terça-feira, 18 de junho de 2013

Os Caboclos na Umbanda

  Na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria.
          Todos os Caboclos são regidos por um Mistério Maior que pertence ao Trono do Conhecimento (Regência do Orixá Oxóssi).
         Mas cada Caboclo (ou Cabocla) vem na Irradiação de um ou mais Orixás, pois eles próprios são “filhos”de determinado Orixá e perante outros Orixás foram iniciados para trabalharem em Seus Mistérios (exemplos: Caboclo Pena Branca: de Óxóssi e Oxalá; Caboclo Pena Dourada: de Oxóssi e Oxum; Cabocla do Mar: de Yemanjá; Caboclo Sete Montanhas: de Oxalá e Xangô).
         Os Caboclos são espíritos muito esclarecidos e caridosos, assim como os Pretos-Velhos. Tiveram encarnações como cientistas, sábios, magos, professores etc. Alguns, em determinada encarnação, foram mesmo nativos (chamados de indígenas, aqui no Brasil). Enfim, no decorrer de encarnações, elevaram-se e vêm na Umbanda para auxiliar aos irmãos enfermos da alma e do corpo. Muitos são escolhidos pela Espiritualidade para serem os Guias-Chefes dos Terreiros ou então de seus médiuns. 
           Os Caboclos são profundos conhecedores das ervas e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos, defumações, oferendas etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como ninguém o Reino Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das ervas e dos alimentos vindos da terra.
          Sua forte carga magnética nos impulsiona a ir em frente, a enfrentar os obstáculos com coragem e determinação. Porque Caboclo é o Arquétipo do guerreiro corajoso, valente, simples, honrado, justo e harmonizado com as Forças da  natureza. Pela simples presença entre nós, quando incorporados em seus médiuns, já nos imantam com essas fortes energias e nos estimulam a conseguir nossos objetivos. São “caçadores”, vão buscar e nos ensinam a buscar o  melhor para a nossa evolução.
           A presença dos Caboclos nas Giras de Umbanda nos leva a refletir sobre a importância do meio natural que nos acolheu e nos ajuda a compreender que somos parte da Criação Divina e, por isso mesmo, precisamos viver em harmonia com o Todo. Eles são um exemplo de forma de vida simples, natural, livre de preconceitos e artifícios, de arrogância e de vaidade. Sua atuação junto de nós é libertadora, própria daqueles que evoluíram.
        Os Caboclos, assim como os preto-velhos são profundos conhecedores das ervas e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos, defumações, oferendas etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como ninguém o Reino Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das ervas e dos alimentos vindos da terra.
   Grandes doutrinadores e disciplinadores, são muito atuantes na orientação de sessões de desenvolvimento mediúnico, uma vez que os Guias Espirituais
agem principalmente sobre o mental do médium, que está relacionado ao Chakra Frontal, regido por Pai Oxóssi.
     Chegam incorporados com brados e assobios dando um barravento  nos
mediuns presentes e consulentes,com sua bravura como guerreiros,caçadores e corajosos caçiques.
     Ainda que os Caboclos da Umbanda fossem “apenas” espíritos de indígenas (e já foi visto que não é assim),  está aí demonstrado o grande valor cultural e religioso dos povos nativos que esta Linha homenageia. Só isto bastaria para nos sentirmos abençoados pela Misericórdia Divina, pela possibilidade de entrarmos em contato com esses espíritos tão valorosos e simples.
      Caboclo é um Mistério na Umbanda, uma linha de trabalho, uma falange, um grau, o identificador de entidades que trabalham nesta vibração que está ligada ao Orixá Oxossi, o Orixá das Matas. Existem caboclos de todos os Orixás e todos têm algo em comum que os identifica como tal, presente em sua forma de apresentação.                                                           
    Formada por milhões de espíritos, todos incorporados Às hierarquias regidas pelos orixás, espíritos oriundos de outras religiões, têm se juntado a esta linha para realizar um trabalho de caridade, doutrinação para ajudar os encarnados.
   Uma linha de caboclo são os caboclos do fogo, trabalham na purificação de espíritos já que o fogo tem um poder purificador e na justiça divina, então são da linha de Xangô.
    Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.
   Os caboclos representam a simplicidade, a humildade, a coragem e a persistência. Os índios tinham elevadíssimas noções de conduta e moral e a mentira, a dissimulação e a falsidade não se desenvolveram entre eles. Pela moral, caráter, espiritualização, fraternidade, etc., a Umbanda tem no índio um dos graus mais elevados e o arquétipo para esta linha de ação e trabalho.
Os caboclos são o braço forte da Umbanda; representam a força e a energia dos trabalhos, agindo sempre com muita altivez, como desbravadores dos caminhos da espiritualidade e da fé. São espíritos que se apresentam fortes, vibrantes e trazem as forças da natureza e a sabedoria no uso das ervas. É na irradiação benéfica das matas que espíritos são curados, doutrinados e encaminhada pelos caboclos.

 “Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as
dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas)”.
     Sua linha é forte, pois são aguerridos, persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus. São espíritos que se consagraram aos mistérios dos Orixás e servem à sua  direita, com um nome simbólico que identifica a “falange” na qual eles trabalham.
    Apresentam-se altaneiros, dando o seu grito de guerra e gesticulando como se lançassem suas flechas. Normalmente seus conselhos visam a melhorar o ânimo dos mais necessitados. A imagem quase sempre condiz com a figura do bom selvagem romantizado, belo, puro, nobre e arrojado. São espíritos sérios e bastante contidos. Normalmente os consulentes os tratam com muito respeito e até algum temor.
    Geralmente se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e também do seu consulente. Alguns assoviam, outros bradam no ato da incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos. São considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.
     Os Caboclos forneceram à Umbanda as bases de seus rituais, transmitindo uma enorme energia e uma grande força a todos os seguidores da Umbanda. Não existe médium ou frequentador de um templo que não dispense a eles um respeito sem igual. No desenvolvimento de nossos trabalhos, ajudam aos nossos médiuns no desenvolvimento da mediunidade, nas desobsessões, na descarga espiritual de médiuns e seguidores, na aplicação de passes, nos conselhos e orientações de toda espécie, na cura de doenças através das ervas das quais são grandes conhecedores e uma infinidade de outras atribuições. Muitos famosos e conhecidos em todos terreiros e outros anônimos que quase não revelam seus nomes, mas uma coisa e certa ambos têm a mesma força.

     Muitos julgam os Caboclos da Umbanda como espíritos atrasados, devido à sua condição social quando em vida. Infelizes, desconhecem que não temos uma única existência. Desconhecem que o fato de uma entidade apresentar-se hoje como um índio ou um mestiço, o que não indica que em existências anteriores não foram médicos, padres, cientistas, juizes, filósofos, generais, magos brancos, etc. Os vaidosos e orgulhosos que julgam errôneo tudo o mais que deles ou de suas religiões não tenha origem é que pregam e ensinam essas besteiras.

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