domingo, 30 de novembro de 2014

O Mago na Jornada do Herói-O Pai Divino

   
Pessoal devido a um problema no meu PC hoje de manhã eu ter feito concurso público não coloquei o post de sábado pois então vou pagar o que devo, já basta eu ter sumido durante quase 3 meses
 


 

Como foi falado no ultimo post o mago representa o lado mais dinâmico que  rege a Criação Divina, é o principio ativo,representa a  consciência solar e a busca pela clareza e pelo o que é inequívoco. A carta mostra que ele age com a sua própria força mas que ele recebe sua energia de cima e torna eficaz na Terra. Esta ligação esta defina no símbolo do infinito ,chamado de lemniscata. Representando a união dos dois mundos constante e recíproca. 
     A mesa do Mago representa o âmbito da realidade terrena, pois corresponde ao numero quatro; em cima dela esta os quatros naipes do Tarô, paus, copas, ouros e espadas. Representantes dos quatro elementos, fogo, água, terra e ar. Seu conjunto representa que também, a totalidade da Criação segundo os antigos. Aqui ela se propõe as tarefas, mais exatamente as tarefas idealizadas pelo Mago. Portanto esta carta representa a inteligência,  a habilidade, a força de vontade para realizar as tarefas que são impostas para a vida para que nos tornemos perfeitos.
   Outro fato do Mago não ser um charlatão é na carta está representada os lírios brancos que significam a pureza espiritual.

Aspectos 
Arquétipo: O criador, o mestre.
Tarefa: Atividade, iniciativa, dar impulso, procurar as tarefas e realiza-las 
Objetivo: Maestria, auto realização, conhecimento.
Risco; Mania de grandeza ,fantasia, poder charlatanismo.
Disposição intima: Autoconfiança, estar ligado a grandes forças divinas. 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Irmãos vamos aparar nossas arestas


Uma das coisas que as pessoas fazem quando procuram uma Casa Umbandista, uma Casa Espírita, ou até mesmo um Terreiro de Candomblé, é achar que seus problemas serão resolvidos na hora, sem esforço nenhum, não procurando ter a sua reforma intima, não melhorando como pessoa.
O pior é que muitos Zeladores de Umbanda e Candomblé é que prometem e admitem tais panaceias fazem trabalhos de amarração, trabalhos de magia negra. Na Umbanda de verdade não se faz amarração, não faz corte de animais, não traz  amor de volta em três dias ;por chantagem ou não muitos zeladores não estão preparados pra resistir a tal.
Hoje em dia muitos Zeladores e Zeladoras recém-formados além das giras colocam dias de estudos doutrinários (causa e efeito, reencarnação, pluralidade dos mundos habitáveis, Ciência dos Orixás) e do evangelho, com exceção da maioria das Casas de Omolocô e outras Umbandas cruzadas com o Candomblé que não fazem o estudo do Evangelho do Mestre Jesus Cristo, se arraigando em certos rituais e sacrifícios desnecessários e em total tradicionalismo (devido nesses ritos a Umbanda perder as suas principais características principais), pois Jesus veio abolindo muitos dos preceitos judaicos da época “Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não for por mim” São João 14:6, 7. Esta passagem do Evangelho segundo São João Evangelista remete a tudo que eu estou falando ,o pois há falanges na Umbanda que tentam corrigir todos estes problemas abolindo tais ritos desnecessários ,orientando os consulentes à reforma intima ,ensinando o Evangelho do Mestre Jesus nosso Pai Oxalá nos Centros Umbandistas.Não basta fazer o bem por fazer tem  que ser de uma forma inteligente e eficaz.
   Muitas coisas esdruxulas são ditas em nome dos orixás onde , Oxumaré e seis meses homem e seis meses homem e seis meses mulher a explicação lógica é que Oxumaré é o único orixá masculino que trabalha no campo do Amor Divino e na Lei de Amor que é até falada no Livro dos Espíritos ,que Iansã é ciumenta Orixá não tem necessidade de ter ciúme isso é coisa de quem ainda está evoluindo ou melhor no inicio da evolução Espíritos como nós  ainda carecendo de muita luz.Muitos pais de santo explicam a magnitude de Deus e dos Orixás através muitas vezes de lendas ridículas colocando humanizando demais o orixá ,ao invés de explicar através de estudos sérios e com inteligentes argumentos.
  Fazem também estereótipos com os Espíritos manifestantes da Umbanda que todo preto-velho é analfabeto e inculto ,quem diz isto esquece que o preto-velho teve outras reencarnações ,também dizem  que todo preto-velho tem que falar errado e o caboclo então pior, todo exu tem que ser um garanhão pegador ou um aleijado e a pomba gira coitada uma prostituta, coitado somos nós que como Espíritos imperfeitos achamos menos do que nós pensamos.  
  Vamos meus irmãos abrir os olhos para os ensinamentos de Jesus e as mensagens que a Espiritualidade  superior nos presenteia, fazer mais palestras em nossas casas instruir os Umbandistas na Codificação, Kardec fala sobre a instrução ela é muito importante, fazendo mais leituras de livros de estudo e romances espíritas, deixando de fazer coisas desnecessárias como sacrifícios de animais e promessas vãs, vamos focar no amor e na caridade. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Soco, tapa, mordida, beliscão

                                                                                    Denise Fernandes Marsiglia

Lembro bem de um dia em que estávamos brincando de “beijo, abraço, beijo na boca, aperto de mão”. Eu tinha 8 anos. Não tive sorte e cai com aperto de mão. Sentindo o peso de todos os meus ossinhos, fui lá e dei a mão para o menino, com a mesma cara de vergonha que eu. A menina que caiu com beijo na boca saiu correndo para o lado oposto do menino e ficou sumida um tempo. Fiquei pensando se não seria melhor eu ter corrido na direção oposta do aperto de mão. Mas tive que me conformar com a atitude que tomei.
Nossa forma de lidarmos com nossos sentimentos é de maneira geral bastante tosca. Como nos mostrou Freud nossa vida social é marcada por repressões e essas nos marcam muitas vezes de maneira definitiva. As repressões que sofremos são representadas no tarô pela carta do Eremita (arcano 9) e também pela carta do Julgamento (arcano 20). O processo de psicanálise nos leva a questionarmos muitas vezes essas atitudes repressivas.

Quando se trata da agressividade, a questão da repressão é colocada como uma necessidade. Pelo que estudei no curso de Psicologia e em outros ligados a área, a agressividade é geneticamente determinada. Mas o desenvolvimento de comportamento agressivo depende da estimulação de meio. É fácil crianças pequenas reproduzirem nos pais, em outras crianças, em animais os comportamentos agressivos que os pais aplicaram neles, formando assim uma cadeia de agressividade. 98% das vezes nas escolas as crianças que demonstram comportamento bem agressivo estão sendo agredidas em casa ou vendo seus pais se agredirem. Agressividade gera agressividade, é fácil ver como perdemos a paciência quando nos sentimentos agredidos.
A orientação que tive como psicóloga diante dos casos de crianças que tentam nos agredir no consultório e muitas vezes conseguem, é segurar a criança antes ou logo depois da agressão, não permitindo que ela agrida, mostrando sua força superior em todos os sentidos na contenção da criança e esclarecendo a situação vivida com a criança. Vivi uma situação assim no meu consultório e foi muito intensa e gratificante. Mostrar a minha força física superior contendo a criança também me fez demonstrar de maneira intensa o quanto gostava dela e ela era importante para mim. Nossa relação pareceu crescer, se intensificar. Essa agressividade e a conquista que foi para nós se representaram no tarô como a carta da Força.
Um pouco de agressividade faz parte da vida e do viver bem. A gente morde a vida, soca a realidade, belisca o destino, dá um tapa na alma e segue em frente. A carta da Força no tarô representa essa agressividade necessária e saudável para a vida. Misturando na maioria das vezes a figura da mulher e a do leão, a carta nos traz a energia da coragem que precisamos para viver. A coragem é uma força agressiva.
Quando um cachorro ou gato está doente é difícil muitas vezes “passar o remédio na ferida”, pois ambos os animais tentam te morder ou ameaçam morder, como se tivessem medo de mais dor, como se te culpassem um pouco por sua dor. Muitas pessoas que encontrei em minha vida com comportamento muito agressivo me pareciam animaizinhos feridos.

Muitas pessoas vieram comentar comigo da lei que proíbe os pais de castigarem fisicamente seus filhos. Muitos que ouvi acham absurdo a lei, já que é impossível se educar bem uma criança sem bater, dar uns tapas, uma palmada na bunda. Já ouvi dois tipos de opinião: uns que dizem que apanharam na infância porque mereceram, outros que se sentem muito ultrajados pela violência dos pais. Há também os que reproduzem o comportamento dos pais agressores e outros que o rejeitam.
Pelo que sabemos através da ciência da Psicologia é que não é necessário bater. Você tem simplesmente milhares de estratégias (palavras, brincadeiras, sons) para educar, impor respeito, fazer com que a criança te obedeça. Essas estratégias pacíficas para educação e que usam de inteligência são representadas pela carta da Estrela no tarô. Entrevistei algumas pessoas para escrever essa matéria e uma delas me contou que seu pai às vezes ficava com oito crianças para olhar, seus próprios quatro filhos e quatro visitantes. Quando ele precisava impor respeito ou organizar as crianças para algo, ele dava um tapa bem forte na parede. O barulho assustava as crianças e elas paravam para ouvi-lo e obedecê-lo.
Se a pessoa for bater, é melhor que não pegue nenhum tipo de objeto para bater na criança. É mais fácil exagerar na violência com um cinto, madeira ou o quer que seja na mão. Outro dia observei um pai querendo ensinar a filha a não bater. Ela estava no colo dele e parecia bem confortável, de repente “do nada” ela deu um tapa na cara do pai. Ela tem três anos de idade. O pai disse não pode, doeu e meteu um tapa na cara da criança. Ela começou a chorar muito e tentou estapeá-lo mais ainda. Alguém me disse “ela não é terrível?”. Não consegui falar nada naquele momento, mas depois pensei que essa criança não é terrível, a cena é terrível. A criança não dá um tapa do nada e esclarecer o que está acontecendo é importante para educar a criança e progredir na situação. Bonecas e brinquedos podem ser usados de forma educativa: fica mais fácil ensinar atitudes relacionadas à agressividade usando uma boneca ou um urso de pelúcia.

Muitas vezes a agressão machuca fisicamente, mas sempre machuca na alma. Crianças que apanharam muito relatam não se sentirem amadas pelos pais. Não há como se pensar uma sociedade menos agressiva sem pensarmos na agressividade em todos os níveis, há uma escola da violência, da perversidade.
Outra atitude na educação que não contribui para o desenvolvimento sadio da criança é os pais deixarem a criança bater neles. A falta de oposição dos pais aos desejos e a agressividade da criança pode indicar uma atitude de abandono até em relação à criança. Essa atitude de abandono sutil tende a aparecer no jogo de tarô representado pela carta do Louco. Dá trabalho, exige muito de nós, educar, conter, ensinar, comunicar, agir. A orientação da ciência seria também os pais usarem uma atitude de contenção da criança, não deixando agredir, mesmo que a agressão dela não machuque. A criança aprender que pode usar atitude agressiva com a família e não ter um retorno negativo dessa ação, pode levá-la a agredir crianças e outros, achando que está tudo bem.
Muitos pais que batem me disseram perder o controle, tem uma hora que não aguentam. Disseram bater mais por estarem tensos, nervosos, do que por razões relacionadas à criança. Lembrei ouvindo que a cólera é considerada um pecado capital. No tarô, a cólera é representada pela carta da Força (arcano 11), do Diabo (arcano 15), da Morte; (arcano 13), da Lua (arcano 18), o Louco (arcano 22). Conforme o arcano em que a cólera é representada é o sentido dessa cólera para a pessoa e para    ambiente ao seu redor.
Quantas lutas travamos com essa ira louca que aparece se apossar de nós tantas vezes.
Para a criança, também é difícil seu pai descontrolado. Num mundo cheio de medos, a cólera pode nos afastar do nosso caminho do Coração, pode nos deixar perdidos. Perdidos como a carta da Lua (arcano 18) representa.
A lei só existe porque existe uma realidade de muita violência para as crianças. A "criança machucada" aparece na maioria das vezes representada pela carta do Eremita no tarô.
Quanto mais a humanidade crescer em direção da paz, mais se beneficiará.

sábado, 15 de novembro de 2014

Adolfo Bezerra de Menezes

Pessoal me desculpem pelo tempo que estive afastado,devido o meu PC ter estragado mas graças a Deus eu estou aqui de novo junto de vocês para fazer mais posts sobre a Umbanda querida,sobre o Tarô e sua filosofia e também muitas mensagens espíritas com o evangelho do Mestre Jesus Cristo e de todos os Mentores da Espiritualidade Maior juntos unidos em fraternidade para evoluirmos e fazer um mundo melhor com nosso Amado Mestre Jesus sendo a  nossa bandeira Bem vamos para mais um post.

Para começar como vocês viram no título eu quero falar sobre este Espírito que é um grande trabalhador na vinha do Pai Eterno,me ajudou e ajuda e ajudará milhares de pessoas,minha eterna gratidão a Bezerra de Menezes.

Descendente de antiga família de fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

Infância e Juventude 


Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Em dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedimentos.2

Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.

A carreira na Medicina

Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

No ano seguinte (1852), em novembro, ingressou como praticante interno ("residente") no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.2 Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de filosofia e matemática.

Obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do cancro".1 2 3 Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, antigo professor de Bezerra de Menezes, que convidou Bezerra para trabalhar como seu assistente.

A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento".4 O acadêmico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.

Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.2 Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-tenente 2 e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.

No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.

Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.

Por sua postura de médico caridoso, atendendo pessoas que necessitavam mas não podiam pagar, ficou conhecido como "O Médico dos Pobres"
O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.


No final dos anos 1850, a Câmara Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo, do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.

Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito. Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de Vereador. Desse modo, para apoiar o Partido, que necessitava dele para obter a maioria na Câmara, decidiu requerer exoneração do Corpo de Saúde (26 de março de 1861). Desfeito o impedimento, foi empossado no mesmo ano.

Foi reeleito vereador da Câmara Municipal do Município Neutro para o período de 1864 a 1868.

Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais - senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa. Empossado em 1867, a Câmara dos Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido Conservador.

Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de Prefeito.

Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política. Neste período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la.8 Foi membro, a partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.

Vida empresarial

Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870).2 7 Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar (c. 1872).2 Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel.2 Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca.2

Militância intelectual

Capa do livreto "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", de 1869. A obra foi distribuída gratuitamente à população.3
Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação" (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação. Nesta obra, Bezerra se auto-intitula um liberal, e propõe que se imitasse os ingleses, que na época já haviam abolido a escravidão de seus domínios

Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877). Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redator d'A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redator do jornal Sentinela da Liberdade.2 Escreveu também outras obras, como "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro, o Leproso", "Os Carneiros de Panúrgio", "História de um Sonho" e "Evangelho do Futuro".
Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos três línguas além do português: latim, espanhol e francês.
Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos .Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:


"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."11

Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento (1844-1916),12 em 1882.


Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.


Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo.9 13 14 O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".

No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz,2 periódico de maior circulação da época.nb 1 Na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".nb 2 13

Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam.nb 3 Já havia também uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.13

Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados.nb 4 Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.nb 5

De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893.2 Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.

Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, na manhã de 11 de abril de 1900.9 Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O Paiz", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro".15 Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.

Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.

Legado


Bezerra de Menezes deu o nome a uma das embarcações a vapor da Estrada de Ferro Macaé e Campos que, fretado à Companhia Terrestre e Marítima do Rio de Janeiro, naufragou em Angra dos Reis a 29 de Janeiro de 1891.16 Não houve vítimas fatais.


Com relação ao aspecto missionário da vida de Bezerra de Menezes, a obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Chico Xavier, atribuído ao espírito de Humberto de Campos, afirma:

"Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração."17
Bezerra foi também homenageado em Anápolis, Goiás, em 1982, com o nome de uma escola de ensino fundamental - Escola de 1º Grau Bezerra de Menezes -, que atende a 200 alunos conveniados com a rede estadual de Goiás.18 Em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua terra natal, há uma avenida com o seu nome, situada no então distrito que levava o nome de seu pai, Antônio Bezerra, atualmente desmembrado em vários bairros, sendo a mencionada avenida situada entre os bairros Parquelândia, São Gerardo e Otávio Bonfim.

Em São José do Rio Preto, SP, o maior Hospital Psiquiátrico, que atende a toda a região, também leva o nome de Bezerra de Menezes.

O "Kardec Brasileiro"

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro",19 numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo

Filme
A vida de Bezerra de Menezes foi transposta para o cinema, na película Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito, com direção de Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel. O elenco é integrado por Carlos Vereza no papel título, Caio Blat e Paulo Goulart Filho, e com a participação especial de Lúcio Mauro. A produção foi orçada em aproximadamente R$ 2,7 milhões, a cargo da Trio Filmes e Estação da Luz, com locações no Ceará, Pernambuco, Distrito Federal e Rio de Janeiro, tendo envolvido a mão-de-obra de uma equipe de cento e cinquenta pessoas. O lançamento do filme deu-se em 29 de agosto de 2008

Instituições de que foi membro[editar | editar código-fonte]
Efetivo da Academia Nacional de Medicina e honorário da Secção Cirúrgica.
Instituto Farmacêutico
Sociedade de Geografia de Lisboa
Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional
Sociedade Físico-Química
Sociedade Propagadora das Belas Artes
Sociedade Beneficência Cearense (Presidente)
Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (Conselheiro)
Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão (Presidente)
Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (Fundador)
Companhia Arquitetônica de Vila Isabel (Director)
Artigos e obras publicadas[editar | editar código-fonte]
1856 - "Diagnóstico do cancro"
1857 - "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento"
1859 - "Curare". (Anais Bras. de Medicina v. 1859-1860 p. 121-129)
1869 - "A Escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação"
1877 - "Breves considerações sobre as secas do Norte"
- "Das operações reclamadas pelo estreitamento da uretra"
Biografia de Manuel Alves Branco, visconde de Caravelas
Biografia de Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai
1892 - publicação da sua tradução de Obras Póstumas, de Allan Kardec
1902 - "A Casa Assombrada" (romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEB)
1907 - "Espiritismo (Estudos Filosóficos)" (coletânea dos artigos publicados em O Paiz no período de 1877 a 1894, publicada pela FEB em três volumes)
1983 - "Os Carneiros de Panúrgio" (romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEESP)
1946 - "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica" ou "Uma carta de Bezerra de Menezes" (réplica a seu irmão que lhe exprobrava a conversão ao Espiritismo, publicada postumamente, em livro, pela FEB)
1920 - "A Loucura sob novo prisma" (estudo etiológico sobre as perturbações mentais, publicado pela FEB)
"Casamento e mortalha" (romance, incompleto)
"Evangelho do Futuro"
"História de um Sonho"
"Lázaro, o Leproso"
"O Bandido"
"Os Mortos que Vivem"
"Pérola Negra"
"Segredos da Natura"
"Viagem através dos Séculos"
Principais obras e mensagens mediúnicas atribuídas a Bezerra de Menezes[editar | editar código-fonte]
Através de Divaldo Pereira Franco, comunicações nas seguintes obras
1991 – "Compromissos Iluminativos" (coletânea de mensagens, ed. LEAL)
Através de Francisco Cândido Xavier, comunicações nas seguintes obras
1973 - "Bezerra, Chico e Você" (coletânea de mensagens, ed. GEEM)
1986 - "Apelos Cristãos" (coletânea de mensagens, ed. UEM)
"Nosso Livro"
"Cartas do Coração"
"Instruções Psicofônicas"
"O Espírito da Verdade"
"Relicário de Luz"
"Dicionário d'Alma"
"Antologia Mediúnica do Natal"
"Caminho Espírita"
"Luz no Lar"
Através de Francisco de Assis Periotto, comunicações nas seguintes obras
2001 - "Fluidos de Luz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)
2002 - "Fluidos de Paz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)
2006 - "Conversando com seu Anjo da Guarda - ensinamentos de Bezerra de Menezes sobre a Agenda Espiritual " (Ed. Elevação)
Através de Maria Cecília Paiva, comunicações nas seguintes obras
"Garimpos do Além" (coletânea de mensagens, ed. Instituto Maria).
Através de Gilberto Pontes de Andrade, duas comunicações na seguinte obra
"Luz em Gotas" (coletânea de mensagens, ed. AMCGuedes).
Através de Waldo Vieira, comunicações nas seguintes obras
"Entre Irmãos de Outras Terras"
"Seareiros de Volta"
Através de Yvonne do Amaral Pereira, comunicações nas seguintes obras
1955 – "Nas Telas do Infinito" (1ª. Parte, romance, ed. FEB)
1957 – "A Tragédia de Santa Maria" (romance, ed. FEB)
1964 – "Dramas da Obsessão" (romance, ed. FEB)

1968 – "Recordações da Mediunidade" (relatos e orientações, ed. FEB)