sábado, 28 de dezembro de 2013

Xangô,O Rei Justiceiro em 2014

    Xangô é o orixá que vai reger 2014,ano de desastres naturais e junto com ele a  Orixá secundária a reger será Iansã.Como as Previsões do Tarô que também foi postado,é um ano de razão,este ano que as pessoas estão agindo com emoção ano que vem estarão sobre a manifestação da razão e do equilíbrio,Como todo mundo fala o ano vai ser próspero pois Xangô é rei e bla bla blá... Sim não vou negar sim será um ano de prosperidade como mostra a carta o Imperador na numerologia de 2014... sim mas é o ano de que tudo que está errado será corrigido se Xangô é o orixá da Justiça Divina então é bom estarmos ponderados equilibrados pois temos de agir corretamente não só no ano em que Ele rege mas em toda nossa existência será um ano em os protestos serão mais pacíficos pois estarmos sendo irradiados pelos regentes da Justiça Divina.E termos muitas manifestações populares.      
                             

  Aqueles que fazem coisas ilícitas devem tomar cuidado Xangô e Iansã estarão na cola de que quer tirar vantagem para si mesmo pretendendo prejudicar seus semelhantes.Aqueles que estão fora da Lei Iansã irá perseguir e punir sem dó onde as irradiações de ambos estarão mais fortes e teremos grandes catástrofes naturais furacões,alagamentos,enchentes e talvez queda de avião.Iansã no ano que rege trará desencarne em massa então todos acendam vela para o anjo de guarda e para a nossa Divina Mãe Iansã para nos livrarmos destes desencarnes.Sobre política é ano de eleição e é uma grande coincidência Xangô reger no ano de uma disputa política ou seja,o pau vai quebrar como se diz vulgarmente,e na copa termos problemas administrativos.

Previsões 2014 no Tarõ

A Nave (o Caarro) no Tarô Carbônico de Adriano Camargo Monteiro
       No Tarô as previsões teremos o Arcano VII O Carro(A Carruagem ou A Caravana)regendo em 2014.Este ano que foi regido pelo Arcano VI (Os Amantes),foi um ano de escolhas de direções que nos fizeram escolher o certo ou o errado,dependendo de nossa concepção;Depois de escolhido nossos caminhos com O Carro sentimos as consequências de nossas decisões sentiremos de usar nossos extintos  de luta para lidarmos com situações de conflitos.
A Sacerdotisa (Papisa) no Tarô Carbônico de Adriano Camargo MonteiroO Louco no Tarô Carbônico de Adriano Camargo MonteiroO Mago no Tarô Carbônico de Adriano Camargo MonteiroO Imperador no Tarô Carbônico de Adriano Camargo Monteiro
     
         As Cartas secundárias que vão reger 2014 é a Papisa,o Imperador.O Bobo e O Mago,segundo o numeral  2014.A Papisa representando a individualidade de cada ser sua introspecção buscando sua verdade pessoal,O Louco traz a falta de confiança e flexibilidade de atender as necessidades pedidas no ano,O Mago vem dizendo que a energia do ano se tende em ter vitórias energia e vigor que dará sequencia a energia do Imperador que renderá bons frutos trazendo equilíbrio financeiro e as emoções ficará no segundo plano e dará o lugar para a razão no próximo ano.
   Será preciso um extinto agressivo para buscar uma relação com harmonia,embora não será fácil de uma pessoa escolher se vai agir ou se ponderará com equilíbrio.Para isso devemos sempre atentarmos para o nosso interior,sem recear usando nossa intuição,emoções e sensações com controle.Com O Carro em ação em 2014 as divergências estarão expostas- não é a toa  que será um ano de disputa eleitoral- onde todos deverão enfrenta-las e encara-las de frente e as resolver se possível.Escolhendo o lado trabalhar isso de uma maneira harmoniosa e  superar pois não podemos fugir das energias do carro e das cartas secundárias que vão reger 2014.Lema do ano:Encare a verdade para evoluir.
  
  

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Pó de Pemba ou Pó de Oxalá

    Assim como a Defumação o Pó de Pemba também chamado de Pó de Oxalá é usado para a afastar os obsessores,e limpar o ambiente para os trabalhos de Umbanda.Seu preparo exige ervas ritualísticas que não deve ser feito por qualquer pessoa,e não  pode ser falado para qualquer pessoa geralmente Zeladores de Santo,que tem acesso a estes preceitos.
   Usado  a pemba é objeto permanente aos ritos Africanos, mais antigos que se conhecem, fabricada com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda , é empregada em todos os ritos cerimonias , festas, reuniões ou solenidades africanas e umbandistas e no Candomblé.
  Nas tribos da Nigéria,Benin,Congo,Angola e outras é  usada a pemba sob todos os pretextos. Quando é declarada a guerra, os chefes esfregam o corpo todo com a pemba para vencer os inimigos; por ocasião dos casamentos, os noivos são pelos padrinhos esfregados com a pemba para que sejam felizes; o negociante que quer conseguir um bom negocio esfrega um pouco de pemba nas mãos; em questões de amor então, bem grande é a influencia da pemba , usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz porque dizem, traz felicidade no amor e atrai aquele a quem deseja.

   "Com pemba curei curei 
     Com pemba  curei curá 
     Com pemba de Africano 
      Com  pemba de Oxalá"

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os Pássaros

     Os pássaros apresenta ao consulente fadigas instantâneas mas que ele poderá vence-las.Esta carta se resume ao sentimento de amor pela vida quanto ao amor de viver,No amor significa paquera e firmamento de compromisso.Sua simbologia é de um casal de pássaros felizes e juntos significando uma vida sentimental feliz podendo ser encerrada se no jogo do consulente cair a carta a serpente,Indicando respeito pelo par exprime uma relação amorosa bem sucedida.
 Indica também que tal pessoa deve se doar ao parceiro(a) se cair junto com a carta o chicote,mostra que o consulente não compreende o parceiro(a) e vice-versa,junto com a Aliança indica boa relação profissional.
 No espiritual o consulente deve ter fé e esperar que Deus manda tudo na hora certa,Junto com a cobra pode ser também fofocas e tagarelices.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A má-fé, o plágio e a ética



 

                                                                                   Ricardo Pereira

 
 
    A má-fé é produto de algum tipo de ressentimento, de uma angústia e de um modo simplista significa o mentir para si mesmo de forma consciente, sendo a consciência relegada a coisa alguma, a nada. É uma conduta repleta de intencionalidade e de propósitos, muitas vezes para determinar ou justificar algo, uma simples tomada de decisão oriunda da liberdade, por exemplo. Essa é uma das formas que o ser humano possui de expressar, segundo Sartre (1997), a sua intrínseca negatividade no mundo.
    Geralmente, aqueles que passam a vida agindo de má-fé não passam de seres solitários, angustiados que não deixam a sua vida ser direcionada por circunstâncias externas. Mas, mesmo assim, a mentira à qual se auto-submetem, nesse cenário, depende, sempre, da existência do outro, assim como da angústia que precisa ser contornada ou vencida.

A rede de plágios





     Embora a má-fé na abordagem sartriana não deva ser confundida com a má-fé nas relações com os outros, com aquela má-fé que se antagoniza à boa-fé, abordar-se-á nesse artigo a respeito da má-fé caracterizada pela ação consciente de que o que se está sendo feito é objetivamente sem justa causa e contra a lei, fazendo-se alguns possíveis paralelos com alguns dos atributos referentes a dados arcanos do Tarô.

O que os arcanos do Tarô indicam


    Dessa forma, discorrer-se-á sobre a "disposição de espírito que inspira e alimenta ação maldosa, conscientemente praticada", significado do termo má-fé explicitado por Houaiss (2008) e, também, sobre a deslealdade, a fraude ou a perfídia, atributos esses bem denotados em algumas consultas taromânticas pelos arcanos O Mago, Os Enamorados e O Diabo, dependendo, claro, do contexto e da casa de um método de tiragem qualquer utilizado, quando surgem acompanhados, principalmente dos menores 7 de Espadas, Pajem de Espadas e, também, da fria, inflexível e inexorável Rainha de Espadas. É possível, no entanto, que outras combinações arcânicas, também, venham a refletir, em dadas abordagens taromânticas, as condutas de má-fé.
    Nesse contexto, tal má-fé reporta-se e incorpora-se à deslealdade de alguém sobre uma verdade sobre si mesma e com o propósito intencional de causar prejuízo a outrem.
    A deslealdade a respeito do que se almeja ou do que se espera, ou ainda, sobre o que se sabe, ou o que se ignora, ou o que se idealiza e produz é a marca principal das ações empreendidas sob a égide daqueles que atuam de má-fé e no Tarô, do ponto de vista simbólico, esse aspecto pode ser identificado claramente em meio a um tanto de significados e atributos que emergem de algumas lâminas.
    Vale salientar, quando alguém se reporta a má-fé faz algum tipo de alusão de que uma terceira pessoa está, de forma maliciosa, ao estilo O Diabo combinado ao arcano menor 7 de Espadas, tentando levar indevida vantagem sobre outrem.
    Nesse contexto, a “conduta maliciosa” é a ação e a “vantagem indevida”, o prêmio de quem atua de má-fé. Tal  conduta ardilosa é sobremaneira, repudiada pelos valores sociais e morais comuns em certas nações e certos tipos de culturas.
    Do ponto de vista da proporção, a má-fé pode se manifestar ou caracterizar de formas significativamente distintas, as quais perpassam pelas simples mentiras infantis de uma criança, que esconde a autoria de uma traquinagem, bem ao estilo de uma combinação dos arcanos O Mago mais um Pajem de Espadas, ou que transitam através de situações de grandes fraudes nas mais diversas instâncias sociais e econômicas, as quais numa consulta
ao Tarô podem ser destacadas pela parceria do O Diabo mais uma Rainha de Espadas ao denotarem a dissimulação de uma espécie de "plano de fraude, engano ou roubo" ou, ainda,  pelos arcanos Os Enamorados mais um 7 de Espadas, os quais destacam o impasse diante uma escolha entre ser honesto ou leal ou compactuar com algum projeto pernicioso, o qual levará o prejuízo de outros e que é fruto da má-fé de pessoas ardilosas.
    Embora cada uma dessas situações de má-fé sejam bem peculiares, o prêmio buscado, no mundo real, é o mesmo, ou seja, ao menos se conseguir uma pequena vantagem sobre um outro indivíduo ou sobre um grupo.
    Decerto, onde se configura atos de má-fé, faz surgir a emergência do debate sobre o que é a mentira ou o que é a verdade, aspectos esses subjetivos, oriundos da percepção individual de experiências humanas, os quais requerem ponderação extrema, digna de um O Eremita, ao serem abordados, já que ninguém é "dono da verdade".
    Por outro lado, assim como no mundo real, no mundo cibernético ou virtual atuações ou condutas de má-fé, também, se fazem presentes.
    Nesse contexto, tem-se o exemplo de algumas pessoas, as quais, por meio de atuações questionáveis no denominado comércio eletrônico, visam tirar alguma vantagem financeira na venda, à alguém,  de um produto ou serviço, assim, como existem atitudes constantes e aparentemente inocentes, por parte de certos internautas, mas que, do  ponto  de  vista  legal,  constituem-se em crime,
 
O Sete de Espadas no New Vision Tarot

O Sete de Espadas

New Vision Tarot
 
como é o caso do plágio. Simbolicamente, na seara do Tarô, tal ação é muito bem representada pela combinação do arcano maior O Mago; mais o 7 de Espadas.

O plágio e suas implicações legais e éticas


    Conforme o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2008), "plágio é o ato ou efeito de plagiar; é a apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem".
    Desse modo, o simples ato de "copiar e colar", sem citar o autor ou a fonte, em textos jornalísticos, trabalhos acadêmicos em geral, em blogs, sites  e comunidades como as do Orkut, constitui-se em plágio e os plagiadores da web são denominados de "parasitas virtuais". Cada plágio efetivado por dia na Internet ou fora dela configura-se em mais um ato de má-fé, dependendo da intenção ou do propósito, e de desrespeito aos autores e às suas obras.
    De qualquer forma, essa prática além de moralmente reprovável é considerada ilícita em nosso ordenamento jurídico, nas instâncias civil e penal, sendo tal ato um crime contra a propriedade intelectual, a qual está resguardada no Brasil através da Lei nº 9.610, de 19 fevereiro de 1998, que em seu “Cap. III - Do Registro das Obras Intelectuais” e em seu artigo 18 apresenta o seguinte enunciado: "A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro." (BRASIL, 1998).
    Observa-se, portanto, por esse artigo 18 desse cap. III da "Lei dos Direitos Autorais", que tudo o que for "copiado e colado" ou retirado ipsis litteris da obra de terceiros, seja texto, som, imagem etc deve-se fazer referência à fonte e/ou ao seu autor, mesmo que esses textos, imagens, sons etc não tenham sido publicados ou disponham de registro de autoria. Há casos, até, em que é necessário e é o ideal, do ponto de vista legal, o pedido de autorização do autor de um trabalho intelectual,  no sentido de se utilizar a obra ou parte dela em eventuais circunstâncias, aspecto esse que não se constitui em uma prática comum em se tratando de obras disponíveis na Internet, as quais são algumas vezes utilizadas, por exemplo,  em comunidades de Tarô no Orkut, em blogs e sites sobre o tema sem ao menos serem referenciados os seus autores. Mesmo que as obras não possuam registro de autoria, os seus autores podem reivindicar o seu direito de propriedade.
    No Orkut, é possível se presenciar ou evidenciar fatos a esse respeito, os quais merecem atenção, envolvendo, dentre outros, métodos de tiragens ou textos sobre o Tarô, os quais são deliberadamente copiados e colados em dadas comunidades, sem o mínimo de critério ou atenção respeitosa aos seus autores e, também, à lei que os protege no País.  É evidente, que nem sempre o que foi copiado, o foi com algum objetivo ético! Tanto é que muitos que primam por essa prática não se dão nem ao trabalho de pesquisar, investigar se tais obras intelectuais possuem autoria, justificando tal ato, como é bem comum às condutas de má-fé, afirmando que copiaram e colaram em suas comunidades tais textos, métodos de tiragens etc de outras comunidades orkutianas, das quais são meros "membros parasitas".
    Tal fato está ficando tão desgastante, por ter se tornado rotineiro, que é possível se ver nessas comunidades orkutianas, tarólogos acusando uns aos outros de terem copiado os seus artigos, deles se apropriando indevidamente ou reivindicando de outros donos dessas comunidades de Tarô, o uso correto de seus métodos de tiragens, os quais vêm sendo utilizados, muitas vezes de má-fé, sem os devidos créditos de autoria ou comprometidos por mudanças em suas estruturas, conteúdos textuais e até mesmo em seus títulos, causando, tais condutas conscientes de má-fé, prejuízos aos seus autores e às suas respectivas obras,  as quais são disponibilizadas, nesse tipo de ambiente cibernético, à revelia.
    Sobre evidências desse tipo, Firmino (2009) faz o seguinte alerta:


    "A internet se torna maior a cada dia, a cada nova linha escrita. Não dá para fiscalizar o que acontece em todas as letras e imagens. Muitos se aproveitam do acesso fácil e da impunidade para roubar o material intelectual alheio. Mas isso não faz da internet uma terra sem lei. Nosso papel, como autores e leitores, é tentar dar o devido crédito ao texto alheio, mas o crédito certo, não apócrifo ou anônimo."
 

    Desse modo, percebe-se que tal conduta, além de negligenciar o direito autoral, ainda macula a imagem do profissional tarólogo, que pelos atos de má-fé e irresponsáveis de alguns poucos, passam a ser vistos como profissionais antiéticos e sem noção alguma de cidadania e respeito ao colega de profissão, o que é lamentável nesse momento em que o fazer taromântico e tarológico busca se firmar enquanto uma práxis profissional de boa-fé, séria e importante do ponto de vista histórico-social.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A Força:Hora de Desafios e Mostrar o Pontencial


    A Força é uma carta bastante conhecida no Tarô.A carta tem várias origens,uma delas está no mito grego
da heroína Cibele ao qual venceu um leão.Este leão representa as forças contrarias ao qual a,Jovem moça o segura facilmente.Seu chapéu é idêntico ao chapéu do Mago,sua força é infinita e está disposta a tudo assim como o Mago.
 A Força representa a Fé,algo que se cairmos  a fé sempre nos ajuda e nos ajudará a nos levantar,por mais que cairmos que seja.
  Também representa a garra e coragem que nos faz mostrar todo nosso potencial,sempre aguentamos mais dor do que nos suponhamos ou pensamos e imaginamos,no trabalho por exemplo esta pessoa pode ter dificuldades  e oportunidades se a força cair no jogo do consulente,ele terá que agarrar com unhas e dentes a força representa a libertação e o desejo de ir para frente,de progresso,aliás que é outro significado que esta carta tem.
  Junto com a carta Os Amantes e/ou com o Dois de Copas representa a paixão violenta pois a Força logicamente atribui este significado.Paixão que faz nossos corações baterem mais forte,nossa mente mente rodar nosso corpo estremecer em chamas.Junto com a carta o Diabo significa que esta paixão será carnal mundana e leviana que no final causará sofrimento ao consulente.
  A Força é o caminho para ir avante e derrotar nossos medos e anseios.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Hoje é dia de Santa Bárbara Nossa Mamãe Iansã Eparreiiii!!!!


    Sincretizada com Santa Bárbara,Iansã é a Orixá do Tempo Climático,como foi dito no último post sobre esta orixá,enquanto o Tempo Cronológico pertence a Orixá Oyá-Tempo,que depois será descrita aqui no blog.Iansã faz polo com dois orixás diferentes Ogum e Xangô.Sendo que com Ogum é ar em excelência e Xangô e ígnea  por excelência, assim como nas lendas Inhaçã foi esposa de Ogum e depois se tornou rainha ao lado de Xangô ,sendo a única,iabá (orixá feminina) tendo discreto acesso aos seus domínios dividindo o fogo o raios e trovões,com Ogum divide a Lei corrigindo e punindo os espíritos fora da lei junto com Ogum os seres que estão desequilibrados da Lei divina,os reequilibrando de volta a Ordem Divina lembrando que Ogum é o equilíbrio da Lei,o que está no alto  e embaixo,o que esta na luz e nas trevas,Ogum é vigilante,Na Linha da Justiça Iansã rege os seres que estão em desequilibro emocional e os espíritos errantes  que fizeram mal os seus irmãos
                                             
  Iansã e cultuada nos bambuzais, e a certa duvida sobre sua filiação uns dizem que ela é filha de Oxalá com Nanã outros dizem que é Xangô com Oxum.Embora há lendas que mostram que ambas Nanã e Oxum podem ser mãe de Iansã  no caso de Xangô há registros de que ele é marido e outros de que ele é pai de Iansã ,não é a toa que diz um ponto cantado:
   
                              Oyá é moça rica 
                               Ela é filha de Xangô
                                Iansã chegou na Umbanda 
                                E no seu reino saravou 



Oiá tem um temperamento destrutivo,basta ver seus ciclones,furacões e tormentas(tempestades)para ver mas as vezes ela destrói para construir algo bom e melhor no lugar onde estava o outro,é a destruição pra construção de algo novo.Divindades similares a Iansã: Atena, Minerva pois eram guerreiras e atuavam na Justiça e em todo panteão há divindades femininas que atuam no campo masculina e assim acontece com essas três.Inhaçã confunde-se com Santa Bárbara invocada quando há tempestades e que sofreu grande injustiça em sua vida,morta pelo próprio pai quando sua cabeça rolou no chão um raio caiu e fulminou  o pai de Santa Bárbara,assim se relaciona as duas e hoje é dia de fazer acarajé ir no bambuzal entregar pra Iansã e Xangô (este DEVE ser também homenageado) e comer carurú de Iansã.Iansã é sumariamente guerreira.
Lembrem-se a Lei Divina e a Justiça Divina semprem andam juntas até que se unem em um ponto e este ponto é Iansã.



"Eparrei Iansã!!!!


Senhora da chuva, da tempestade e to vento.
Aquela que lutou ao lado de Xangô.
A mais fiel de todas as esposas.
Moça bonita, guerreira e que nunca abaixou a cabeça à ninguém.
Oyá Iansã, Orixá justiceira.
Aquela que espanta os Eguns com a barra de sua saia.
Santa Bárbara virgem dos cabelos louros.
Salve a força, vitalidade e a energia purificadora dessa Orixá esplendorosa!
E hoje e todos os dias sejam abençoados por nossa mãe Iansã.
Eparrei!!!!!!!!!"




ASPECTOS PARTICULARES

Nome:Iansã ou Oiá;
Sincretização: Santa Bárbara;
Filiação:Oxalá e Nanã ou Xangô com Oxum;
Cor:Coral ou vermelho;
Vela:Coral ou vermelho;
Polo:Xangô(positivo) e Ogum(positivo):
Oferenda:Acarajé,bobó de camarão e carurú;
Símbolos e ferramentas:Eurequê,cálice,espada ou afanje ou uma cimitarra,todas de cobre em latão;
Saudação:Eparrei Oía! Eparrei Iansã!

  

sábado, 30 de novembro de 2013

Hoje são três postagens:Obaluaiê Oração


Linha dos Ciganos na Umbanda

                                          

 É uma linha pouco estudada e cultuada nos terreiros de Umbanda. Possuindo uma cultura milenar que foi adaptada para as giras de Umbanda, um passado ligado ao seu povo.
 Eles têm suas próprias cerimônias e ritual coletivo corrente a Umbanda suas giras embora escassas em meio a ao culto das ‘Umbandas’ suas girar são bastante apreciadas e concorridas e diferentes dos pretos velhos e caboclos, os ciganos trabalham mais voltados para a parte terrena dos seus consulentes.
  Não se sabe sob qual irradiação de algum orixá vêm os ciganos, mas atuam na linha da Oyá - Tempo, Oxum e Inhaçã. e na linha de São João Batista(Povo do Oriente).
  São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exús, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exús e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.
    Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.
São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.
Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
                         

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Concepções históricas, imaginárias, iconográficas

                                                                                       Ricardo Pereira

 O imaginário humano é historicamente alimentado por vários tipos simbólicos, manifestados, dentre muitos, em formas míticas ou mitológicas, com a prevalência de seres que encarnam e expressam, sobretudo, as forças da natureza.
  É possível observar em diversas abordagens de historiadores da arte sobre a arte minóica, do terceiro e do segundo milênios antes de Cristo, afirmações que, por essa época, os artistas já demonstravam uma imaginação aberta para os horizontes de uma mitologia fundamentalmente naturalista. 
Sabe-se, que os adeptos dos muito antigos cultos naturalistas ou “naturistas” veneravam forças misteriosas a fim de garantirem a fecundidade da natureza, dos solos e dos animais. Eram essas forças atributos de divindades protetoras das colheitas, dos rebanhos e das fontes de água. Cada lugar tinha as suas próprias divindades
 No âmbito do Tarô, o mito do feminino é concebido iconograficamente perpassando por vários arcanos, nos quais se encontram encerrados vários elementos simbólicos associados à natureza, à terra como força geradora, à mulher como sua principal representante. Em contraponto, tal mito denota simbolicamente, estagnação, aprisionamento, cilada, unilateralidade, fixação e até privação.
   Essa linguagem simbólica feminina atravessa tempos cósmicos, históricos e o Tarô a expressa, iconográfica e esteticamente, utilizando-se de mecanismos como signos, alegorias, metáforas, arquétipos e mitos, muitos deles criados e contemplados na época primitiva, dos nômades caçadores e, posteriormente, nos primórdios da agricultura, ou seja, bem antes dos tempos que remontam à Antiguidade clássica, adentrando-se à Europa medieva e renascentista, passando pela idade moderna, chegando ainda bastante atual nos cenários da contemporaneidade, legitimando a primordial hierofania intrínseca à relação da mulher com o divino espírito da terra, do mundo e, por que não reafirmar, parafraseando Eliade (1992), com o cosmos.  

 O Tempo ou Roda da Fortuna
Neste arcano vê-se as três faces
da Deusa (a Virgem ou donzela,
a Mãe e a Velha Sábia).
Por trás é observada uma
gigantesca vagina, principal representação simbólica
do feminino.

Sensual Wicca Tarot by Mesar Nada
& Elisa Poggese (2007).

 





 Segundo Argan (2004) “[...] as primeiras manifestações artísticas remontam, todavia, uma época muito mais longínqua, ao fim do Paleolítico. Dezenas de milênios a. C os homens, que viviam da caça e da coleta ocasional de frutas silvestres, já conheciam o valor da imagem ou da figuração.”
 Dentre as mais antigas idealizações artísticas do feminino, destacam-se, como exemplos, algumas estatuetas rupestres, denominadas, aqui, de "três Vênus ou de "três deusas".
 Mesmo com a constituição posterior de uma cultura ou de um sistema patriarcal, segundo Campbell (1988), iniciado com os hebreus, que transferiu o poder do ventre ao falo; ou do estabelecimento histórico de todo um sistema de repressão em torno do feminino, as representações da mulher sobrevivem através da conscientização de sua ampla e poderosa energia com caráter, para muitos, sagrado, concreta do ponto de vista de sua existência como um centro gerador de criação e da vida, como profunda fonte, até os dias de hoje, não só de edificação, mas também de inspiração.
 No Ocidente, as antigas culturas greco-romanas divinizaram representações do feminino através da constituição de um panteão de deusas conectadas à natureza, à beleza e ao processo de gestação em analogia a simbologia da lua, cultuando-se deusas como Afrodite, no que diz respeito aos gregos, e Vênus, no que se refere aos romanos e, ao longo do tempo, à Virgem Maria com a consolidação, em solo europeu, do cristianismo católico apostólico romano, lançando-se as bases de construção simbólica e cultural da mulher no mundo ocidental. Sobre esse aspecto destaca Moura (2010):
   É importante considerar também a possível transmutação das deusas gregas e romanas no mito cristão da Virgem. Gonzáles de Chaves situa a Virgem Maria ao final de uma cadeia evolutiva iniciada com as deusas clássicas da cultura ocidental, sugerindo que "a mulher tem estado cercada do sagrado". Isso quer dizer que a construção da mulher na cultura ocidental envolveu diferentes discursos (clássico, medieval, moderno, pós-moderno) e problemáticas históricas, que de certa forma vão modelar sua identidade.
   É evidente que na Idade Média a Igreja pretendeu, com o prenúncio da Ciência que já a incomodava com suas revelações “indiscretas”, lançar política e estrategicamente sobre solo europeu uma espécie de fé cega não só na infalibilidade papal, mas, sobretudo no caráter imaculado da Virgem, dotando-a de honras a fim de transformá-la, aos olhos cristãos, em uma deusa, ou melhor, em uma “virgem-mãe” representação comum nos contos e mitos populares orientais e pagãos, os quais precedem ao advento do Cristianismo católico, como diz Blavatsky (2008):
  [...] a ‘Virgem Imaculada’ fora transformada em uma Divindade Olímpica que, tendo sido, por sua própria natureza, colocada na impossibilidade de cometer um pecado, não pode pretender nenhuma virtude, nem mérito pessoal por sua pureza, precisamente porque, como nos ensinaram a acreditar na nossa juventude,ela foi escolhida entre todas as mulheres. Se Sua Santidade a privou dessa virtude, talvez ele pense, por outro lado, tê-la dotado de pelo menos um atributo físico, que as outras deusas-virgens não possuem. Mas mesmo esse novo dogma, que, associado à nova pretensão de infalibilidade, quase revolucionou o mundo cristão, não é propriedade original da Igreja de Roma. Trata-se apenas de um retorno a uma heresia quase esquecida dos tempos do Cristianismo primitivo, a dos coliridianos, assim chamados porque ofereciam bolos em sacrifício à Virgem, a qual acreditavam ter nascido de uma Virgem. A nova fórmula ‘Ó Virgem Maria, concebida sem pecado’ é simplesmente uma aceitação tardia daquilo que os padres ortodoxos chamavam no começo de uma ‘heresia blasfema’.
 Nesse contexto de exaltação na Idade Média, por parte de Sua Santidade e dos clérigos católicos, à imagem da Virgem-Mãe Imaculada, é possível observar por essa época ou ao mesmo tempo a adoção de uma determinada estética, na obra artística amparada sob orientações claras dessa instituição religiosa, de evitação a qualquer expressão profana ou “erótica” do corpo feminino, símbolo de manifestação do próprio mal. 
  Embora na Idade Média não se possa falar da existência de uma arte erótica, o pintor medievo relegou ao “erótico”, imagens iconográficas contidas em representações artísticas do Inferno. Corpos nus femininos, principalmente os de mulheres adultas, quase não são observados em pinturas dos primeiros 50 anos do século XV, com exceção de imagens de Eva no paraíso. Dessa mesma forma, nas lâminas dos Tarôs desse período, naqueles ditos Tarôs Clássicos, o nu feminino é desprivilegiado, embora para o povo medieval o corpo humano, juntamente com o universo e a natureza, fosse considerado algo sagrado e cada coisa carregada de altos teores alegóricos e valores simbólicos. A exibição miraculosa, fantástica, maravilhosa, sobrenatural da nudez feminina servia muitas vezes como uma espécie de alerta contra o pecado.
 É por essa perspectiva, que as representações femininas em sua maioria, naqueles Tarôs medievos, com destaque para os do período renascentista, trazem imagens de mulheres, apresentando-se austeramente vestidas ou encobertas por longas túnicas. 
   Nessa ordem de arcanos maiores ora citados, observa-se nesse primeiro uma espécie de vestimenta sacerdotal ou seria um hábito da Ordem Umiliata de Biossano? E, no segundo arcano uma túnica renascentista, típica das mulheres da nobreza européia. O dourado é a cor predominante na iconografia das cartas. 
  A túnica renascentista, vestuário feminino bem antigo, consistia, segundo Laver (1989),  de uma saia ampla, ricamente bordada e uma blusa, com mangas ajustadas aos braços e compridas, a ela costuradas, podendo-se vestir sobre essa peça uma beca ou houppelande, caindo em pregas amplas até o chão, com cintura apertada por uma faixa. Nesse conjunto de vestimentas predominavam cores como, ouro ou dourado, escarlate e púrpura (símbolos da realeza e dos eclesiásticos), azul e verde,  as preferidas no vestuário de reis, rainhas, clérigos, aristocratas e nobres da corte européia medieva, tudo isso também muito bem destacado na iconografia de alguns dos tarôs pertencentes a essa época, inclusive no Visconti-Sforza e, significativamente, em tantas outras obras da pintura medieval. O gosto pela cor e pela luz na Idade Média não é evidente apenas nas roupas, destaca Eco (2010), revela-se ainda nos costumes cotidianos, esteticamente nos enfeites e nas armas.
  Nesse conjunto de vestuário medieval é, ainda, observado sobre a cabeça feminina um finíssimo véu, apetrecho muito antigo e sem origem certa que, desde o século XIII, era usado como símbolo de virtuosidade e honradez pelas mulheres casadas, retratando a sua subordinação ao homem, e que, aos poucos, vai sendo  abandonado por elas em seu modelo tradicional, mas continuamente visto nas cabeças de freiras e viúvas, ou sendo substituídos por outros de desenhos ou formas caracteristicamente inovadores, mas, não deixando de se perpetuar em reminiscências através da arte. 
À arte e à beleza na estética medieval, segundo Eco (2010), conferiu-se uma espécie de sentimento do homem, do mundo e da divindade típicos da visão cristã, de uma concepção da beleza puramente inteligível, metafísica, de ordem cósmica, fundada em uma idéia de moral aos moldes de um pensamento escolástico, o qual fora substituído gradativamente no Renascimento a partir da retomada de interesse pelos clássicos gregos e às idéias de Platão, até então ignorados na Idade Média. É a vez do humanismo, do neoplatonismo e do antropocentrismo. 
 Nesse contexto, no auge do Renascimento, por volta de 1450 vê-se um novo sentido ou olhar artístico sobre o feminino (e não sobre a mulher, sua importância e o seu papel social) nas obras de vários artistas, dentre eles Botticelli. Como destaca Moura (2010):
 O período da Renascença trouxe uma nova significação para o feminino, aqui o 'dom' da beleza é associado ao divino, e, nesse caso a mulher bela estaria mais próxima da divindade, com isso, no século XV algumas representações da Vênus (Afrodite) substituem a imagem de Maria. Na obra de Botticelli, ‘O Nascimento da Vênus’, possivelmente assistimos ao nascimento de uma nova divindade, ao triunfo da beleza, à apoteose da mulher, Vênus substitui a Virgem Maria.
 Nesse sentido, o arcano maior "A Papisa" passou por esse período da História, também, a ser classicamente associado aos aspectos lunares, a todos os atributos inerentes à lua como símbolo de passividade, fertilidade, fecundidade, maternidade, magia, sabedoria, segredo, sombra e luz. As deusas míticas lunares Ishtar (Babilônia e Assíria), Isis (Egito) e Astarte (Fenícia), dentre outras, correspondem, em alguns Tarôs,  a esse arcano maior e a sua evidente representação de sagração do feminino, representado pela simbologia da Deusa ou da Grande Mãe.  
 Existem algumas conexões e inferências históricas bem conhecidas dos tarólogos sobre a simbólica e as concepções iconográficas desse arcano maior, como por exemplo, a de que ele poderia representar a lendária papisa Joana, possivelmente uma mulher de origem alemã, que (tra)vestida de monge conseguiu conviver com os clérigos e ser eleita Papa após a morte de Leão IV, que ocorrera em 17 de julho de 855. Na História faltam evidências importantes que possam garantir a fidedignidade desse fato. Outra versão já aproxima a origem desse arcano maior, A Papisa, à família Visconti, do ducado de Milão, na Itália. Consta que, com chegada à Milão, por volta de 1260, de Guglielma da Boêmia, religiosa, benzendeira e influente pregadora do “princípio feminino” do Espírito Santo, foi-se constituindo uma seita herética na Europa, em Brunate, Província de Como, na Lombardia, Itália, a dos guglielmitas ou a dos “filhos do Espírito Santo”.       Conforme destacado por Benedetti (1998), tal seita buscava reforçar a crença de que Guglielma era a verdadeira encarnação do Espírito Santo na terra, apanágio, esse, que ela buscava ocultar enquanto esteve viva, com tamanha veemência, por temer a intolerância e represálias da Igreja. Mesmo pregando de forma discreta, conseguiu reunir um número significativo de devotos. Faleceu em 1281, aos 60 anos de idade.
  Afirma-se, que a orientação da seita esteve voltada profundamente à divulgação da doutrina da divindade de Guglielma. Dedicou-se, sobremaneira, ao alcance do objetivo de eleição, nos domínios da Igreja católica,  de uma “papa/papisa” mulher, a qual deveria guiar e orientar os discípulos e devotos guglielmitas pelos caminhos de encontro com o Espírito Santo, salvando pagãos, judeus e sarracenos das doutrinas corruptas daqueles por eles denominados de “falsos cristãos”, os quais seriam liderados pelo Papa Bonifácio VIII.
Segundo Cawthorne (2002), quem teria sido designada por Guglielma, antes mesmo de ela 
falecer, para que no Pentecostes de 1300 viesse a materializar tal intento, fora Maifreda de Pirovani, abadessa da Congregação Umiliata de Biassono, de Milão e prima de Matteo Visconti. 
Maifreda tinha o apoio de um dos principais discípulos da seita guglielmita, Andrea Saramita, a quem Guglielma, quando em vida, chamava de “filho primogênito”.
Nesse contexto, infere-se, que um dos objetivos da seita guglielmita era o de constituir um novo colégio de cardeais com uma representatividade exclusivamente de mulheres. Sabendo dessa tentativa herética de usurpação do poder papal, o Papa Bonifácio VIII, pontífice durante os anos de 1294 a 1303, lançando mão dos mecanismos da Inquisição, ordenou que Maifreda e os seus seguidores fossem executados. 
Como consequência de um processo iniciado em julho de 1300, os devotos de Guglielma acusados de heresia pela Igreja Católica foram queimados em plena Praça Vetra, de Milão. Durante a apresentação da sentença, os restos mortais de Guglielma, que já havia falecido há 19 anos, foram profanados e exumados de um túmulo da Abadia de Chiaravalle, sob a ordenação do inquisidor Guido da Cocconato, sendo queimados na fogueira juntamente com os seus seguidores.Guglielma é considerada Santa, apenas pelos aldeões de Brunate, tendo seu dia comemorado, sempre, no quarto domingo do mês de abril, em festa não considerada oficial pelos clérigos da Santa Madre Igreja. O seu nome não aparece nos Acta Sanctorum, não possuindo, portanto, hagiografia na Igreja Católica. 


Diante esse fato, algo curioso se evidencia na história de Guglielma. Após uns 150 anos, mais ou menos, da execução dos guglielmitas em Milão, um de seus seguidores, de forma anônima, mandou que pintassem a imagem de Guglielma abençoando dois devotos (talvez Maifreda e Andrea Saramita) e a expôs no retábulo da Igreja de Santo Andrea, em Brunate. Em 1745 a pintura foi enquadrada em mármore esculpido, sendo ainda venerada no local.
  Por meio desse capitulo importante da historiografia das heresias, pode-se observar o anseio pela edificação de uma Igreja do feminino. Nesse contexto, observa-se claramente que a representação simbólica do lado feminino de Deus incomoda ou incomodou, fazendo o catolicismo deparar-se, ainda hoje, com a própria tradução visível e histórica de uma Igreja-Instituição, mesmo à época sonhada, mas que fora, realmente, chefiada por mulheres.
 Percorrendo em leitura pela historiografia italiana, observa-se que em pouco mais de 10 anos após a execução dos guglielmitas, por volta de 1311, duas facções políticas tiveram bastante influência em solo milanês, os guelfos (partidários dos papas) e os gibelinos (partidários do vicario imperial). 
 Esses grupos, após a morte de Henrique V, do Sacro Império Romano-Germânico (1125), que falecera sem deixar herdeiros diretos, batalhavam para dirigir os destinos de diversas regiões da Itália. Em Milão, a vitória atribuiu-se, em muitas batalhas contra os guelfos da família della Torre, aos gibelinos,  facção declaradamente antipapal,  liderados pela família Visconti, tendo Matteo Visconti como um dos seus principais representantes. 
 Tais fatos ocorreram a mais ou menos uns 150 anos antes do surgimento do Tarô Visconti-Sforza, o qual pode também ter sido publicado pelo ano de 1450,  período que Milão fora conquistada por Francesco Sforza, que era casado com Bianca Maria Visconti, filha de Filippo Maria Visconti, último duque de Milão e descendente dessa família. 
 Observa-se, na História do Tarô, que o Tarô Visconti-Sforza fora encomendado por essa família, governante de Milão, a fim de representar o seu poder político na região, além de expressar simbolicamente a descendência dos Visconti com Júpiter e Vênus.
Diante tal perspectiva histórica, vale destacar que as antigas famílias dinásticas européias cuidavam por preservarem suas memórias. Como os Visconti eram gibelinos,  pode-se inferir, por outro lado, que a imagem do trunfo A Papisa, no Tarô encomendado por essa família, pode ter sido, pelo menos em parte, uma representação feminina de um ícone antipapal, ou ainda, uma espécie de homenagem ou alusão à Maifreda. 
   De outra forma, observando-se atentamente o domínio do conjunto da obra artística empreendida no arcano maior, A Papisa, do Tarô Visconti-Sforza, e levando em consideração o tempo histórico em que pode ter sido produzido e o fato de o símbolo falar por si mesmo, é possível inferir que o desejo do artista medievo, que pintou essa carta, era o de representar uma espécie de simbólica neoplatônica do sagrado feminino através de uma espécie de simbiose de símbolos, de uma espécie de mescla do que representava para o cristão europeu a imagem da Virgem Maria, trazendo no ventre, Jesus, o filho de Deus, concebido pelo poder do Espírito Santo,  somada ao que representava os símbolos inerentes à gravidez por concepção natural, através do sexo, também tão naturalmente sagrado quanto o emblemático dogma cristão da virgem imaculada.
   O que poderia significar então, do ponto de vista simbólico, uma freira ou abadessa grávida? Observando com um olhar técnico a estrutura e a simbólica do Tarô, afirma-se categoricamente que tal fusão simbólica choca-se, significativamente, com o do arcano seguinte, A Imperatriz. Certamente, essa seria mais uma hipótese, adicionada as já mencionadas e as ainda não assinaladas, dos possíveis tipos de representação do feminino para o trunfo, "La Papessa", desse Tarô. 

  Outros elementos simbólicos são bem destacados na iconografia desse arcano do Tarô Visconti-Sforza. Imageticamente, nesse arcano maior é observado, em um estilo gótico de pintura, o encobrimento, através de ampla e  folgada veste sacerdotal ou hábito religioso, do corpo feminino, que para a Igreja, estava profundamente associado aos prazeres e ao pecado da carne. Ela é representada grávida, não há duvidas! Mostra um olhar sereno e contemplativo, simbolizando a ligação sagrada do gênero humano com o Divino, com o Criador, voltado para a sua esquerda, ou seja, denotando a forte relação da humanidade com o passado ou com uma tradição.
 Sobre esse emblema Pratas (2009) destaca que "[...] na Arte Gótica, a principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste".
 Nesse tipo de arte, pode-se observar a manifestação da idéia de um espaço sagrado e atemporal, alheio à vida mundana, conseguido com a substituição da luz por fundos pintados ou ornados de dourado. Essas técnicas e conceitos são perceptíveis tanto na pintura mural, quanto no retábulo, assim como em iluminuras.
 Sabe-se que, na Idade Média, assim como algumas famílias poderosas italianas, a Igreja de Roma demandou representações artísticas da imagem da Virgem Maria, durante certo período, aos muitos tapeceiros, tecelões, pintores, escultores europeus com o objetivo de 
doutrinar fiéis, além do de decorar o interior de suas igrejas.
 No caso das famílias nobres, sobretudo, milanesas, encomendavam-se tais obras, ou com fins de decoração de palácios ou, também, de educação religiosa no domínio familiar. 
 Certamente que, dessa prática de mecenato, tais famílias italianas podem não ter eximido o Tarô, empreendendo-lhe uma finalidade meramente lúdica, mas é possível que, também tenham esboçado-lhe todo um papel de cunho pedagógico, ou ainda, pretenderam conferir-lhe um status de repositório no qual deveria ser resguardado e preservado toda uma memória familiar, histórica e cultural, o que se pode inferir sobre o Visconti-Sforza Tarô. 
     Toda essa lógica impressa, pelo artista, no arcano maior A Papisa nesse Tarô, faz algum sentido quando nos atentamos para o fato de que no quatrocentos  grande parte do conhecimento construído e adquirido era elaborada pelos eclesiásticos e poucos eram os que lhes tinham o acesso, já que maioria da população medieval, formada por camponeses, não sabia ler e nem escrever. 
 Eram eles, os clérigos, os formadores de opiniões, os que moldavam as crenças, os valores e os comportamentos e se utilizavam da arte como um de seus  instrumentos de doutrinação e dominação, utilizando-se, talvez, do Tarô no sentido de se fazer prevalecer determinadas doutrinas por meio não só do uso do artifício da comunicação oral, mas, principalmente da ferramenta visual da imagem que fora ali constituída pelas mãos do artista, divulgando-a como uma das espécies de representação autêntica de heresia, de confronto e refutação aos mais que fundamentados, verdadeiros e sagrados ideais cristãos, fincada em solos europeus desde os tempos dos templários
    Além dessas, o Tarô em sua estrutura carrega outras representações do feminino, com suas nuances, encerrando símbolos profundos que tratam de assuntos de ordens prática ou espiritual como "justiça", no maior A Justiça;  "poder, administração e controle",  no maior A Força; "resiliência, esperança e serenidade", no maior A Estrela; "medos, sonhos, fluxos, fases, magia e os mistérios da fêmea", no maior A Lua; e "arte, beleza, maternidade,  proteção e realização e tudo o que envolve o universo feminino", no A Imperatriz. 
 Nesse âmbito, não somente no "A Imperatriz" foi agregada uma simbólica profunda, intrínseca ao mundo feminino. Além de nos outros arcanos acima citados, nas 4 (quatro) Rainhas que compõem os arcanos menores da corte esse arsenal de significados simbólicos também é evidenciado.
 Importante enfatizar, que em alguns Tarôs bem antigos, como o próprio Visconti-Sforza e alguns do século XIX, como o Vacchetta Tarô, de 1893, o arcano maior "A Lua" é representado por imagens de mulheres. Diferentemente desses, elas podem ser retratadas dividindo o conjunto iconográfico da carta com alguma figura masculina, como nos Tarôs de Carlos VI ou Grigonneur,  de 1470(?) aonde é observado um casal de astrólogos ou astrônomos  e, também, no  1JJ, de 1831/1838, aonde se vê um trovador e uma donzela.
 No que se refere aos arcanos maiores A Papisa e A Imperatriz, as muitas representações simbólicas do feminino que lhes são destacadas, através das mudanças que são comuns ao passar do tempo, podem trazer inúmeros diferenciais iconográficos sob a ótica dos mais diversos autores dos "inúmeros" tipos de Tarô existentes. 
 Alguns desses novos olhares cuidam de expressar tais símbolos originariamente clássicos através de imagens e aspectos alegóricos pertencentes aos mitos, às tradições bíblicas ou somados a outros sistemas simbólicos, por exemplo, dotando o Tarô de uma iconografia e 
de um significado surreais. Nesse sentido, “[...] o imaginário, enquanto mobilizador e evocador de imagens utiliza o simbólico para exprimir-se e existir e, por sua vez, o simbólico pressupõe a capacidade imaginária.” (LAPLATINE & TRINDADE, 1996). 
 Por outro lado, tais possibilidades, se mal assimiladas, podem resultar na deformação da simbologia antiga e tradicional contida nas imagéticas arcânicas e, consequentemente, em seus atributos ou significados, fenômeno esse já bem percebido a partir da consolidação do conceito de tarô esotérico no século XIX, com o ocultismo moderno.
 No que diz respeito às representações do feminino na Idade Média, os artistas, de acordo com os valores sociais da época, os ditames da Igreja e influenciados por seus dogmas, retratavam a mulher em suas obras, por exemplo, associando-a ao pecado, ao mal, geralmente através da imagem de Eva colocada junto a da serpente, mas, dicotomicamente,  a imagem da Virgem Imaculada era outro tipo de representação do feminino enaltecida e divinizada nas obras de arte, com o intuito simbólico de talvez redimir os pecados da primeira. 
  O culto à Virgem Maria, em pleno século XII surge como uma espécie de resgate do feminino, embora com claros limites, exatamente pela mesma via que tratou de extingui-lo, quando do advento do Cristianismo em solo romano. Nesse contexto, as representações clássicas do feminino no Tarô guardam por si mesmas toda umalinguagem simbólica relacionada a alguns personagens e às várias  e  históricas  épocas;   hermética,  por  si mesma, que anseiam por ser reveladas, através de um simples olhar sobre o seu belo cabedal artístico, estético e imageticamente rico de significações sublimares, as quais penetram nos sentidos humanos, preenchendo-os de denotações e conotações que sugerem expressões da vida, das pessoas e de suas próprias histórias no decorrer do tempo.


  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana: da Antiguidade a Duccio. São Paulo: Cosac Naify, 2004. V.1.

BENEDETTI, Marina. Io non sono Dio: Guglielma di Milano e i Figli dello Spirito Santo. Milano: Edizioni Biblioteca Francescana, 1998.

BLAVATSKY, Helena Petrovna. Isis sem véu: teologia. São Paulo: Pensamento, 2008. V. 3.

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo:  Cultrix/Pensamento, 1988.

CAWTHORNE, Nigel. A vida sexual dos papas. São Paulo: Ediouro, 2002.

ECO, Humberto. Arte e beleza na estética medieval. Trad. Mario Sabino Filho. Rio de Janeiro: Record, 2010.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Trad. de Rogério Fernandes. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

ESCOLÁSTICA, Maria. O gozo feminino. São Paulo: Iluminuras, 1995.

LAPLANTINE, François; TRINDADE, Liana Maria Sálvia. O que é imaginário. São Paulo: Brasiliense, 1996. (Col. Primeiros Passos).

LAVER, James. A roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo: Cia das Letras, 1989.

MOOREY, Teresa. A Deusa. São Paulo: Pensamento, 2002.

MOURA, Regina. Iconografias do feminino: mitos, arte e outras representações. Rev. História, imagem e narrativas, Rio de Janeiro, n. 10, abr. 2010. 

PRATAS, Glória Maria D. L. O feminino na arte medieval. Rev. Mandrágora, [s. l],  v. 15, n. 15, 2009.






sábado, 23 de novembro de 2013

Tarô:Entre a Magia e a Psicologia


Jaime E. Cannes  

    
    Dentre os sistemas antigos destinados a prever o futuro, o Tarot foi, sem sombra de dúvida, o que sofreu a maior virada em seu trajeto até os tempos atuais. De um jogo lúdico do início da renascença italiana, no século XV, a um instrumento divinatório e de meditação reverenciado em irmandades ocultistas, como a inglesa Golden Dawn, no século XIX, o Tarot hoje é reconhecido como um grande legado de imagens do inconsciente que sobreviveu ao teste do tempo. Foi objeto de estudo de artistas, magos e psicólogos.
    Escritores como W. B. Yeats, T. S. Eliot e Ítalo Calvino, ocultistas como Aleister Crowley, A. E. Waite, Eliphas Lévi, Papus e Ouspensky, psicólogos como C. G. Jung, Sallie Nichols, Mary Geringer e James Wanless, entre outros, ficaram encantados com suas imagens de imenso poder imaginativo, capazes de despertar a visão interna mais profunda, aguçar a intuição e revelar o que está por trás, não só das aparências, mas também além do tempo presente.   



    

O Que é?


    Mas, o que é o Tarot? Vale dizer que todos os que mencionei agora teceram suas teorias, sem, contudo, obter uma resposta satisfatória sobre este enigma. É bem verdade que alguns preferiram, ao longo do tempo, relegar as cartas aos domínios sombrios do preconceito e da superstição, rebaixando-as à cartomancia comum.
    As cartas do Tarot possuem em si imagens que representam todos os aspectos da vida humana em sua jornada de vivências, das mais comuns até os mais elevados ideais, passando pelo homem médio na busca do desenvolvimento espiritual. Suas imagens são alegorias das muitas fases de desenvolvimento e amadurecimento da personalidade humana, desde a saída da infância para a adolescência, até a saída da maturidade para a velhice, ou a entrada num ciclo de iniciações na universidade ou numa escola de mistérios, por exemplo. Qualquer passagem da vida humana pode ser retratada nas imagens ordenadas dos arcanos maiores e menores do Tarot.
    Jung falou em arquétipos (imagens arcaicas), imagens da memória coletiva ancestral que estão dentro de nossos inconscientes e que podem ser ativadas por determinados símbolos, que revigoram e trazem à tona toda a carga emocional que estas imagens possuem em si e que nos tocam profundamente. A décima terceira carta do Tarot, por exemplo, chamada de “A Morte”, mostra um esqueleto segurando uma foice; em todo o mundo os esqueletos são símbolos da morte, da dor, das perdas e das transições dolorosas que teremos de passar inevitavelmente. Esta imagem do Tarot traduz, com perfeição, tudo o que a morte tem representado para a humanidade através dos tempos.
    Assim como esta, as outras cartas do Tarot são ilustrações sobre os anseios da alma humana, uma espécie de história em quadrinhos sobre os nossos dramas.    
  

Por quê se consulta o Tarô? 


    Os motivos nem sempre são nobres, muitos transformaram a consulta às cartas num momento de “fofoca astral”, onde se pode espionar a vida dos amigos, da família, dos filhos, irmãos e, é claro, dos cônjuges. Felizmente, isto tem mudado e muitos estudiosos têm visto no Tarot um potencial para algo muito mais elevado. Muito embora os que fazem do Tarot um instrumento leviano de espionagem da vida alheia nem se toquem, o verdadeiro motivo de se debruçarem tão avidamente a colher as mensagens de seus símbolos é apenas um: o contato com as imagens primordiais da alma que nos fazem sentir parte de algo muito maior do que este mundo limitado pelos conceitos estreitos da mente racional.
    Quando consultamos o Tarot, temos em mãos um conjunto de informações muito importantes sobre nossas vidas, ou sobre a vida de quem se consulta, podemos ver refletidos em suas imagens todos temas centrais da alma, como programações inconscientes, complexos psicológicos e frustrações pessoais, informações estas que se evidenciam nas vivências mais corriqueiras, pois o que somos projeta-se, o tempo todo, em tudo o que nos cerca.
    Podemos colocar tudo isto melhor, numa linguagem poética, dizendo que o Todo pode se refletir num momento do mesmo modo como a Lua e o Sol podem se refletir numa pequena poça d´água. Com o Tarot podemos entender o motivo último dos acontecimentos persistentes em que, muitas vezes, nos vemos envolvidos.
    Buda já dizia que a vida humana é cíclica. Temos uma tendência obsessiva a deixar que os nossos interesses, dramas e anseios girem sempre em torno dos mesmos temas, que suscitam o desejo. Parafraseando mais uma vez Buda: “o desejo é a fonte de todo o sofrimento”. O Tarot traz, no conjunto de suas imagens, a possibilidade de refletir sobre nossas vidas, sobre o ponto em que nos encontramos e ponderar sobre onde podemos chegar se insistirmos num determinado comportamento.

     Reflexão Interior


    Atualmente podemos usar as cartas para meditar, explorar influências de vidas passadas, desenvolver a intuição, a fluência verbal e a flexibilidade imaginativa, além de despertar e estimular a criatividade, o quem explica o interesse de muitos artistas no tema: o pintor espanhol Salvador Dali, por exemplo, tem um baralho pintado por ele, até hoje à venda no mercado, exclusivamente para sua mulher, que era taróloga.
    Erroneamente pensa-se que o estudo do Tarot serve apenas para a consulta de outras pessoas, o que é um erro, podemos usar o Tarot para a reflexão interior e o aprofundamento da visão sobre muitos dos nossos dilemas pessoais.
    Como isto acontece? Eis a pergunta mais comum e a mais difícil. Tudo o que podemos oferecer é teoria, que, diga-se de passagem, não pode ser comprovada em laboratório (graças a Deus!). Jung lançou a teoria da sincronicidade, que é um acaso significativo, ou seja, uma “coincidência” que tem algo de relevante com nossa realidade interior. Assim sendo, ao retirarmos um conjunto de cartas, geralmente dez, o princípio da sincronicidade opera e os símbolos retirados refletem com precisão uma realidade presente, ou futura, que se manifesta, ou se manifestará, em nossas vidas.
    

De Onde ?


    De onde vêm estas informações? Podemos responder de duas formas: os racionalistas gostam da teoria junguiana que diz que estas informações originam-se do inconsciente coletivo, o imenso reservatório de conhecimento sobre os temas comuns a todos os seres humanos no planeta, que se expressa através do self, a parte da consciência que anseia pela integração do consciente e do inconsciente, fazendo assim com que cada indivíduo seja um ser pleno, inteiro – completo, enfim.
    Uma outra teoria vem dos místicos e espiritualistas que dizem que as informações viriam da própria consciência de Deus, cuja parte individualizada em cada ser humano, é conhecida como “Eu superior” e que esta parte da consciência vela por nosso equilíbrio e pela conseqüente evolução das tramas do ego, ou “pequeno eu”, nesta ou em outras vidas.
    Há quem diga que ambas as teorias falam da mesma coisa, apenas com nomes diferentes. Que seja! O que importa é que a aproximação deste self, Deus ou mistério, é simplesmente o maior tesouro que a vida nos reserva, e o Tarot é um dos mais belos mapas para o encontro deste tesouro perdido dentro de cada ser humano.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Os Caboclos-Estudo Dirigido



São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, de diversos lugares formando aldeias, eles vem de todos os lugares para nos trazer paz e saúde, pois através de seus passes, de suas ervas santas conseguem curar diversos males materiais e espirituais. A morada dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, de milho, do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Existem falanges de caçadores, de guerreiros, de feiticeiros, de justiceiros; são eles trabalhadores de Umbanda e chefes de terreiros. As vezes os caboclos são confundidos com o Orixá Oxossi, mas eles são simplesmente trabalhadores da umbanda que pertencem a linha de Oxossi, embora sua irradiação possa ser de outro Orixá.
A sessão de caboclos é muito alegre, lembra as festas da tribo. Eles cantam em volta do axé da casa como se estivessem em volta da fogueira sagrada, como faziam em suas aldeias. Tudo para os caboclos é motivo de festa como casamento, batizado, dia de caçar, reconhecimento de mais um guerreiro, a volta de uma caçada.
Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham "incorporados" a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.
Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé. São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.
Os Caboclos, de acordo, com planos preestabelecidos na Espiritualidade Maior, chegam até nós com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da mais alta importância, por serem espíritos muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente, quer materialmente.
Por essas razões, na maior parte dos casos, os Caboclos são escolhidos por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium Umbandista (em alguns casos os Pretos-Velhos assumem esse papel).
Na Umbanda não existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a demanda poderá existir de um Caboclo, entidade de luz, para com um "kiumba" ou até mesmo contra um Exú, de pouca luz espiritual.
A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.
Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas (através de ervas e simpatias), desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.
Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam.Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.
Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.
Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização. 
Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo. A magia praticada pelos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos. Quase sempre os caboclos vêm na irradiação do Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas vêm na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium; mas, eles(as) podem vir também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados.conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós? Muitos pensam que são apenas uma repetição dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Mas não é só isso. Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza. Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo corretamente, afim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc. Os assobios, assim como os brados, assemelham-se à mantras; cada entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns.

sábado, 2 de novembro de 2013

Dia de Finados na Umbanda



Neste mês de novembro, no dia 02, temos por  tradição o dia de finados. Para nós, umbandistas, esta data tem grande importância por tratar-se do dia em que louvamos a força e o poder do Divino Orixá Pai Omulu, o Senhor da Morte e das Transições no Universo Divino.
De  uma forma geral, na sua doutrina, a Umbanda se apega intensamente na Vida, ou  seja,em como devemos nos comportar enquanto encarnados para então, quando chegar  a hora do desencarne, podermos garantir um lugar bom nas esferas  espirituais.
Hoje, quero comentar sobre a visão da morte e a importância da  mesma, sendo que cultuamos uma Divindade regente desse sentido da vida.
Para a Umbanda a morte do corpo físico não é o fim da vida. Entende-se apenas como o fim de um ciclo, ou seja, da passagem encarnatória. Após o ato da morte física do ser encarnado, este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumuladas durante a passagem no corpo físico. Aqui no plano físico, estamos numa esfera neutra ou mista, onde tudo se encontra, sem distinção. Já no plano astral, os seres vivem em realidades  dimensionais pertinentes às suas condições emocionais e vibracionais. Logo, se o ser vibrar ódio, um lugar com seres odiosos será sua morada. Se vibrar o amor, sua morada será um lugar agradável. Nós somos aquilo que criamos ao nosso  redor e a realidade que desenvolvemos é a que levamos além do pós  morte. Então, nada se acabará com o fim da vida física,quando o corpo perece  este é o fim de uma etapa e o início de outra. Morremos para o mundo físico e renascemos para o mundo espiritual. Assim, o contrário acontece quando reencarnamos: “morremos”para a vida no plano etérico e nascemos para o plano  físico. Nós umbandistas, devemos nos preocupar com o que criamos na nossa vida, pois já podemos desconfiar do resultado no desencarne. A Umbanda não crê em  ressureição, como não crê em um Salvador ou Messias resgatador de seu  rebanho,uma vez que ela prega a transcendência que cada ser deve alcançar.  Ninguém fará nada por ninguém, cada qual com seu quinhão. No entanto, a crença no  reencarne é a explicação do resgate dos débitos e aprendizado constante do  ser.
No dia de finados, é fundamental que o umbandista, ao realizar o culto ao  Divino Orixá Pai Omulu, vibre seus pensamentos nos antepassados, seus parentes  desencarnados, solicitando ao Pai Omulu que ilumine a todos ,pois se algum  antepassado estiver precisando de ajuda por estar perdido nas suas questões emocionais e ainda não ter alcançado a luz, pode ser oportuno de acontecer este  resgate, e, aquele que já esteja em situações privilegiadas, então se sentirá  gratificado pelas vibrações, além de ser o momento de demonstrar gratidão aos  antepassados que promoveram a sua passagem presente.
O culto ao Orixá Omulu é  o momento de exaltação da Divindade e o que mesmo representa, pois como  entendemos que ele é a Divindade do “fim”, logo ele não está presente apenas na  tão temida morte física, gerando uma imagem temerosa em relação a esse Orixá.  Sua vibração se faz presente centenas de vezes durante nossa Vida, por exemplo, o fim de um relacionamento amoroso é o rompimento de cordões emocionais e o fim de  um ciclo de convivência entre duas pessoas. Neste momento de finalização lá está presente a vibração desse Orixá para encaminhar os envolvidos em seus caminhos  individuais, também posso citar a mudança de emprego, de moradia, fim de  amizade, etc... Sempre em situações, principalmente de rompimentos ou  encerramentos de ciclos, é esta a vibração divina que se faz presente na Vida dos  envolvidos. Mesmo ficando a cargo de cada um a colheita necessária após o  desencarne, a Umbanda tem na Cerimônia Fúnebre a preocupação de garantir que o  espírito desencarnado fique a cargo da Lei Divina e não tenha problemas maiores  com ataques de espíritos negativos. 
Este texto foi baseado em um seminário apresentado na Universidade do Sagrado  Coração de Bauru- SP