Estou apenas dizendo que este é o que me parece fazer mais sentido e que, até agora, me satisfaz mais.
Não aconselho ninguém a substituir uma consulta presencial por uma consulta on-line. Pelo exemplo que citei no início deste texto seria como afirmar que o contato humano virtual é mais satisfatório que o real! E todos nós sabemos o quanto isso é falso.
Por muito tempo me esquivei dos atendimentos on-line. Eles me pareciam extremamente frios e destituídos do propósito essencial de uma leitura oracular, que é o de aproximar duas pessoas para uma interação simbólica mútua de autoconhecimento e sondagem dos eventos do tempo dentro inconsciente coletivo da humanidade. Ou dentro de uma perspectiva mais espiritual, uma imersão no mundo dos símbolos para comungar mutuamente com o Eu Superior, ou presença divina, de cada um visando o desenvolvimento pessoal! Para mim a leitura oracular é algo de tão intensa intimidade, que quando me perguntavam qual seria a diferença entre uma leitura presencial e uma leitura virtual, eu dizia que era a mesma diferença entre o sexo real e o sexo virtual! Não há como comparar! E eu continuo com esta opinião.