sábado, 13 de fevereiro de 2016

Dica Literária: Almas Crucificadas

 Um dos romances mais bonitos que já li onde descreve o tempo das cruzadas onde o  personagem principal Márcio Taciano, mata seu melhor amigo para ficar com a abnegada Dioneia.As páginas do livro o Espírito Vítor Hugo através da grande médium Zilda Gama fala da missão do Cristo e dos seus ensinamentos, reencarnação.Passagens de fenômenos mediúnicos em um templo de Artemis, onde vemos os personagens passando por acontecimentos e sofrimentos pela Lei de Ação e Reação principalmente o algoz de seu amigo.E o importante não é um romance espírita água com açúcar, para começar ser editado pela FEB e ser psicografado pela Zilda Gama onde há ensinamentos contundentes das Obras da Codificação em grade parte do livro.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Fantasias cartomânticas e tarológicas

Abelard Gregorian

Sempre me chamou atenção, não só no Brasil, mas também na Europa onde passei um período importante da minha formação, as vestes coloridas, véus, xales e turbantes utilizados por certa tribo de cartomantes. No entanto, no interior da França, onde vivi por um tempo, as senhoras moradoras das vilas e que lidavam com cartas nunca colocavam qualquer tipo de vestimenta diferente para conversar com quem as procuravam. Acontecia sempre uma entrevista discreta, sem alardes e aparatos exteriores, dentro dos costumes do tratamento cotidiano.
Com o tempo, especialmente após o advento da Internet, vimos crescer visivelmente a propaganda com “embalagens chamativas” que, por vezes, chegam ao carnavalesco. Como situar culturalmente este fato?



Por qual razão algumas pessoas utilizam vestidos coloridos, colares e turbantes para ler cartas? Uma primeira explicação que tenho ouvido para essa pergunta é que a cartomancia tem um lado espiritual que requer a utilização vestes especiais. Não me parece uma boa resposta, pois basta observar astrólogos e professores de astrologia, que lidam visivelmente com uma arte de natureza mais celeste que o baralho, nem por isso se cobrem de cetim ou vestes brilhantes para dar seu recado. Menos ainda podemos imaginar um mestre do I Ching com poses ou paramentos estranhos para traduzir as mensagens desse Livro mântico. São artes que ressoam discrição e recolhimento.
Se o termo "espiritual" estiver ligado ao mundo psíquico no qual trabalham os médiuns e sensitivos da doutrina espírita, vemos na prática que eles realizam o seu trabalho com sua vestimenta cotidiana, pois os trajes para eles não entram necessariamente em conta.
Igualmente, nenhum dentre os grandes professores de astrologia que encontrei, nem instrutores e mestres de I Ching, no Brasil e na Europa, usava heterônimos e, desse modo, sempre passaram eles longe de qualquer pseudônimo comercial ou de alguma forma de ocultação de sua verdadeira procedência.
Tento encontrar uma razão para esse cenário teatral utilizado por uma certa tribo de cartomantes e advinhas com bola de cristal. Digo “uma certa tribo” porque a grande maioria das videntes que conheci utilizavam apoios simples (vidros, copos, artefatos) e se vestiam de modo comum. Se não estiver enganado em minhas observações, a utilização de fantasias está relacionada à imitação das cartomantes ciganas. Trata-se evidentemente de um modo de pegar carona no prestígio que as mulheres da cultura cigana têm com relação à quiromancia e à cartomancia.
No caso, porém, das mulheres árabes que leem a borra nas xícaras de café, todas as que tive oportunidade de apreciar sua arte fizeram a interpretação com as vestes habituais que usam no dia-a-dia aqui no Brasil e nenhum delas se vestia com os véus e costumes árabes, mesmo aquelas que ainda guardavam forte sotaque de sua origem.



Uma hipótese



Na história do baralho, entre os séculos XIV e XVIII, apenas se tem registro de sua utilização em jogos de lazer e jogos com apostas em dinheiro, área esta em que não faltam pinturas e alusões às artimanhas, fraudes e trapaças. Quando se torna notória a utilização das cartas com finalidade mântica, no final do século XVIII, estão igualmente presentes as referências ao modo ardiloso e nem sempre correto como que muitos cartomantes atuavam.
Os nômades que na Europa passaram a utilizar o baralho como instrumento de mancia tinham e têm até hoje uma relativo descompromisso com quem atendem, pois logo estarão longe. O show-off para atrair a atenção é um recurso compreensível quando se tem pouco tempo em cada lugar para obter o dinheiro desejado. As nômades se permitem atuar, portanto, de forma muito diferente das mulheres que vivem numa comunidade em que mantêm relações estáveis com os demais moradores.
É curioso como a imagem de desconfiança que os ciganos inspiravam no interior brasileiro, até poucas décadas, tenha se transformado num charme a ser imitado. Será um simples “sinal dos tempos” em que tirar partido da situação é mais importante que a ética?! Talvez.
Devo confessar que ao ver gente mudando de nome para pseudônimos ciganos e utilizando imitações de suas roupagens festivas, fico com um pé atrás. Não consigo confiar em conselheiros que “fazem de conta” ser o que não são. Dom de representar e fazer teatro não me parece ser o diferencial para dar respeitabilidade aos profissionais que dizem se dedicar à ajudar e orientar outras pessoas. Mas reconheço que, no meu caso, trata-se de uma predisposição pessoal, que contrasta com uma forte demanda popular pelos cenários de fantasias exotéricas.

A farsa quântica


Seria injusto dizer que o arsenal disponível de adornos e lantejoulas se resume unicamente ao guarda-roupa festivo dos ciganos. Considero uma piada o fato de algumas pessoas se apresentarem como “tarólogos quânticos”...! O tema da relação entre a ciência moderna e o saber tradicional já foi apresentado no painel Esoterismo Quântico, com vários textos elucidativos do qual participei com alguns comentários em Botox quântico ].
Por que será que não existem também tarólogos “atômicos” ou “nucleares”? Era de se esperar que estivessem disponíveis, pois a física nuclear se mostrou muito efetiva em suas aplicações: permitiu a criação da bomba atômica e de usinas. Já a mecânica quântica não foi muito além da teoria, sem ter sustentado até agora qualquer aplicação prática digna de nota.
Pouquíssimos são os tarólogos e cartomantes que, de fato, estudam a tal teoria quântica. A maior parte mal sabe do que se
trata, mas sempre tem aqueles que encontram aí um belo nome para enfeitar a divulgação dos serviços que oferecem. E tudo indica que são bem sucedidos frente ao público específico que coloca as aparências e pseudônimos exóticos como a referencia. Sim, cada um na sua!

O que são os Exus?


Pela Fraternidade Espírita Monsenhor Horta

Exu é uma linha de trabalho da Umbanda (e de outras correntes, mas vou me ater ao que pratico) que atua nas trevas, porém não é necessariamente trevoso. É um espírito que já teve vivência humana, ou seja, encarnou, viveu, cometeu erros, aprendeu e desencarnou; mas não é regra que todo espírito que errou e que tenha sofrido em trevas tenha se tornado um Exu.
É um trabalhador sim da Luz, porém atuando nas regiões mais sombrias e que mais requerem sua atenção.
Em Mateus 9:12-13 encontramos:

Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.
Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.



E também, por infelicidade, acabou por haver uma demonização da figura de Exu. Para um leigo pode até aparentar ser algo próximo ou igual, até mesmo muitos que vivem em terreiros ainda tem esse tipo de preconceito (é a famosa preguiça de estudar), e não procuram desmistificar o assunto. No começo dos cultos afros, é claro que o Exu foi associado ao Diabo, pois não havia no meio católico (cristão) uma figura que fosse tão controversa quanto Exu, que representa muito mais que apenas uma entidade que faz o mal.
Nesse momento temos que diferenciar o Exu Orixá e a linha de trabalho de Exu. O Orixá é uma manifestação do Criador (Olorum, Olodumaré, Zambi, etc), nunca viveu encarnado, não é um espírito humano, é uma ‘deidade’; já os Exus (linha de trabalho) são espíritos humanos que vivenciaram experiências diversas e acabaram por sofrer um processo de ‘exunização’ (termo empregado nas obras de Rubens Saraceni, e que cabe bem aqui).
Em um primeiro momento foi até bom que o Orixá Exu fosse sincretizado com o Diabo Cristão, pois assim os negros tinham uma ferramenta de ameaça e de medo para utilizarem contra os ‘supersticiosos’ colonizadores e senhores europeus. Mas esse momento já se foi.
O que ocorreu é que um determinado autor começou a sincretizar os mesmos com os demônios da Goetia (Goécia), trazendo a visão de uma dualidade que não existia antes. Isso já dentro dos cultos umbandistas. E essa imagem quase não foi desmentida a princípio, evidenciando assim um grande desconhecimento dos próprios adeptos da Umbanda sobre as forças com as quais trabalhavam.
E eu ainda tenho que citar aqui a falta de vontade também dos próprios ‘umbandistas’ em desmentir tal feito, pois se viam assim como operadores de forças superiores e maléficas, que podiam impingir medo e conquistar as coisas na força através de pactos e escambos, ou vão me dizer que nunca ouviu um suposto umbandista alardear os feitos maléficos de seus pretensos Exus? Ou do troco que esse Exu causou na vida de alguém depois de uma paga de Padê ou Oferenda?
Exu não é ruim, não é diabo e não é também amiguinho de qualquer um. Eles são trabalhadores sérios, e ser sério não quer dizer falta de senso de humor, que operam nas regiões trevosas (até onde é permitido ir), e que muitas vezes abrem mão de sua ‘luz’ (em um sentido figurado) para auxiliar o próximo, metendo a mão onde muitos não ousam meter. Resgatam almas, aliados a outros espíritos ditos de direita também, e exercem a aplicação da Lei e do Karma. Também são anuladores, consumidores e absorvedores de negatividade, podendo esgotar Karmas e Situações Negativas.
Então também não me venham trazer esses Exus cheios de purpurina e paetês, eles não são assim, até porque como se portar dessa forma no local em que eles atuam? A forma às vezes grotesca que eles adotam é apenas uma técnica de  intimidação. Existem seres que estão tão cristalizados em seus negativismos que não conseguem sequer abrir mão para ouvir a razão, então de nada adiantaria uma conversa do Preto-Velho nesse caso com eles, pois eles só entendem a lei da força e coerção. O exu não vai agir contra o livre-arbítrio, até por ser uma entidade neutra, mas vai atuar conforme os desígnios da Lei Maior sobre esse ser, nem que seja necessário assustá-lo a ponto de tirar ele da inércia. Ainda falando sobre a forma que eles se manifestam, que variam, podemos dizer que as imagens de gesso que vendem por aí estão todas incorretas. Exu não tem pata de bode, não tem rabo de lagarto e nem língua de serpente.
O Exu também não é um espírito que baba ou que rosna ou que se arrasta pelo chão, isso se chama Médium Desequilibrado. O Exu vai se manifestar da melhor forma que o aparelho (médium) permitir, então vamos deixar de culpar o Exu pelo que o médium não tem. Eles não falam palavrões, não cospem, não bebem sangue, não se comprazem do sofrimento de animais, não fazem ameaças ou demandas, não se embriagam, não fumam desmedidamente e de forma alguma irão aceitar uma oferenda para prejudicar alguém.
O que eles fazem é muitas vezes virar as costas quando lhes é pedido para fazer algo ruim, e então abrem espaço para a entrada de espíritos trevosos, zombeteiros ou kiumbas que se passará por exus para enganar aquele que pediu tal coisa.
A questão do álcool e do fumo é algo bem preocupante, pois quem defende a posição de que exu pode beber 10 litros de destilado e fumar 3 caixas de charuto por noite (ou pior, cigarro industrializado) é porque não conhecem a magia por trás dos elementos. O Fumo é feito de tabaco (ou outras ervas próprias) que são designadas como ervas de poder, ou seja, possuem um efeito tanto no material quanto no astral e espiritual, com atuação energética, e o médium não precisa fumar, não existe o ato de tragar a fumaça, ou ficar fumando o tempo todo. O uso do tabaco passa por uma manipulação, a erva é queimada, e quando aspirada é misturada ao ectoplasma do médium, que sob a ação do espírito incorporado adquire a propriedade necessária para ação que tem que se desenrolar naquele momento. Não é para deleite do espírito.
O mesmo ocorre com o álcool que nem sequer precisa ser ingerido, apenas pode ser colocado em algum local para que as emanações do mesmo possam ser trabalhadas na contraparte energética ou astral e então aplicadas quando houver necessidade. Lembre-se que o álcool é um grande veículo para medicamentos e ao mesmo tempo é também um ótimo bactericida, se é assim no material porque também não no astral? Assim na terra como no céu, lembram-se?
Então, antes de dizermos que é o Exu, preocupemo-nos primeiramente com o Médium.
A esquerda fascina, mas muitos a vêm de uma forma deturpada.
Vamos abrir a mente para o estudo e para a evolução.