Na
percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram
diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na
realidade de grande sabedoria.
Todos os Caboclos são
regidos por um Mistério Maior que pertence ao Trono do Conhecimento (Regência
do Orixá Oxóssi).
Mas cada Caboclo (ou Cabocla) vem na
Irradiação de um ou mais Orixás, pois eles próprios são “filhos”de determinado
Orixá e perante outros Orixás foram iniciados para trabalharem em Seus
Mistérios (exemplos: Caboclo Pena Branca: de Óxóssi e Oxalá; Caboclo Pena
Dourada: de Oxóssi e Oxum; Cabocla do Mar: de Yemanjá; Caboclo Sete Montanhas:
de Oxalá e Xangô).
Os Caboclos são espíritos muito
esclarecidos e caridosos, assim como os Pretos-Velhos. Tiveram encarnações como
cientistas, sábios, magos, professores etc. Alguns, em determinada encarnação,
foram mesmo nativos (chamados de indígenas, aqui no Brasil). Enfim, no decorrer
de encarnações, elevaram-se e vêm na Umbanda para auxiliar aos irmãos enfermos
da alma e do corpo. Muitos são escolhidos pela Espiritualidade para serem os
Guias-Chefes dos Terreiros ou então de seus médiuns.
Os Caboclos são profundos conhecedores das ervas
e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos, defumações, oferendas
etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como ninguém o Reino
Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das ervas e dos
alimentos vindos da terra.
Sua forte carga magnética nos
impulsiona a ir em frente, a enfrentar os obstáculos com coragem e
determinação. Porque Caboclo é o Arquétipo do guerreiro corajoso, valente,
simples, honrado, justo e harmonizado com as Forças da natureza. Pela simples presença entre nós,
quando incorporados em seus médiuns, já nos imantam com essas fortes energias e
nos estimulam a conseguir nossos objetivos. São “caçadores”, vão buscar e nos
ensinam a buscar o melhor para a nossa evolução.
A presença dos
Caboclos nas Giras de Umbanda nos leva a refletir sobre a importância do meio
natural que nos acolheu e nos ajuda a compreender que somos parte da Criação
Divina e, por isso mesmo, precisamos viver em harmonia com o Todo. Eles são um
exemplo de forma de vida simples, natural, livre de preconceitos e artifícios,
de arrogância e de vaidade. Sua atuação junto de nós é libertadora, própria
daqueles que evoluíram.
Os
Caboclos, assim como os preto-velhos são profundos conhecedores das ervas
e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos, defumações, oferendas
etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como ninguém o Reino
Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das ervas e dos
alimentos vindos da terra.
Grandes
doutrinadores e disciplinadores, são muito atuantes na orientação de sessões de
desenvolvimento mediúnico, uma vez que os Guias Espirituais
agem principalmente sobre o mental
do médium, que está relacionado ao Chakra Frontal, regido por Pai Oxóssi.
Chegam incorporados com brados e assobios dando um barravento nos
mediuns presentes e consulentes,com
sua bravura como guerreiros,caçadores e corajosos caçiques.
Ainda que os Caboclos da Umbanda
fossem “apenas” espíritos de indígenas (e já foi visto que não é assim),
está aí demonstrado o grande valor cultural e religioso dos povos nativos que
esta Linha homenageia. Só isto bastaria para nos sentirmos abençoados pela
Misericórdia Divina, pela possibilidade de entrarmos em contato com esses
espíritos tão valorosos e simples.
Caboclo é um Mistério na Umbanda, uma linha de trabalho,
uma falange, um grau, o identificador de entidades que trabalham nesta vibração
que está ligada ao Orixá Oxossi, o Orixá das Matas. Existem caboclos de todos
os Orixás e todos têm algo em comum que os identifica como tal, presente em sua
forma de apresentação.
Formada por milhões de espíritos, todos
incorporados Às hierarquias regidas pelos orixás, espíritos oriundos de outras
religiões, têm se juntado a esta linha para realizar um trabalho de caridade, doutrinação
para ajudar os encarnados.
Uma linha de caboclo são os caboclos do fogo,
trabalham na purificação de espíritos já que o fogo tem um poder purificador e
na justiça divina, então são da linha de Xangô.
Para quem vivência o terreiro, que há anos
luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos
filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina
muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e
persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação
de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que
estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo
incorporado atendendo quem precisa.
Os
caboclos representam a simplicidade, a humildade, a coragem e a persistência.
Os índios tinham elevadíssimas noções de conduta e moral e a mentira, a
dissimulação e a falsidade não se desenvolveram entre eles. Pela moral,
caráter, espiritualização, fraternidade, etc., a Umbanda tem no índio um dos
graus mais elevados e o arquétipo para esta linha de ação e trabalho.
Os
caboclos são o braço forte da Umbanda; representam a força e a energia dos
trabalhos, agindo sempre com muita altivez, como desbravadores dos caminhos da
espiritualidade e da fé. São espíritos que se apresentam fortes, vibrantes e
trazem as forças da natureza e a sabedoria no uso das ervas. É na irradiação
benéfica das matas que espíritos são curados, doutrinados e encaminhada pelos caboclos.
“Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as
“Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as
dificuldades)
e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais
negativas)”.
Sua linha é forte, pois são aguerridos,
persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus. São espíritos que se
consagraram aos mistérios dos Orixás e servem à sua direita, com um nome
simbólico que identifica a “falange” na qual eles trabalham.
Apresentam-se
altaneiros, dando o seu grito de guerra e gesticulando como se lançassem suas
flechas. Normalmente seus conselhos visam a melhorar o ânimo dos mais
necessitados. A imagem quase sempre condiz com a figura do bom selvagem
romantizado, belo, puro, nobre e arrojado. São espíritos sérios e bastante
contidos. Normalmente os consulentes os tratam com muito respeito e até algum
temor.
Geralmente
se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e
também do seu consulente. Alguns assoviam, outros bradam no ato da
incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos. São
considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.
Os
Caboclos forneceram à Umbanda as bases de seus rituais, transmitindo uma enorme
energia e uma grande força a todos os seguidores da Umbanda. Não existe médium
ou frequentador de um templo que não dispense a eles um respeito sem igual. No
desenvolvimento de nossos trabalhos, ajudam aos nossos médiuns no
desenvolvimento da mediunidade, nas desobsessões, na descarga espiritual de
médiuns e seguidores, na aplicação de passes, nos conselhos e orientações de
toda espécie, na cura de doenças através das ervas das quais são grandes
conhecedores e uma infinidade de outras atribuições. Muitos famosos e
conhecidos em todos terreiros e outros anônimos que quase não revelam seus
nomes, mas uma coisa e certa ambos têm a mesma força.
Muitos julgam os Caboclos da Umbanda como
espíritos atrasados, devido à sua condição social quando em vida. Infelizes,
desconhecem que não temos uma única existência. Desconhecem que o fato de uma
entidade apresentar-se hoje como um índio ou um mestiço, o que não indica que
em existências anteriores não foram médicos, padres, cientistas, juizes,
filósofos, generais, magos brancos, etc. Os vaidosos e orgulhosos que julgam
errôneo tudo o mais que deles ou de suas religiões não tenha origem é que pregam
e ensinam essas besteiras.
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